O Ciclídeo Barra T (Amatitlania sajica), como o próprio nome sugere, é um famoso peixe da América Central conhecido por sua marca única em forma de T no corpo. Ele é considerado um animal bastante pacífico e mais colorido do que seu outro primo famoso, o Acará do Congo.
Abaixo, confira um guia de cuidados completo sobre o Ciclídeo Barra T. Aprenda como alimentar esse peixe, suas características físicas e comportamentais, além de processos como a reprodução e configuração de aquário.
Ficha Técnica do Ciclídeo Barra T
Nome: Ciclídeo Barra T, T-bar Cichlid, Sajica Cichlid;
Nome Científico: Amatitlania sajica (Bussing, 1974); Sinônimos: Cryptoheros sajica, Archocentrus sajica, Cichlasoma sajica;
Família: Cichlidae;
Origem da Espécie: América Central;
Comprimento: Até 9 cm;
Expectativa de Vida: Entre 5 e 8 anos;
Nível de Dificuldade: Difícil;
Parâmetros da Água
pH: Manter entre 7.0 – 8.0;
Dureza da água: Entre 12 – 16;
Temperatura: Manter entre 23 – 30°C;
Características
Distribuição e Habitat
O Ciclídeo Barra T foi descrito pela primeira vez por Bussing em 1974. Ele é um peixe endêmico dos riachos de água doce da Encosta do Pacífico, que se estendem da Costa Rica ao Panamá.
A espécie habita principalmente rios e ribeiras com correntes moderadas a fortes e que possuem substratos arenosos. Na natureza, esses peixes se alimentam de algas filamentosas, insetos aquáticos, sementes e detritos no fundo.
Aparência
O Ciclídeo Barra T possui esse nome por conta da distinta marca preta horizontal em forma de T, formada pela terceira faixa proeminente emparelhada com uma linha lateral escura que começa na brânquia. Vale a pena mencionar que a largura da terceira faixa é uniforme, enquanto outras espécies apresentam larguras variáveis.
Enquanto as outras seis barras que cobrem o corpo são mais robustas e desbotadas, o resto do corpo é bronzeado. A tonalidade dessa cor pode variar um pouco, mas geralmente é mais consistente.
Ao contrário de seus parentes mais próximos, eles também não possuem a mancha nas nadadeiras caudal e dorsal, além de nenhuma mancha lateral na região lateral de seu corpo.
O tamanho máximo do Ciclídeo Barra T não ultrapassa os 9 centímetros em cativeiro. A expectativa devida do peixe gira em torno de 5 a 8 anos, embora haja relatos de indivíduos que viveram por até 10 anos.
Alimentação
Onívoro. Na natureza, o Ciclídeo Barra T se alimenta basicamente de algas filamentosas, pequenos insetos e sementes.
Para manter uma dieta saudável, você deve fornecer uma alimentação variada com alimentos proteicos e à base de vegetais. Utilize rações de fundo de alta qualidade, além de camarões liofilizados, artêmias, camarões mysis e bloodworms.
Em relação aos vegetais, você pode oferecer abobrinha e ervilhas. Certifique-se de cortar os vegetais em pedaços bem pequenos para que eles possam comê-los com mais facilidade.
Assim como acontece com todos os peixes, a alimentação do Ciclídeo Barra T deve ser feita em pequenas quantidades 1 ou 2 vezes vezes por dia. Forneça quantidades de alimentos que ele consiga comer em alguns minutos.
Temperamento / Comportamento
O Ciclídeo Barra T é considerado um peixe pacífico e pode ser mantido em aquários comunitários com espécies de médio porte. No entanto, ele pode se tornar um pouco territorial na companhia de congêneres.
Se você é daqueles que deseja manter mais de um exemplar do Barra T no aquário, um par estabelecido é o caminho a seguir. Alguns aquaristas relatam que você pode manter um macho com 2 ou 3 fêmeas, embora eu não recomende isso. As fêmeas provavelmente lutarão umas com as outras.
Eu recomendo que você mantenha o Ciclídeo Barra T sozinho ou na companhia de uma única fêmea.
Compatibilidade
Dependendo do tamanho do seu aquário e da personalidade do peixe, aqui estão alguns possíveis companheiros para o Ciclídeo Barra T:
- Ciclídeo Boca de Fogo;
- Ciclídeo da Nicarágua;
- Ciclídeo Arco-íris;
- Acará Diadema;
- Um grupo de Tetras ou Poecilídeos;
Dimorfismo Sexual
O Ciclídeo Barra T é sexualmente dimórfico, então você pode facilmente diferenciar o macho e a fêmea da espécie. O macho adulto cresce um pouco mais do que a fêmea e desenvolve uma protuberância nucal proeminente.
Acasalamento / Reprodução
O Ciclídeo Barra T cria seus filhotes em cavernas. Assim como o Acará do Congo, ele é um peixe facilmente criado em cativeiro.
