A pesquisadora colombiana Daniela Moraga López explora e estuda 20.000 anos de história sobre a evolução dos peixes e tubarões.
A pesquisadora colombiana Daniela Moraga López realiza um estudo sobre a evolução do tamanho dos peixes e tubarões, que remonta a milhares de anos, o que também pode dar pistas de como eles podem mudar nos próximos cem anos com o aquecimento do planeta.
Moraga, uma estudante de doutorado no Laboratório de Paleoecologia e Paleoambiente da Pontifícia Universidade Católica do Chile, afirma que seu principal projeto se concentra em compreender como o tamanho dos corpos dos peixes que possuem importância econômica mudaram ao longo do tempo.
Ela procurou examinar espécies como a Cavala e a Corvina, peixes associados à costa do Pacífico do deserto do Atacama, no Chile, para ver como o tamanho desses animais mudou devido às mudanças climáticas, desde a última grande era glacial há 20.000 anos, até o presente.
“Depois de analisar quais têm sido as tendências corporais dos peixes, podemos prever como as mudanças climáticas afetarão o tamanho dessas espécies se continuarem a enfrentar um aumento na temperatura nos anos 2050 – 2100”, diz ela.
Moraga também estudou uma variante do gene 5S em raias encontradas em ambientes de água doce e marinho, além de determinar a evolução do tamanho dos corpos de tubarões, usando informações filogenéticos-ecológicas.
“Podemos determinar quais foram os tamanhos ideais em certos tempos geológicos, como os tamanhos alcançados por espécies extintas como o gigante tubarão Melagodonte”, diz ela.
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Paixão de infância pela natureza
Moraga cresceu em Cali, na Colômbia, que é uma cidade sem litoral, a poucas horas de carro da costa do pacífico, e desde muito cedo teve afinidade com a natureza e as ciências naturais.
“Na minha infância, tive muita sorte de estudar em uma escola próxima de uma floresta, por isso era comum observar anfíbios, répteis, aves e mamíferos”, diz ela, acrescentando que também teve inclinações acadêmicas na infância para astronomia e biologia.
“Foi esse momento que despertou minhas aptidões científicas e porque estou voltada para as ciências”, relata.
Moraga seguiria estudando sua graduação em Biologia na Universidade Del Valle, em Cali, na Colômbia, e depois faria mestrado na Universidade Católica do Chile. Além disso, estudar ciência deu a ela a oportunidade de viajar para várias partes do mundo, incluindo estágios no Rio de Janeiro e nos Estados Unidos.
A cientista conta que também teve a oportunidade de conhecer pessoas de diferentes nacionalidades e conhecer novas culturas, além de poder visitar partes remotas de seu próprio país.
“A maior lembrança que tenho foi a viagem de campo a uma pequena cidade em Choco Nariño (Ensenada, Nariño)”, diz ela. “Nesta área, você pode ver as bandeiras de grupos como o (agora desmobilizado grupo armado) FARC, no entanto, é uma bela área com grande diversidade de peixes e uma comunidade de pessoas muito calorosas e amigáveis.”
Fonte: Forbes