O Mandiú (Pimelodus blochii) é uma espécie de bagre nativo da América do Sul. Muito apreciado na culinária e na pesca esportiva, ele é considerado fácil de cuidar, embora precise de aquários grandes para prosperar.
Abaixo, confira um guia de cuidados completo sobre o Mandiú. Aprenda como alimentar esse peixe, suas características físicas e comportamentais, além de processos como a reprodução e configuração de aquário.
Ficha Técnica do Mandiú
Nome: Mandiú, Mandi, Irideca, Mandi Cabeça de Ferro, Iriceca, Mandi Pontado, Mandi Amarelo, Four-lined Pimelodus;
Nome Científico: Pimelodus blochii (Valenciennes, 1840);
Família: Pimelodidae;
Origem da Espécie: América do Sul e Central;
Comprimento: até 35 cm (comum: 20 cm);
Expectativa de Vida: Mais de 8 anos;
Nível de Dificuldade: Fácil;
Parâmetros da Água
pH: Manter entre 6.0 – 7.5;
Dureza da água: Entre 4 – 10;
Temperatura: Manter entre 24 – 28°C;
Características
Distribuição e Habitat
Descrito pela primeira vez por Valenciennes em 1840, o Mandiú habita partes da América do Sul e Central, que vão do Panamá até o Brasil. Ele costuma viver nos sistemas fluviais do Amazonas e Orinoco, bem como no Golfo de Paria e em grande parte da Guiana.
A natureza adaptável do Mandiú permite que ele sobreviva tanto em ambientes de água salobra quanto de água doce. Além disso, ele gosta de rios onde o fluxo de água é moderadamente rápido e prefere ficar na região do fundo, onde passa a maior parte do tempo caçando para se alimentar. Em relação aos alimentos preferidos, ele come pequenos insetos e peixes, mas também frutas.
É interessante mencionar que o Mandiú é um peixe gregário, ou seja, isso significa que costuma ser visto na companhia de outros de sua própria espécie.
Aparência
O Mandiú é um peixe de couro de tamanho moderadamente grande, que pode atingir cerca de 35 centímetros de comprimento na natureza. Em um aquário, ele não costuma ultrapassar os 20 centímetros.
A coloração base do Mandiú é cinza prateado, listrado com um cinza mais escuro. Contudo, à medida que ele amadurece, muitas vezes perde suas listras e adquire um tom cinza desbotado.
Assim como acontece com a maioria dos bagres, o Mandiú possui a parte inferior do corpo achatada e os flancos triangulares, conduzindo à sua barbatana dorsal pontiaguda. Seus barbilhões são extremamente longos, permitindo-lhe navegar em condições obscuras e encontrar as coordenadas dos alimentos próximos.
Existem muitas variações de cores para esse peixe, o que torna difícil identificá-lo, mas não se sabe se existe alguma subespécie.
É interessante mencionar também que o Mandiú possui esporões farpados nas nadadeiras peitorais e dorsal bastante rígidos que podem causar ferimentos dolorosos, caso não seja manuseado com cuidado. Embora inofensiva, a picada do Mandiú costuma doer bastante por conta de sua dor aguda e inchaço local.
Alimentação
Onívoro. O Mandiú é um peixe que está longe de ser exigente quando o assunto é a alimentação. Ele consome alegremente a maioria dos alimentos fornecidos, mas prefere alimentos proteicos, como bloodworms.
Seus instintos de limpeza os tornam fáceis de alimentar. Eles aceitarão todos os tipos de rações, alimentos frescos e vivos, bem como qualquer outra coisa que possa chegar na região do fundo do aquário.
Para manter um bom equilíbrio em sua dieta, forneça uma ração em flocos ou pellets de alta qualidade todos os dias. Se houver muitos alimentos disponíveis, ele pode até mesmo se empanturrar até que a barriga fique distendida. Não se assuste, é bastante normal que faça isso!
Abaixo, você pode conferir algumas das principais rações disponíveis para o Mandiú:
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Temperamento / Comportamento
De um modo geral, o Mandiú é um peixe pacífico e gregário, mas costuma ficar boa parte do tempo escondido dentro do aquário. Quando mantido em grupos, se comporta de maneira menos tímida.
Compatibilidade
Em relação aos companheiros de aquário, o Mandiú pode conviver com uma infinidade deles, embora não devam ser peixes muito pequenos, como por exemplo, o Tetra Neon. Espécies com nado lento e com barbatanas alongadas devem ser evitadas também, pois o Mandiú pode mordiscá-las vez ou outra. Tetras maiores e mais ativos, barbos, gouramis e rasboras poderão conviver tranquilamente.
Eu recomendo que você mantenha o Mandiú em grupos de sua própria espécie, bem como com outras espécies de bagres como o Cascudo, Coridoras e até mesmo ciclídeos maiores. Mantê-los em grupos ajuda na diminuição dos níveis de agressividade, pois estarão ocupados uns com os outros.
Dimorfismo Sexual
Não há nenhuma maneira conhecida de diferenciar sexualmente o macho e a fêmea do Mandiú.
Acasalamento / Reprodução
O Mandiú não foi criado com sucesso em aquários. No entanto, na natureza, sabe-se que eles são criadores sazonais. A desova ocorre apenas uma vez por ano durante a estação chuvosa e apenas por um curto período de tempo.
Acredita-se que estes peixes migram rio acima durante o processo de reprodução. Uma única fêmea é capaz de colocar até 50.000 ovos.
Configuração do aquário
O Mandiú não requer muita manutenção especial para viver tranquilamente. Ele gosta de ambientes de águas negras, como aquelas encontradas nos rios da Amazônia. De qualquer forma, ele ainda vai se dar bem em um aquário de água cristalina, embora deva ficar um pouco mais tímido nessa condição.
O aquário para manter um único Mandiú precisa ter no mínimo 210 litros. Este peixe prefere ambientes onde haja muito espaço para nadar, mas também gosta de ter esconderijos formados com troncos e rochas para se esconder. Em relação ao cascalho, você pode adicionar um substrato de areia ou um cascalho bem fino, pois ajuda a evitar danos nos barbilhões do peixe.
Eu recomendo que você realize trocas parciais de água de 10 a 15% toda semana ou 25% quinzenalmente para reduzir a carga biológica gerada pelo peixe.
Referências Bibliográficas
Cervigón, F., R. Cipriani, W. Fischer, L. Garibaldi, M. Hendrickx, A.J. Lemus, R. Márquez, J.M. Poutiers, G. Robaina and B. Rodriguez, 1992. Fichas FAO de identificación de especies para los fines de la pesca. Guía de campo de las especies comerciales marinas y de aquas salobres de la costa septentrional de Sur América. FAO, Rome. 513 p. Preparado con el financiamento de la Comisión de Comunidades Europeas y de NORAD. (Ref. 5217);
Dr. Rüdiger Riehl and Hans A. Baensch, Aquarium Atlas Vol. 1, Publisher Hans A. Baensch, 1991;
Dr. Herbert R. Axelrod, Dr. Warren E Burgess, Dr. Cliff W. Emmens, Neal Pronek, Jerry G. Walls, Ray Hunziker, Dr. Axelrod’s Mini-Atlas of Aquarium Fishes, Mini- Edition, T.F.H. Publications, Inc., 1987;