O Ciclídeo Anão do Congo (Nanochromis parilus) é um peixe conhecido há muito tempo no hobby de aquarismo, embora não seja facilmente encontrado à venda. Além disso, ele não é recomendado para iniciantes, pois costuma exigir água de alta qualidade e bons alimentos para prosperar.
Abaixo, confira um guia de cuidados completo sobre o Ciclídeo Anão do Congo. Aprenda como alimentar esse peixe, suas características físicas e comportamentais, bem como o processo de reprodução e configuração de aquário.
Ficha Técnica do Ciclídeo Anão do Congo
Nome: Ciclídeo Anão do Congo, Congo Dwarf Cichlid, Blue Congo Dwarf Cichlid;
Nome Científico: Nanochromis parilus (Roberts & Stewart, 1976);
Família: Cichlidae;
Origem da Espécie: África;
Comprimento: Até 4,4 cm;
Expectativa de Vida: Desconhecida;
Nível de Dificuldade: Moderado;
Parâmetros da Água
pH: Manter entre 6.0 – 7.0;
Dureza da água: Entre 5 – 8;
Temperatura: Manter entre 22 – 25°C;
Características
Distribuição e Habitat
O Ciclídeo Anão do Congo é encontrado na República Democrática do Congo, na África. Ele habita as águas do Rio Congo abaixo de Malebo e Livingston Falls, que separam as seções média e baixa do rio.
Esses peixes habitam áreas de corredeiras do Rio Congo. As condições da água nessas áreas são bastante moderadas. Os valores de pH geralmente variam entre 6.5 e 7.5, e a temperatura da água fica entre 23 e 28°C. Eles parecem ter se adaptado à vida em águas rápidas.
Aparência
O Ciclídeo Anão do Congo geralmente é confundido com a espécie Nanochromis nudiceps, que é bastante semelhante em aparência. No entanto, é fácil distinguir as duas espécies olhando para suas nadadeiras caudais. Ambos os sexos do N. nudiceps possuem uma linha de cor clara ao longo da borda superior da barbatana caudal que pode ter uma faixa escura mais fraca abaixo.
No N. parilus as listras alternadas variam de branco, amarelo, vermelho ou preto e cobrem quase toda a metade superior da barbatana caudal. A metade inferior geralmente é mais clara, mas alguns machos podem apresentar fileiras de pontos coloridos.
As listras coloridas alternadas na cauda são a característica que diferencia as duas espécies. As fêmeas do N. parilus também possuem as mesmas marcações na barbatana caudal.
Alimentação
O Ciclídeo Anão do Congo aceita a maioria dos tipos de alimentos disponíveis para peixes ornamentais, incluindo os alimentos vivos, liofilizados e rações em flocos. No entanto, por ter uma boca pequena, o alimento também deve ser pequeno.
Forneça uma variedade de alimentos para esse peixe, incluindo uma ração em flocos de alta qualidade juntamente de alimentos vivos ou congelados uma vez por semana. O Ideal é alimentá-lo 3 vezes ao dia.
Em relação aos alimentos vivos, você pode fornecer, por exemplo, bloodworms, dáfnias e artêmias.
Abaixo, confira algumas das principais rações disponíveis para o Ciclídeo Anão do Congo:
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Temperamento / Comportamento
O Ciclídeo Anão do Congo é considerado um peixe relativamente pacífico e deve ser mantido em pares. Na verdade, você até consegue manter grupos desses peixes juntos sem maiores problemas, embora precise de um aquário grande e com muitos esconderijos para comportar todos eles.
Compatibilidade
Em relação aos companheiros de aquário, o Ciclídeo Anão do Congo parece tolerar espécies de tetras e barbos africanos de tamanho pequeno e médio.
Dimorfismo Sexual
As fêmeas possuem cores mais chamativas do que os machos e apresentam um rubor violeta no ventre. Os machos, por outro lado, são maiores do que as fêmeas e geralmente desenvolvem pequenas extensões nas nadadeiras dorsal e anal.
Acasalamento / Reprodução
A reprodução do Ciclídeo Anão do Congo é difícil, pois ele não irá desovar em águas com pH acima de 6.5. O aquário para a reprodução deve ter um pH que varie entre 5.0 e 6.5.
A filtragem deve ser suave e você pode usar um filtro de esponja ou Hang-on para promover o fluxo necessário. Adicione rochas e troncos, pois o peixe cavará sob um deles para desovar. Além disso, é importante fornecer esconderijos para a fêmea se ela não estiver pronta para desovar, pois o macho pode ser muito agressivo em suas perseguições, apesar do acasalamento ser iniciado pela fêmea.
Para iniciar o processo de reprodução, você deve condicionar um casal no aquário com uma variedade de alimentos vivos e congelados. Então, nas condições ideais, o casal ficará com cores mais intensas e a fêmea começará a se exibir para o macho, contorcendo seu corpo em forma de ‘s’ e expondo sua barriga violeta. Então, a dupla irá cavar um buraco sob uma rocha ou tronco e desovará.
O macho irá defender o local de desova enquanto a fêmea cuida dos ovos. Algumas trocas de função podem ocorrer aqui. A eclosão dos ovos ocorre em 2 – 3 dias e os filhotes nadam livremente após 7 dias.
Sobre os filhotes, eles são relativamente grandes e podem ser alimentados com microvermes ou náuplios de artêmias. Contudo, você deve mantê-los em um ambiente com água mole e ácida. As oscilações de pH e dH geralmente resultam em grandes perdas.
À medida que os filhotes forem crescendo, eles podem ser lentamente aclimatados a condições mais padronizadas. Além disso, o cuidado da ninhada pelos pais geralmente continua por cerca de um mês, após o qual eles podem desovar novamente.
A predação dos filhotes pelos pais é muito rara.
Configuração do aquário
O aquário para o Ciclídeo Anão do Congo precisa ter no mínimo 120 litros. O macho pode ser muito agressivo com outros machos e você precisará de um ambiente maior se quiser manter outros deles.
A decoração do aquário deve conter muitos esconderijos formados com troncos, raízes e rochas. Você também pode adicionar vasos para criar cavernas e locais de desova. Em relação as plantas, o Ciclídeo Anão do Congo parece deixá-las em paz, então você pode adicioná-las sem maiores problemas. Lembre-se de utilizar plantas flutuantes também para diminuir a incidência de luz no fundo do aquário, pois isso pode ajudar a realçar a cor dos peixes. Por adorar cavar, eu recomendo que você adicione um substrato de areia fina no fundo do aquário.
Por fim, você deve adicionar uma filtragem eficiente, com boa oxigenação e áreas de fluxo moderado, juntamente de áreas onde haja um fluxo mais lento. Além disso, as trocas parciais de água devem ocorrer regularmente para manter os níveis de nitrato baixos.
Referências Bibliográficas
Daget, J., 1991. Nanochromis. p. 270-273. In J. Daget, J.-P. Gosse, G.G. Teugels and D.F.E. Thys van den Audenaerde (eds.) Check-list of the freshwater fishes of Africa (CLOFFA). ISNB, Brussels; MRAC, Tervuren; and ORSTOM, Paris. Vol. 4. (Ref. 5666);