Em um novo estudo, foi identificado que aquaristas dedicados estão ajudando a salvar espécies de peixes ameaçadas de extinção.
Manter peixes em casa pode prejudicar a vida selvagem – mas também pode ajudar a salvar espécies ameaçadas de extinção.
Aquaristas dedicados estão mantendo vivas diferentes espécies de peixes que estão extintas na natureza e ajudando a preservar centenas de outras espécies.
“Muitas espécies já extintas na natureza só existem porque estão sendo mantidas e criadas por aquaristas”, disse Jose Valdez, da Universidade de Aarhus, na Dinamarca.
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O comércio de animais de estimação geralmente faz parte do problema. Por exemplo, o peixe-palhaço desapareceu de alguns recifes depois de se tornarem populares como animais de estimação após o lançamento do filme Procurando Nemo (2003).
Às vezes, peixes marinhos são capturados vivos com cianeto, o que danifica os recifes de corais. E muitas espécies invasoras prejudiciais são liberadas em rios, lagos e mares.
“Há casos em que o comércio de animais de estimação tem sido prejudicial”, disse Kapil Mandrekar, da Universidade Estadual de Nova York. “Agora, muitos peixes são criados em cativeiro ou capturados de forma sustentável com a ajuda das comunidades locais”, completa Kapil.
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O programa de preservação de peixes CARES (Conservação, Consciência, Reconhecimento, Incentivo e Apoio), fundada pela entusiasta do hobby Claudia Dickinson em 2004, está fazendo muito mais.
Como resultado, o programa incentiva os criadores de peixes a manter, criar e trocar peixes ameaçados de extinção para ajudar a preservar populações específicas.
No entanto, a CARES compilou sua própria lista prioritária com quase 600 espécies de peixes de água doce, que agora foram avaliados e comparados com listas oficiais de espécies ameaçadas de extinção de Valdez e Mandrekar. A dupla encontrou 80 das espécies na lista da CAREs, ou seja, ainda devem ser formalmente descritas e estudadas pelos cientistas.
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A lista da espécies que a CARES diz que está extinga na natureza também inclui 30 espécies adicionais às da Lista Vermelha de espécies ameaçadas mantidas pela União Internacional para Conservação da Natureza. Os membros do programa de preservação mantêm populações dessas espécies vivas.
“Muitas das espécies encontradas na lista da CARES não têm valor comercial como peixe de estimação e não são carismáticas o suficiente para muitas organizações de conservação”, disse Mandrekar. “Portanto, se eles não estivessem na lista, ninguém faria nada para preservá-los”, completa.
Em resumo, a dupla de cientistas não verificou as avaliações da CARES independentemente. Mas Valdez relata que muitos dos aficionados pelo hobby de Aquarismo, dedicam seu tempo a determinadas espécies de peixes e até fazem viagens e estudo de campo para estuda-las em seu estado selvagem.
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“Como são pessoas apaixonadas pelo hobby, elas estão diretamente envolvidas com esses peixes e possuem muito mais conhecimento do que os próprios cientistas, que não têm o luxo de estudar um pequeno subconjunto de peixes em um lago específico ou viajar para áreas remotas em busca de espécies de peixes cientificamente não importantes.”, afirma Valdez.
Se você quer ajudar a salvar espécies, também pode participar, diz Mandrekar. “Desde que você possua um bom entendimento de como cuidar de um aquário, é algo em que você pode se envolver.”
Matéria original publicada em Newscientist.