Confira nesse artigo, 5 motivos pelos quais os peixes são mais parecidos com os humanos do que você imagina. Você vai se surpreender!
Você já deve ter ouvido falar que os peixes possuem uma memória de até três segundos ou que são incapazes de sentir dor. Fique ciente de que nenhuma dessas afirmações são verdadeiras!
Talvez isso ocorre porque os peixes parecem tão diferentes de nós, que muitas das vezes, damos essas condições apenas para vertebrados. Eles não parecem ter nenhuma capacidade de expressão facial ou comunicação verbal – e nós nem respiramos o mesmo ar que o deles, tirando as espécies de anabantídeos. Por conta disso, essas diferenças colocam os peixes tão distante dos humanos que lutamos para nos relacionar com eles.
Mas quando os cientistas realizaram experimentos para descobrir mais sobre os peixes – incluindo sua neurobiologia, seus comportamentos sociais e faculdades mentais – eles descobriram que os peixes são muito mais complexos do que costumam ser considerados. Acima de tudo, os peixes parecem ter mais em comum com a gente do que gostaríamos de admitir.
Então, nesse artigo, iremos listar 5 motivos pelos quais os peixes são mais parecidos com os humanos do que você imagina. Aproveite a viagem!
1. Os peixes perdem a memória à medida que envelhecem
Conforme vamos envelhecendo, nossas memórias diminuem. Os cientistas trabalham para entender a biologia do declínio cognitivo, a fim de prever como podemos ajudar as pessoas a envelhecer melhor e a desenvolver tratamentos para doenças como a Doença de Alzheimer e a demência.
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Em humanos, a chamada memória de trabalho – o processo mental que usamos para realizar as tarefas diárias – diminui à medida que envelhecemos. Esse mesmo processo de envelhecimento foi observado em paulistinhas.
Os cientistas puseram os peixes em labirintos e identificaram que os mais velhos tinham dificuldade para nadar e encontrar saídas em comparação aos mais jovens. Além disso, quando projetaram uma versão virtual de tarefas para humanos, descobriram que pessoas na faixa dos 70 anos apresentavam exatamente os mesmos déficits dos peixes.
2. Os peixes gostam das mesmas drogas que os humanos
Como assim? Isso mesmo! Eles gostam das mesmas coisas! Os biólogos Tristan Darland e John Dowling, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, descobriram que o paulistinha ou peixe-zebra, também gosta de cocaína. Para piorar ainda mais a situação, a preferência pela droga também era hereditária. Os filhotes dos peixes também tendiam a gostar das mesmas drogas – um padrão relatado em humanos.
O paulistinha também mostrou padrões de busca compulsivas pelas drogas, vistos em pessoas que sofrem com o mesmo vício. O grupo de pesquisa de Caroline Brennan na Universidade de Queen Mary, em Londres, descobriu que os peixes tolerariam ser perseguidos por uma rede se isso significasse ter acesso à cocaína.
No estudo, os cientistas testaram uma série de outras drogas – opiáceos, estimulantes, álcool e nicotina – para ver a preferência dos peixes. Entretanto, o que aconteceu é que eles amavam todas elas. De todas as drogas testadas, os paulistinhas pareceram não gostar apenas da cannabis.
3. Os peixes lembram de seus amigos
Você provavelmente sabe que os peixes são animais sociais. Eles podem sincronizar seus comportamentos em grupos de modo que cada indivíduo realize os mesmos movimentos para que todos pareçam um único animal.
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O que você talvez não saiba é que eles também podem reconhecer outros peixes de seu próprio grupo (pelo cheiro, principalmente). Os peixes jovens preferem seus próprios pares, mas à medida que envelhecem, as fêmeas adultas preferem ficar próximas de fêmeas conhecidas, ao invés de machos desconhecidos.
Os peixes retém essa memória por 24 horas, preferindo se aproximar de um novo peixe ao invés do último com que passaram algum tempo. Isso mostra que suas memórias sociais são fortes, explodindo todo o boato de “memória de três segundos” deles.
4. Os peixes sentem dor
Eles realmente sentem dor! Em 2003, as biólogas Victória Braithwaite e Lynne Sneddon, então na Universidade de Edimburgo e no Instituto Roslin, colocaram ácido nos lábios de algumas trutas. Os peixes mostraram reações clássicas de dor – afastando-se e esfregando os lábios no fundo do aquário, aumentando a respiração – que desapareceram completamente quando eles receberam um analgésico.
Mas como os peixes sentem dor? O que a dor significa para o animal? A dor não é apenas a percepção de um evento físico, como bater o dedinho do pé no canto da mesa. Frequentemente, também é uma experiência emocional. Alguns pesquisadores acham que os peixes não sentem dor dessa forma, argumentando que, embora sintam dor, eles não são mentalmente capazes de ter uma resposta emocional a essa dor e, portanto, seu sofrimento deveria nos preocupar menos.
Isso ocorre porque, eles argumentam que os peixes não possuem partes do cérebro que, em humanos e outros vertebrados superiores, estão associadas à experiência mental de dor.
Entretanto, esse argumento não é mais convincente. Décadas de trabalho mostram que todos os tipos de formas, tamanhos e organizações cerebrais existem na natureza, e que muitos comportamentos complexos surgem em animais sem as mesmas estruturas cerebrais que foram associadas em humanos ou primatas.
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Na verdade, parece que as próprias estruturas cerebrais podem ser menos importantes do que pensávamos, então os peixes poderiam ter uma experiência do mundo mais sofisticada do que imaginávamos, embora usando um cérebro bem diferente do nosso.
5. Os peixes podem ficar impacientes
Alguns cientistas estão interessados em algo conhecido como controle de impulso. É a capacidade de alguém de planejar seu comportamento e esperar o melhor momento para executá-lo. O controle insuficiente dos impulsos é uma característica observada em pessoas com uma variedade de condições psiquiátricas, incluindo transtornos de déficit de atenção, hiperatividade, dependência ou transtorno obssessivo-compulsivo.
Alguns paulistinhas passaram por um treinamento ao longo de várias semanas em um aquário construído para esse fim. Sobretudo, em cada tentativa, os peixes tiveram que esperar por uma luz acender na extremidade oposta do aquário antes de poderem nadar até a câmara para obter comida. Se nadassem cedo demais, ficavam desapontados por não terem comida e tinham que começar tudo de novo.
Houve uma grande variação na capacidade ou desejo de esperar. Alguns peixes estavam muito impacientes, enquanto outros não se importavam em esperar. Os cientistas descobriram que até mesmo uma droga usada para tratar TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) também torna os peixes impacientes.
Portanto, da próxima vez que você vir um peixe, pense duas vezes antes de descartá-lo como um objeto qualquer.
O que você achou do artigo com os 5 motivos pelos quais os peixes são mais parecidos com os humanos do que você imagina? Deixe um comentário sobre o assunto! 😉
Fonte: The Conversation