Documentário produzido pela Netflix, mostra como o consumo desenfreado de peixe coloca risco a vida do oceano.
Imagens de baleias mortas e encalhadas na praia chocam sempre que aparecem na mídia ou nas redes sociais. É mais chocante ainda quando se descobre que, em seus estômagos, há cerca de 100 kg de plástico. Estaria o nosso consumo de garrafas pet, canudos e sacolas plásticas literalmente destruindo a vida nos oceanos? É o que questiona o documentário “Seaspiracy – Mar Vermelho” (2021), produzido pela Netflix.
Apaixonado pela vida marinha desde criança, o cineasta Ali Tabrizi retirava plásticos das praias e fazia doações para ONGs comprometidas em ajudar na limpeza dos oceanos. Acreditando que o plástico que consumimos é o grande vilão na poluição dos mares, ele decidiu fazer um filme para explicar em detalhes essa relação. O resultado da investigação que se vê em “Seaspiracy”, contudo, é bem mais chocante do que até Ali poderia imaginar
Veja também:
O documentário começa com uma investigação sobre a caça de baleias e golfinhos em uma ilha no Japão. A partir dali, as descobertas levam o cineasta a questionar se a responsabilidade pela destruição dos mares não seria da pesca comercial, ou seja, aquela que é responsável por colocar o peixe nos nossos pratos.
Com o documentário, então, acompanhamos toda a peregrinação do britânico Ali Tabrizi para tentar entender mais como os plásticos vão parar nos organismos dos animais marinhos e até mesmo de aves migratórias. É como se estivéssemos fazendo as descobertas junto com ele. Não dá pra piscar, se não, perdemos uma série de informações, entre elas, a de que os canudinhos são responsáveis por apenas 0,03% da poluição dos mares.
No entanto, além do impacto ambiental, Ali acaba entrando em uma investigação que o leva ao narcotráfico, tráfico de pessoas, disseminação de novas epidemias como o Ebola, escravidão moderna e fome. Tudo isso tendo a pesca comercial como principal motivação.
Veja também:
O que fazer, então? A resposta pode ser mais simples do que parece.
“A única coisa ética a se fazer é parar de comer peixe!”, comenta um dos especialistas entrevistados para o documentário.
Fugindo do perfil fatalista, o documentário traz, ao final, algumas soluções que podem ser adotadas para que se possa reverter toda essa situação. Parar de comer peixe é uma delas.
“Seaspiracy – Mar Vermelho” é, no final, um convite para repensarmos nosso hábitos alimentares. O filme mostra como uma simples escolha sobre o que comer pode afetar não só o meio ambiente, mas também questões de combate à violação de direitos humanos. O documentário é claro; nossas escolhas alimentares (quando se pode ter escolhas) são, sobretudo, políticas. Cabe a nós, então, decidirmos como e o que queremos financiar ao escolher uma receita para o jantar.
“A maioria das coisas positivas e negativas que trazem mudança à civilização humana começa com alguém. E uma pessoa não pode fazer tudo, mas cada um pode fazer uma parte. E, às vezes, grandes ideias fazem uma grande diferença. É o que podemos fazer. É o que você pode fazer agora!”, diz Sylvia Earle, bióloga marinha, ao documentário Seaspiracy – Mar Vermelho.
Fonte: UOL