Muitos benefícios podem ser trazidos para os idosos e enfermos nessa incrível relação entre eles e os animais de estimação.
Todo dono de animal conhece as muitas alegrias que um bichinho pode proporcionar.
Se for um cachorrinho, por exemplo, ele provavelmente estará na porta da sua casa te esperando chegar do trabalho.
Embora nem todas as pessoas sejam capazes de ter um animal de estimação, os benefícios de passar um tempo com eles podem ser sentidos através de terapias assistidas.
A prática faz parte de um conjunto de métodos que visam melhorar as condições do envelhecimento da população, inclusive para pessoas com demência.
Algumas organizações, como a San Diego Humane Society e a Helen Woodward Animal Center, situadas nos Estados Unidos e o Projeto Anjos de Patas no Brasil, visitam asilos, hospitais e residências particulares levando animais para aqueles que não podem possuí-los.
Veja também:
Estudos mostraram que existem inúmeros benefícios para a saúde física quando existe interação com os animais.
Alguns dos benefícios são pressão arterial baixa, redução do estresse, redução do colesterol e diminuição na sensação de dor, disse Robin Cohen, Gerente de Terapia de Animais de Estimação da Organização Helen Woodward Animal Center.
“Há também benefícios emocionais”, disse Cohen.
“Existe algo que chamamos de aceitação completa vinda de um animal: O amor incondicional. Não há julgamento, eles escutam, aceitam e amam”, completa Cohen.
Alex Psirides, codiretor da unidade de terapia intensiva do Hospital Wellington na Nova Zelândia, é um dos principais pesquisadores do mundo no campo da terapia assistida por animais.
Ele afirma que inicialmente, esteve cético quanto à possibilidade de haver benefícios terapêuticos nas visitas dos animais para os pacientes.
O programa do hospital começou com pacientes que solicitavam os animais de estimação da família.
Mais tarde o programa foi ampliado, trazendo os animais de terapia para os pacientes em geral que estavam nas unidades de terapia intensiva.
Veja também:
Depois de presenciar como os pacientes reagiam, Psirides ficou surpreso com a terapia animal.
De tal forma que começou a escrever um capítulo sobre sua pesquisa para um próximo livro sobre cuidados intensivos.
“A terapia ajuda a tirar os pacientes de onde eles estão e os remove da realidade por um breve período de tempo”, disse Psirides. “Ao mesmo tempo que isso fornece uma pausa para o que está acontecendo com eles”.
Cohen, da Helen Woodward Animal Center, disse que presenciou pacientes com traumas específicos se abrirem quando estavam na presença de animais.
Isso os motivou a então começarem a falar sobre a experiência do trauma pela primeira vez.
“Algumas das pessoas que visitamos costumam ser isoladas de outras e possuem dificuldades em se conectar com outras pessoas”.
“Com os animais é uma conexão tão pura e bonita que eles aceitam de bom grado”, disse ele.
“Contudo, a interação com os animais também pode ajudar a desencadear o surgimento de memórias para pessoas com doenças como o Alzheimer ou outros tipos de demência”, completa Cohen.
Veja também:
No entanto, para aqueles que são alérgicos a cães ou gatos, podem obter benefícios com répteis, pássaros ou apenas observando um lindo aquário.
Posteriormente, um estudo da Universidade de Purdue descobriu que, quando os pacientes com Alzheimer eram expostos a aquários com peixes, se sentiam mais relaxados.
Do mesmo modo que os pacientes comiam até 21% mais comida e experimentavam uma diminuição nos casos de agressão física, por exemplo.
Até alguns animais robóticos podem ser usados como substitutos de baixa manutenção para animais reais.
No entanto, pesquisadores da Universidade de Auckland descobriram que pacientes com demência experimentaram melhores expressões faciais e comunicação com a equipe quando estiveram interagindo com um robô terapêutico chamado Paro, que emula um filhote de foca.
Sobretudo, independentemente da maneira como as pessoas visitam os animais, a relação entre os idosos e os animais de estimação, junto dos voluntários que os acompanham, pode ajudar a diminuir os sentimentos de isolamento social.
“Às vezes eles acariciam o animal por alguns minutos e depois começam a discutir e contar histórias para os voluntários”, disse Laura Leonard, especialista em terapia assistida por animais da San Diego Humane Society.
“No final das contas, os idosos podem não ter uma família que os visite em suas “novas casas”, portanto nossos voluntários e seus animais de estimação se tornam seus novos companheiros”, completa Leonard.
Os estudos entre a relação dos idosos e animais de estimação ainda continuam, mas já podemos ter um vislumbre de como isso faz bem para todos os envolvidos nesse processo.
Matéria original publicada em Los Angeles Times.