Pesquisas recentes podem ter descoberto antídoto para a vespa-do-mar (Chironex fleckeri), a criatura mais venenosa do mundo.
A vespa-do-mar (Chironex fleckeri) pode carregar veneno suficiente para matar até 60 pessoas – é mais veneno do que qualquer outro animal na Terra.
Quando não mata, a picada da água-viva é conhecida por causar dores lancinantes.
A pior parte da picada dessa água-viva é que não há como neutralizá-la quando isso acontece – mas isso pode mudar muito em breve.
Usando uma tecnologia de edição de genes, no entanto, pesquisadores australianos da Universidade de Sydney, identificaram o mecanismo pelo qual o veneno da criatura marinha destrói células humanas.
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Durante essa pesquisa, encontraram drogas que parecem bloquear, pelo menos parcialmente, essa capacidade.
A fim de descobrir como o veneno da medusa age sobre o corpo humano, os pesquisadores usaram meticulosamente a edição de genes CRISPR para separar um gene humano diferente de milhões de células humanas individuais.
Um por um, os pesquisadores passaram por cada célula procurando aquelas que sobreviveram ao veneno.
“De fato, é a primeira dissecação molecular de como esse tipo de veneno funciona e, possivelmente, como qualquer veneno funciona”, disse o principal autor do estudo, Raymond Lau, em um comunicado.
Os resultados sugerem que o veneno atinge a pele humana onde interage com o colesterol.
Os pesquisadores administraram uma droga (ciclodextrinas) que elimina o colesterol e que já é aprovada no mercado.
Após a administração, descobriram que ela também pode funcionar como um antídoto, desde que tenha sido administrada 15 minutos após a picada.
A droga foi testada em células humanas em laboratório e em camundongos vivos. Ao bloquear a capacidade do veneno de interagir com o colesterol, parte da dor também foi bloqueada.
“Ao juntar as evidências, descobrimos quais genes o veneno da medusa precisa atingir para matar células humanas no laboratório.
Uma que identificamos é uma molécula transportadora de cálcio chamada ATP2B1, e está presente na superfície das células”, escreveu Greg Neely, um dos autores do novo estudo, para The Conversation.
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Os pesquisadores dizem que ainda não sabem se a droga que identificaram pode impedir um possível ataque cardíaco – essa é uma pergunta que eles esperam responder em um novo estudo.
O que é particularmente interessante, no entanto, é que o mesmo método pode ser usado para estudar outros tipos de venenos para os quais atualmente não existe antídoto.
Esta foi apenas a primeira vez que o CRISPR foi usado para encontrar um antídoto, e certamente não será o último.