O Candiru (Vandellia cirrhosa) é um bagre muito pequeno e fino, famoso por sua capacidade de entrar em orifícios de todos os tipos. Sim, é isso mesmo o que você está pensando: ele é capaz de entrar nas regiões genitais tanto de homens quanto de mulheres. Horrível, né?
Abaixo, confira um guia completo sobre as principais características e necessidades do Candiru.
Ficha Técnica do peixe Candiru
Nome: Candiru;
Nome Científico: Vandellia cirrhosa (Valenciennes, 1846);
Família: Trychomycteridae;
Origem da Espécie: América do Sul (Bacias dos Rio Amazonas e Orinoco);
Comprimento: Até 17 cm;
Expectativa de Vida: Não há informações relevantes sobre a expectativa de vida do Candiru, seja ela em cativeiro ou na natureza;
Nível de Dificuldade: Desconhecido;
Parâmetros da Água
pH: Manter entre 6.0 – 7.6;
Dureza da água: Desconhecida;
Temperatura: Manter entre 23 – 26°C;
Características
Distribuição e Habitat
O Candiru é encontrado no norte da América do Sul, mais especificamente nas bacias dos Rios Amazonas e Orinoco. Ele vive em cursos de águas ácidas, rasas e lentas, bem como em fundos lamacentos ou arenosos.
Sobretudo, esse peixe demersal pode ser encontrado enterrado sob o leito dos rios a maior parte do tempo, emergindo apenas para se alimentar ou acasalar.
Aparência
Sobre a aparência, o Candiru é um bagre pequeno e fino, não ultrapassando os 17 cm de comprimento. No entanto, ele não possui escamas e seu corpo é praticamente translúcido, tornando-se colorido apenas após suas refeições.
Além disso, a espécie possui barbilhões perto de suas bocas, que são alinhados com dentes minúsculos em forma de agulha.
O corpo do Candiru é estreito e cilíndrico, com a cabeça ligeiramente achatada. Ele também possui espinhos voltados para trás em suas coberturas branquiais, pois eles ajuda a evitar que o peixe seja desalojado durante a alimentação, além de grandes olhos negros que ficam no topo de sua cabeça.
Assim como a maioria dos outros peixes, o Candiru possui um sistema de linha lateral que o ajuda a alertá-lo sobre movimentos de predadores ao seu redor.
Alimentação
O Candiru é um peixe parasita que se alimenta do sangue de outros peixes. Quando um espécime localiza um hospedeiro (por meio de trilhas visuais e químicas), ele se dirige para as brânquias, onde força o opérculo ou espera que ele se abra naturalmente. Uma vez que tenha passado pelo opérculo, o peixe se prende às artérias aortais ventrais ou dorsais.
Os espinhos operculares ajudam o Candiru a ficar preso às brânquias dos hospedeiros e ajuda na liberação do sangue. A pressão sanguínea do hospedeiro bombeia sangue direto para a boca do peixe; esse parasita não “suga” o sangue, como se imaginava antes.
A duração de uma única refeição do Candiru é geralmente curta, de 30 a 145 segundos. Depois de se alimentar, ele afunda e se enterra no fundo dos rios.
Ataques em humanos!
O Candiru costuma ser atraído por odores, principalmente de sangue e de matéria em decomposição. Ele pode penetrar na uretra, assim como também em quaisquer outros orifícios. Após entrar, ele se fixa no corpo com seus espinhos e utiliza as nadadeiras para dificultar sua saída, ou seja, a pessoa precisa ir até o médico para removê-lo. Em animais mortos, por exemplo, ele entra no corpo e o devora de dentro para fora.
Sobretudo, no Brasil, há relatos de ao menos 10 casos todos os anos de penetração do bicho em seres humanos, geralmente larvas, que são menores e têm mais facilidade de entrar em orifícios pequenos. Segundo biólogos e médicos, a maioria dos acidentes acontecem com mulheres que vão urinar ou que entram nos rios durante o período menstrual.
Para evitar o ataque do Candiru, o recomendado é entrar em rios amazônicos apenas com trajes que cubram os órgãos genitais e evitar nadar com ferimentos que possam sangrar, bem como não urinar ou defecar na água.
Principais espécies de peixes hospedeiros do Candiru:
- Tambaqui;
- Pacu amazônico (Piaractus brachypomus);
- Piranha Vermelha (Pygocentrus nattereri);
- Dourado (Salminus brasiliensis);
- Piramutaba (Brachyplatystoma vaillantii);
- Jatuarana (Brycon sp.);
- Surubim;
Temperamento / Comportamento
Há uma ampla gama de conhecimento sobre o comportamento alimentar do Candiru, mas pouco se sabe sobre seu comportamento dentro de seu habitat natural.
Sabe-se, no entanto, que ele costuma ficar enterrado no substrato e que se alimenta durante o dia e também à noite.
O Candiru utiliza uma combinação de trilhas visuais e químicas para localizar seus hospedeiros. Supõe-se que ele é capaz de rastrear o cheiro de amônia e outras excreções de presas em potencial, embora isso não tenha sido comprovado.
Seus olhos são muito grandes e poderiam indicar alta acuidade visual, mas a espécie é encontrada em águas turvas onde a visão é limitada, então ela provavelmente não é o principal modo de detecção do hospedeiro.
Compatibilidade
Não há informações sobre como manter o Candiru em aquários.
Dimorfismo Sexual
Não há informações sobre as diferenças entre o macho e a fêmea do Candiru.
Acasalamento / Reprodução
O comportamento de acasalamento do Candiru não foi observado na natureza. No entanto, há apenas uma instância registrada desse peixe desovando em cativeiro. Neste registro, o peixe macho nadou ao redor de uma fêmea, levando-a para baixo em direção ao substrato. Então, os ovos e espermatozoides foram liberados quando os peixes estavam em contato lateral direto um com o outro.
Configuração do aquário
Infelizmente não há relatos sobre como manter o Candiru em aquários de água doce.
Referências Bibliográficas
de Pínna, M.C.C. and W. Wosiacki, 2003. Trichomycteridae (pencil or parasitic catfishes). p. 270-290. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil. (Ref. 39970);
Piper, Ross (2007), Extraordinary Animals: An Encyclopedia of Curious and Unusual Animals, Greenwood Press, ISBN 978-0-313-33922-6;
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