Lembre-se que é bem perigoso manter um par que seja incompatível junto no aquário. O macho costuma ser bastante agressivo com uma fêmea que não esteja pronta para procriar. Além disso, em algum momento, ele pode tentar matá-la. Portanto, é melhor observar cuidadosamente qualquer emparelhamento em potencial antes de colocá-los juntos no mesmo aquário.
Quando um casal compatível está pronto para reproduzir, eles ficarão com suas cores mais destacadas, com um corpo escuro contrastado com um coloração dourada brilhante em suas nadadeiras dorsal e anal, bem como em seus olhos.
O casal escolherá uma superfície oblíqua ou vertical em cavernas ou fendas como local de desova. Então, a fêmea irá limpar o local enquanto o macho vigia a entrada de possíveis predadores.
Assim que o local é limpo, o casal se une em um ritual semelhante a uma dança, e a fêmea deposita cerca de 200 ovos. Depois da desova, o macho começa a fertilizá-los. Então, a fêmea começará a abanar os ovos com suas barbatanas peitorais, enquanto o macho retorna ao seu serviço de sentinela.
A eclosão dos ovos ocorre em 3 – 4 dias e os alevinos estarão nadando livremente uma semana depois. Falando nos alevinos, eles podem ser alimentados com náuplios de artêmias para estimular seu crescimento.
Tanto o macho quanto a fêmea são pais super protetores. Ocasionalmente, eles moverão os filhotes em sua boca ao redor do aquário até o ninho se nadarem para muito longe. Às vezes, o macho pode comer alguns deles.
Em um aquário comunitário, os filhotes ficarão com os pais até que fiquem grandes o suficiente para se defenderem sozinhos.
Configuração do aquário
Como o Ciclídeo Barra T é um peixe pequeno, um aquário de 110 litros é o ideal para comportá-lo. Caso você tenha sorte de ter um aquário maior, é possível criar até mesmo um grupo desses peixes. Claro, você pode até mesmo manter um casal em um aquário comunitário. No entanto, tanto o macho quanto a fêmea costumam ser territoriais e agressivos quando estão em época de reprodução.
Na natureza, o Ciclídeo Barra T gosta de viver em córregos e rios de fluxo moderado a forte, mas não é encontrado em corredeiras. Além disso, esse peixe é bastante sensível a qualidade da água; portanto, realizar trocas parciais de 15 a 20% quinzenalmente é uma boa dica para manter os níveis de nitrato baixos.
Mudanças repentinas de temperatura ou pH podem levar rapidamente a problemas de saúde ou até mesmo a morte. Eu recomendo que você adquira um termostato e um kit de testes confiável para medir com precisão esses parâmetros:
Foto | Produto | Preço | |
---|---|---|---|
LABCON TEST AMÔNIA TÓXICA - Água Doce - 50 Testes | R$ 39,00 | Comprar na Amazon | |
LABCON TEST NITRITO - 100 Testes | R$ 30,50 | Comprar na Amazon | |
LABCON TEST pH TROPICAL 100 ml - 800 Testes | R$ 39,99 | Comprar na Amazon |
Última atualização em 2024-12-03 / Links de Afiliados / Imagens de Amazon Product Advertising API
Montagem e Decoração
Montar o aquário para o Ciclídeo Barra T é uma tarefa fácil. Tudo o que você precisa fazer é simular o habitat natural do peixe. Ele vive em riachos e rios com seixos e cascalho, então você deve replicar esse tipo de ambiente.
Utilize um cascalho como substrato e adicione troncos e rochas para formar cavernas e criar inúmeros esconderijos. Além disso, você também pode usar vasos de barro virados de lado ou qualquer outra estrutura para criar cavernas. Certifique-se apenas de deixar áreas abertas no meio ou atrás para que o peixe possa nadar livremente.
As plantas não são obrigatórias, mas ajudam a criar um ambiente natural e a melhorar a qualidade da água, fornecendo oxigênio extra e absorvendo nitratos. Se você for adicionar plantas, utilize aquelas mais resistentes e ideais para aquários de ciclídeos.
Nenhum tipo de iluminação específica é necessário para o aquário desses peixes.
Referências Bibliográficas
Schmitter-Soto, J.J., 2007. A systematic revision of the genus Archocentrus (Perciformes: Cichlidae), with the description of two new genera and six new species. Zootaxa 1603:1-78. (Ref. 74403);
Bussing, W.A., 1998. Peces de las aguas continentales de Costa Rica [Freshwater fishes of Costa Rica]. 2nd Ed. San José Costa Rica: Editorial de la Universidad de Costa Rica. 468 p;
Angulo, A. & Lyons, T.J. 2020. (21 September 2019). “Amatitlania sajica. The IUCN Red List of Threatened Species 2020: e.T165014555A165015013”;