Em um novo impressionante vídeo divulgado na internet, é possível ver peixes-elétricos trabalhando juntos para caçar presas na Amazônia.
Em um vídeo divulgado recentemente na internet, é possível ver peixes-elétricos caçando em grupos com mais de 100 membros em um pequeno lago às margens do rio Iriri, no Brasil. O choque provocado pelo grupo fez com que milhares de peixes realizassem saltos para fora da água na esperança de sobrevivência.
É a primeira vez que esse comportamento de caça em grupo é visto em enguias elétricas da espécie Electrophorus voltai, conhecida por produzir individualmente o mais forte choque elétrico entre todos os animais.
O vídeo abaixo, foi divulgado em 14 de janeiro na revista Ecology and Evolution.
“É realmente incrível encontrar um comportamento como esse em enguias com 2,4 e 2,5 metros de comprimento”, relata David de Santana, zoólogo do Museu Nacional de História Natural Smithsonian em Washington DC, e coautor do novo estudo.
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Os mamíferos rotineiramente trabalham juntos para capturar suas presas, mas esse comportamento é raro em peixes, de acordo com o estudo. Antes dessa descoberta, os cientistas pensavam que os peixes-elétricos eram predadores solitários, geralmente atacando um único peixe por vez.
O método de caça em grupo, envolve até 100 peixes-elétricos circundando cardumes de pequenos peixes tetra para formar uma “bola de presa” e, em seguida, conduzi-los em direção a águas rasas. Então, algumas enguias (entre dois e 10 indivíduos) se separam do grupo principal e se movem para mais perto da bola para liberar uma descarga elétrica sobrecarregada.
O choque sincronizado é tão poderoso que alguns dos peixes são arremessados para fora d’água. Em seguida, flutuam imóveis, tornando-se presas fáceis para essas enguias predadoras.
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“Um único peixe-elétrico dessa espécie pode produzir uma descarga de alta voltagem de 860 volts. Então, em teoria, 10 enguias elétricas podem produzir 8.600.”, disse de Santana. Durante seus estudos, ele relata que levou vários choques desses peixes e disse que a sensação é forte o suficiente para causar “dormência” em seus braços. “É uma descarga muito forte, mas a duração é curta”, completa.
A equipe do estudo suspeita que o comportamento não é comum e provavelmente ocorre apenas quando as condições são adequadas.
“Nossa hipótese inicial é que esse comportamento realmente ocorre em locais com abundância de presas e refúgios para peixes-elétricos”, disse de Santana. “Isso significa que há muitos peixes e esconderijos para que eles possam viver tranquilamente. Essas condições só podem existir no meio da Amazônia.”, completa.