Segundo uma nova pesquisa, os cérebros dos peixes crescem de acordo com seus níveis de atividade, ou seja, os peixes literalmente ficam mais inteligentes quando realizam mais atividades do que quando não precisam. Pelo menos, essa é a implicação de dois estudos feitos por Frederic Laberge, biólogo e professor da Universidade de Guelph, no Canadá.
De acordo com o estudo, os cérebros dos peixes peixes crescem em relação ao tamanho do corpo em ambientes mais desafiadores e encolhem em locais onde eles não encontram grandes desafios. A alteração do tamanho relativo do cérebro pode ajudar os peixes a economizar recursos vitais. “O cérebro é conhecido por ser um dos tecidos energeticamente mais caros para se manter”, disse Laberge ao New Scientist.
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A equipe de Laberge comparou os tamanhos dos cérebros de trutas arco-íris (Oncorhynchus mykiss) que viviam em grandes fazendas de peixes em Parry Sound, na região de Ontário, Canadá, com as trutas que haviam escapado e viviam em um lago próximo da região.
Depois de sete meses analisando e colhendo dados, a equipe descobriu que o cérebro da truta selvagem era 15% mais denso do que a da truta que vivia em cativeiro, levando em consideração a relação do tamanho do seu corpo. O crescimento foi limitado à sua massa cinzenta, segundo Laberge, e isso não afetou seu coração ou outros agentes.
A teoria é que ambientes vivos e mais complexos forçam os peixes a literalmente aumentar suas capacidades cerebrais. Além disso, Laberge ainda salienta que os cérebros dos peixes são “elásticos” e que podem ficar maiores quando confrontados com esses locais mais complexos.
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Mas a mudança parece não ser algo permanente: em um outro estudo, publicado no Authorea, Laberge analisou trutas em dois lagos de Ontário ao longo de vários anos.
Ele descobriu que o tamanho do cérebro das trutas aumentava no outono e no inverno, e depois diminuía na primavera e no verão. Na verdade, as trutas preferem águas mais frias, então, quando o frio esfria o lago, elas podem procurar comida mais perto da superfície e da costa. Isso cria um ambiente mais competitivo e complexo para elas, diz Laberge, exigindo mais massa cinzenta.