Um estudo recente mostrou que o Mar Morto pode estar morrendo de verdade, isso significa que ele pode desaparecer entre 30 e 40 anos.
Caso você não saiba, o mar morto não é um mar! Ficou surpreso? Então, ele é um imenso lago com dimensões de 82 quilômetros de comprimento por 18 de largura. Além disso, fica em uma região complicada do ponto de vista geopolítico: o Oriente Médio.
Sua costa oriental pertence à Jordânia, e a metade sul a Israel. A metade norte fica dentro da Cisjordânia Palestina e está sob ocupação israelense desde a guerra árabe-israelense de 1967.
Veja também:
A localização do Mar Morto não o favorece
Sua localização exata não o favorece, já que está situado a cerca de 400 metros abaixo do nível do mar Mediterrâneo, o ponto mais baixo da Terra. O nome surgiu em razão da brutal quantidade de sal de suas águas, o que torna a vida impossível, exceto para bactérias. Segundo o mundo educação, “estima-se que sejam 300 gramas de sais para cada litro de água, sendo que a quantidade considerada normal nos oceanos é de 35 gramas para cada litro.” Mas esta situação complicada é o que fez dele uma atração turística, porém agora ameaçada.
O que acontece hoje com o Mar Morto?
Segundo a Britânica, “Como a água do lago evaporou mais rápido do que foi reabastecida pela precipitação nos últimos 10.000 anos, o lago encolheu gradualmente para sua formação atual. Outra consequência resultante do nível mais baixo do Mar Morto é o surgimento de poços, especialmente na parte sudoeste. À medida que a água no lago desaparecia, tornou-se possível que as águas subterrâneas subissem e dissolvessem grandes cavernas subterrâneas na camada salina, que fica sobreposta até a superfície finalmente entrar em colapso”.
Veja também:
O processo é parecido com a extração de sal na região Nordeste do Brasil. Os produtores represam água salgada que, por causa do forte calor, do vento, e também da pouca chuva, acaba evaporando.
Dentro de 30 ou 40 anos o Mar Morto pode desaparecer
Segundo o site A12, o alerta foi lançado por um grupo de especialistas em um editorial publicado pelo Jordan Times. O presidente da Jordan Geologists Association, Sakher Nsour, aponta que o Mar Morto é “um fenômeno geológico único, que corre o risco de desaparecer nas próximas décadas”.
A partir dos últimos relatórios ambientais, constatou-se que o nível da água está diminuindo a uma taxa de um metro e meio por ano e que, nos últimos 40 anos, o volume total da bacia foi reduzido em 35%.
O declínio progressivo já causou alguns efeitos:
- O afastamento progressivo da costa de hotéis, estabelecimentos e restaurantes;
- Praias arenosas transformaram-se em um verdadeiro deserto de areia;
- Surgiram enormes crateras dentro da bacia hidrográfica;
A Folha de S. Paulo também abordou o tema. A retração do Mar Morto é fato, mas o jornal chama atenção para a oportunidade que se abre. Com a retração, abrem-se enormes buracos nas margens. “Hoje há um total de 6,5 mil crateras ao longo das bordas”. A Folha explica que isso acontece pelas razões já mencionadas, a grande evaporação e a escassez de água em razão do uso para fins agrícolas “e para obtenção de água potável necessária para uma crescente população em Israel”.
Veja também:
Para o jornal, outros dos motivos é a mineração na região. Segundo a Folha, “ambientalistas atribuem a situação a uma gestão hídrica falha no Oriente Médio, onde a instabilidade política impede o consenso para acordos internacionais que possam refrear o fenômeno”.
A Folha encerra, porém, com um alerta: “Por enquanto a região só tem colhido revezes turísticos da tragédia ambiental: nos últimos anos, duas das mais turísticas praias na área e o resort Mineral Beach foram fechados por culpa da retração do mar.”