O Caparari (Pseudoplatystoma tigrinum) é um peixe nativo das bacias hidrográficas da América do Sul, considerado fácil de cuidar e que cresce bem rápido, mas que necessita de grandes aquários para prosperar. Que tal conhecer um pouco mais sobre a espécie?
Abaixo, confira um guia de cuidados completo sobre o Caparari. Aprenda como alimentar esse peixe, suas características físicas e comportamentais, além de processos como a reprodução e configuração de aquário.
Ficha Técnica do Caparari
Nome: Caparari, Capapari, Surubim, Surubim Tigrado, Tiger Sorubim, Tiger Shovelnose;
Nome Científico: Pseudoplatystoma tigrinum (Valenciennes, 1840);
Família: Pimelodidae;
Origem da Espécie: América do Sul (Bacias dos rios Amazonas e Orinoco);
Comprimento: Até 130 cm;
Expectativa de Vida: Até 18 anos;
Nível de Dificuldade: Fácil;
Parâmetros da Água
pH: Manter entre 6.2 – 7.2;
Dureza da água: Entre 2 – 20;
Temperatura: Manter entre 22 – 26°C;
Características
Distribuição e Habitat
O Caparari é um peixe nativo das bacias dos Rio Amazonas e Orinoco. A espécie já foi coletada no Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana Francesa, Peru e Brasil.
Esse peixe habita uma ampla variedade de habitats, desde corredeiras de rios, matas inundadas, lagos e até locais onde as águas são quase salobras.
Aparência
O Caparari é um peixe de couro de grande porte, sendo considerado um dos maiores de seu gênero, podendo atingir até 130 cm de comprimento e pesar cerca de 35 quilos. Seu corpo alongado e roliço, possui a cabeça grande, achatada e imensos barbilhões.
A coloração comum do Caparari é cinza-escuro no dorso, clareando um pouco em direção ao ventre e ficando esbranquiçada abaixo da linha lateral.
Essa espécie difere de outras do gênero pelas manchas pretas irregulares – como de um tigre -, que começam na região dorsal e se estendem até abaixo da linha lateral. O Caparari apresenta um estreitamento da cabeça e o desenho em cruz na região frontal, o que o diferencia das outras espécies do gênero como, por exemplo, o Pintado e a Cachara.
Em boas condições de iluminação, o Caparari apresenta um brilho metálico quase claro, graças à sua tonalidade prateada.
Alimentação
Alimentar o Caparari é uma tarefa bastante fácil. Ele é um caçador noturno e adora se alimentar de outras espécies de peixes. Além disso, ele também é conhecido por comer crustáceos, como camarões e caranguejos, porque também é um alimentador oportunista.
Todos os itens acima mostram que você não terá dificuldades em fazer com que o Caparari aceite a maioria dos alimentos disponíveis para peixes ornamentais. Isso inclui alimentos vivos e congelados (bloodworms, tubifex, berbigões, mexilhões), além de rações em pellets e filés de peixe picado.
Esteja ciente de que, embora o Caparari coma qualquer coisa que você jogar no aquário, nunca é uma boa ideia superalimentá-lo. A superalimentação só levará ao aumento de resíduos, o que pode prejudicar a qualidade da água. Você acabará precisando trocar a água com muito mais frequência do que o necessário.
Temperamento / Comportamento
O Caparari é um peixe bastante solitário e um excelente caçador noturno. Ele não possui uma visão muito boa, graças às águas turvas que habita, e depende de seus barbilhões principalmente para nadar e capturar presas.
Isso significa que, na maioria das vezes, ele estará sozinho. No entanto, ele é um nadador bastante ativo no fundo do aquário. Por isso, você deve tomar cuidado com os tipos de decorações e se há muitas delas no aquário, pois ele pode apresentar sinais de hostilidade caso se sinta apertado.
Eu recomendo que você mantenha esse peixe em um aquário longo e largo que lhe dê o espaço que precisa para nadar e realizar suas atividades diárias.
Compatibilidade
Assim como acontece com todos os tipos de peixes, sempre fique de olho no temperamento quando estiver selecionando companheiros de aquário para o Caparari. Esse peixe costuma ficar muito grande e é bastante ativo, o que significa que pode ferir e se alimentar de espécies menores.
Tendo isso em mente, qualquer companheiro de aquário para o Caparari deve ser grande e nada medroso. Alguns dos principais companheiros de aquário para esse peixe incluem, por exemplo:
Dimorfismo Sexual
Praticamente impossível diferenciar o macho e a fêmea por características externas. As fêmeas adultas tendem a ser mais atarracadas do que os machos.
Acasalamento / Reprodução
Não se sabe muito sobre os hábitos de reprodução do Caparari na natureza. Além disso, há o fato de que muitos aquaristas experientes tentaram criá-lo em aquários e não conseguiram, já que Caparari só parece procriar com sucesso em lagos.
Mais do que tudo, existem dois grandes desafios na reprodução deste peixe – que a maioria dos aquaristas não consegue superar. Primeiro, o peixe precisa estar em um ambiente realmente enorme. É por isso que algumas tentativas de reprodução só tiveram sucesso em grandes lagos. Em segundo lugar, a nítida falta de conhecimento sobre os hábitos de reprodução do Caparari na natureza torna quase impossível tentar recriar em cativeiro.
Em outras palavras, é uma tarefa praticamente impossível. Por isso, o melhor mesmo é deixar que a natureza cuide da reprodução do Caparari.
Configuração do aquário
O Caparari é um peixe que fica muito grande e, por conta disso, o aquarista precisa ter em mente que a espécie necessita de grandes espaços para prosperar.
Um único espécime jovem pode ser mantido em um aquário com cerca de 680 litros. No entanto, um adulto deve ser alojado em um aquário com cerca de 940 litros.
Lembre-se que deixar o peixe em um ambiente inadequado pode causar estresse, o que encurta bastante sua vida útil.
O aquário do Caparari precisará ter um sistema de filtragem robusto para manter o ambiente limpo. Afinal, a regra de ouro do aquarismo é – um peixe grande faz uma grande bagunça!
Sobre a decoração, você pode adicionar troncos, rochas e plantas flutuantes. Tente optar por cascalho como substrato, pois ele mantém o acúmulo de bactérias no mínimo, permitindo que a água escorra por ele.
Nota: O Caparari pode ficar agressivo se o aquário estiver totalmente vazio. Portanto, adicione esconderijos suficientes para que ele possa se esconder de vez em quando.
Referências Bibliográficas
Le Bail, P.-Y., P. Keith and P. Planquette, 2000. Atlas des poissons d’eau douce de Guyane. Tome 2, Fascicule II: Siluriformes. Collection Patrimoines Naturels 43(II): 307p. Paris: Publications scientifiques du Muséum national d’Histoire naturelle. (Ref. 35381);