O que é um Narval? Conheça um pouco mais sobre essa incrível espécie de baleia, conhecida popularmente como unicórnio-do-mar.
O Narval é um mamífero marinho de tamanho médio conhecido pela sua presa característica que se assemelha a um chifre de unicórnio. Sua natureza reclusa e o habitat natural remoto só aumentam o mistério sobre essas incríveis criaturas.
O nome “narval” vem da palavra nórdica “nar” (cadáver) e “hval” (baleia), já que se refere a aparência de como a pele de um marinheiro afogado se assemelha. O nome científico do Narval é Monodon monoceros, que significa “um dente, um chifre” em latim.
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O parente mais próximo do narval é a baleia beluga (Delphinapterus leucas). Tanto os Narvais quanto as belugas pertencem ao grupo Odontoceti, ou baleias dentadas (em oposição a Mysticeti, ou baleias de barbatanas). Além disso, elas são as duas únicas espécies vivas dentro da família Monodontidae. Ambas as espécies de baleias passam a vida inteira no oceano Ártico, além de possuírem tamanho e comportamento parecidos e, em raras ocasiões, podendo até mesmo se cruzarem.
A presa (chifre) do Narval
A impressionante presa do Narval é a sua marca registrada. No entanto, normalmente apenas os machos possuem os chamados chifres de unicórnio.
Os Narvais machos adultos crescem cerca de 4,6 metros de comprimento e pesam até 1.590 Kg. A presa – que é um dente longo e reto – cresce até 3 metros fora da boca do macho, de acordo com o Polar Science Center da Universidade de Washington.
Embora os Narvais sejam considerados baleias com dentes, suas bocas não contém nenhum dente funcional. Nos machos, por exemplo, o dente canino direito permanece no crânio e nunca cresce, enquanto o canino esquerdo é aquele que sai pela gengiva em um padrão espiral anti-horário para formar a presa. Raramente, os dois dentes se projetam, dando ao narval duas presas.
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As fêmeas são muito menores do que os machos, chegando a ter cerca de 4 metros de comprimento e pesando até 910 Kg. Os cientistas consideram a presa uma característica do sexo masculino, mas cerca de 15% delas também apresentam presas.
Há muito tempo especialistas especulam por que os narvais têm esse dente bizarro e alongado. Algumas teorias sugerem que a presa é uma ferramenta de sobrevivência, já que as baleias poderiam usá-la para quebrar o gelo na superfície, pegar peixes para o jantar ou cavar para comer no fundo do mar. Mas a grande maioria das fêmeas não possuem presas e elas tendem a viver mais do que os machos. Portanto, as presas provavelmente não são uma vantagem para a sobrevivência, mas sim uma características do sexo masculino que serve como uma arma formidável pra competir com outros machos por parceiras.
Onde vive o Narval?
O Narval vive no Oceano Ártico e ao redor das costas do Canadá, Groenlândia, Noruega e Rússia, de acordo com o World Wildlife Fund (WWF). A espécie costuma viver nas áreas costeiras durante o verão e mais longe no mar durante o inverno.
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O Narval é um excelente mergulhador, podendo alcançar até 1.500 metros de profundidade, onde nenhuma luz pode alcançar e a pressão da água pode chegar aos 150 atmosferas, de acordo com o NOAA. Esses mergulhadores habilidosos ficam sob a água por cerca de 25 minutos por mergulho, em média. Seus grandes pulmões, permitem que sobrevivam sob condições intensas. Os narvais conservam oxigênio durante longos mergulhos, direcionando seus estoques apenas para órgãos vitais e músculos.
Do que o Narval se alimenta?
O Narval se alimenta principalmente de halibute da Groenlândia. No inverno, se alimentam de presas bentônicas, principalmente peixes chatos, em profundidades de até 1.500 m sob densos blocos de gelo. Essas baleias incomuns comem mais durante esse período do que no verão, uma vez que lhes permitem evitar a competição com a maioria das outras espécies de baleias do ártico que comem mais durante o verão.
Expectativa de vida e comportamento do Narval
O Narval costuma viver em grupos, geralmente de três a oito membros, mas às vezes, podem ser encontrados em grupos de até 20 exemplares, de acordo com a MarineBio Conservation Society.
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Os biólogos estimam que os narvais vivam entre 30 e 40 anos, de acordo com a NOAA. As fêmeas atingem a maturidade sexual por volta dos 4 – 7 anos de idade, em comparação com os 8 – 9 anos dos machos. A temporada de acasalamento geralmente ocorre em abril, com os machos muitas vezes competindo pelas fêmeas. Mas os cientistas sabem muito pouco sobre os hábitos de acasalamento dessa espécie. Além disso, é muito difícil observá-los em ação a cerca de 320 quilômetros da costa, abaixo de enormes blocos de gelo.
O período de gestação do Narval dura cerca de 15 meses, e as fêmeas se mudam para baías ou enseadas profundas para dar à luz seus filhotes, que possuem cerca de 1,5 metros de comprimento e 82 kg ao nascer. A pesquisa sugere que os narvais geralmente dão à luz um filhote a cada três anos, e que eles podem ficar ao lado da mãe por até 20 meses.
O Narval é um membro importante da vida no Ártico. Eles estão entre as primeiras espécies que podem ser afetadas pelas mudanças climáticas, e sua resposta pode ajudar a fornecer detalhes sobre mudanças mais drásticas no planeta e no ecossistema, de acordo com a NOAA. Os narvais também são um recurso cultural e nutricional significativo para os Inuit, nação indígena esquimó que habita as regiões árticas do Canadá, que caçam as baleias com presas há centenas de anos.