Embora tenha um comportamento relativamente agressivo, o Acará do Congo (Amatitlania nigrofasciata) é uma espécie de peixe de água doce pouco exigente e muito fácil de cuidar.
Abaixo, confira um guia de cuidados completo sobre o Acará do Congo. Aprenda como alimentar esse peixe, suas características físicas e comportamentais, além de processos como a reprodução e configuração de aquário.
Ficha Técnica do Acará do Congo
Nome: Acará do Congo, Convict Cichlid, Pink Convict Cichlid, Zebra Cichlid, White Convict Cichlid;
Nome Científico: Amatitlania nigrofasciata (Günther, 1867);
Família: Cichlidae;
Origem da Espécie: América Central (Encosta do Pacífico da Costa Rica à Guatemala, Honduras e Panamá);
Comprimento: Até 10 cm;
Expectativa de Vida: Até 10 anos;
Nível de Dificuldade: Fácil;
Parâmetros da Água
pH: Manter o pH da água entre 7.0 – 8.0;
Dureza da Água: 9 – 20 dH;
Temperatura: Manter entre 20 – 27°C;
Características
Distribuição e Habitat
O Acará do Congo possui uma ampla distribuição na América Central, sendo nativo da Guatemala, Honduras, El Salvador, Nicarágua, Costa Rica e Panamá. Além disso, também existe como espécie introduzida em vários países, incluindo os Estados Unidos e a Austrália.
Não é de se surpreender que, dada a sua enorme área natural, seja encontrado em uma ampla variedade de ambientes, desde rios com águas relativamente agitadas, até lagos e lagoas. O Acará do Congo prefere viver em locais onde há muitas rochas, onde passa boa parte do tempo se alimentando de vermes, insetos, crustáceos e plantas. No entanto, ele quase nunca é encontrado em áreas abertas e, por isso, possui preferência por locais onde pode ficar boa parte do tempo escondido.
Os principais rios onde o Acará do Congo costuma ser encontrado são o Tarcoles, Aguan e o rio Guarumo.
Aparência
O Acará do Congo possui a forma de disco oval atarracado, com barbatanas anal e dorsal pontiagudas. Ele é considerado um dos menores ciclídeos da América Central, com os machos atingindo entre 13 e 15 centímetros de comprimento e a s fêmeas entre 8 e 10 centímetros.
A coloração base do Acará do Congo é de um cinza-azulado com 8 ou 9 faixas escuras correndo verticalmente. Essas faixas possuem uma quegra na região da atrás da cabeça, quase formando uma letra “U”. As barbatanas são claras / amarelo claro.
Todos os ciclídeos, juntamente com alguns peixes de água salgada, como bodiões e peixes-papagaio, compartilham uma característica em comum, um conjunto de dentes faríngeos bem desenvolvidos na garganta. Além disso, eles possuem raios espinhosos nas partes posteriores das barbatanas anal, dorsal, peitoral e pélvica, que ajuda a desencorajar possíveis predadores.
Alimentação
Onívoro. O Acará do Congo é um peixe pouco exigente quando o assunto é a alimentação. Ele irá aceitar uma variedade enorme de alimentos incluindo, por exemplo, rações para ciclídeos onívoros, alimentos à base de vegetais enriquecidas com spirulina, alface ou outros vegetais frescos, além de alimentos vivos.
Procure alimentá-lo de 2 a 5 vezes por dia com pequenas porções, ao invés de uma única grande quantidade, pois isso ajuda a manter uma água de boa qualidade por mais tempo.
Abaixo, confira algumas das principais rações disponíveis para o Acará do Congo:
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Temperamento / Comportamento
O Acará do Congo é um peixe fácil de cuidar, mas costuma ser agressivo com os seus companheiros de aquário. Por isso, eu recomendo que você mantenha apenas um único exemplar no aquário ou no máximo um casal.
Além disso, estes peixes gostam de nadar por todas as regiões do aquário e ficam escondidos entre rochas e fendas, portanto, o aquário deve ter muitos esconderijos.
Compatibilidade
Em relação aos companheiros de aquário, procure colocar o Acará do Congo com peixes tão agressivos quanto ele. Alguns bons companheiros incluem, por exemplo, Green Terror e Jack Dempsey. Esses animais não irão arredar caso sejam assediados pelo Acará do Congo.
Além disso, eu recomendo que você evite quaisquer outros animais grandes que possam enxergá-lo como alimento. Uma vez que esteja acasalando, matará qualquer coisa que puder cruzar seu caminho. Para se ter uma ideia, o Acará do Congo é conhecido por dar boas surras em peixes muito maiores do que ele como, por exemplo, Cascudos e Oscar.
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Dimorfismo Sexual
Diferenciar o macho e a fêmea do Acará do Congo não é uma tarefa das mais difíceis. Os machos são maiores e possuem uma testa mais inclinada, mas não são tão vibrantes quanto as fêmeas.
Assim como a maioria dos ciclídeos, os machos da espécie desenvolvem nadadeiras anais e dorsais mais longas e pontiagudas à medida que envelhecem, além de adquirirem um caroço de gordura vestigal na testa.
As fêmeas, por outro lado, possuem uma coloração alaranjada na parte inferior do corpo e nas barbatanas dorsais.
Reprodução / Acasalamento
A boa notícia é que o Acará do Congo se reproduz com muita facilidade em aquários e é um dos melhores pais que existem na natureza. Pequenos grupos de peixes jovens adicionados juntos formarão pares, mas alguns deles, que acabam ficando de fora, podem se juntar num canto do aquário, caso o ambiente seja muito apertado.
Durante o processo de reprodução, o casal vai balançar a cabeça um para o outro em uma pequena dança antes de desovar. O macho ficará em uma posição vertical e mudará suas cores para tons mais escuras e vívidos. A fêmea fará a mesma dança. Então, eles limparão uma área e cavarão um pequeno buraco no substrato ao redor de uma rocha, vaso ou caverna.
A fêmea depositará cerca de 20 – 40 ovos no interior de cavernas, e o macho a seguirá para fertilizá-los. Isso irá continuar até que haja entre 100 – 300 ovos, dependendo da maturidade da fêmea. Ela vai abanar os ovos enquanto o macho ficará de olho no ninho e patrulhando o exterior dele.
Dependendo da temperatura e do pH da água, os filhotes irão eclodir em cerca de 48 – 72 horas. Contudo, dentro de 6 – 8 dias os alevinos estarão nadando livremente e aceitarão rações em flocos trituradas, dáfnias e náuplios de artêmias.
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Os pais irão defender os bebês a todo custo, por isso, irão afastar qualquer outro peixe que chegar perto. Se sentirem que seus filhotes estão ameaçados, podem enterrá-los no substrato. Eles irão recuperar qualquer filhote que fique fora do ninho e lutarão até a morte para protegê-los.
Você pode até mesmo remover os alevinos após algumas semanas se quiser reproduzi-los mais vezes. No entanto, se você não os remover, a fêmea pode até mesmo comer alguns dos filhotes. Isso fará com que o macho a ataque a ponto de você ter que removê-la do aquário ou colocar uma divisória nele.
Configuração do aquário
Você pode adicionar um casal de peixes jovens em um aquário com até 65 litros. No entanto, para um casal de peixes adultos, eu recomendo cerca de 200 litros ou mais.
O Acará do Congo prefere água com boa movimentação e, portanto, bem oxigenada. Forneça um substrato arenoso com rochas, raízes e pedaços de troncos. A espécie também aprecia plantas, embora goste de revirar o substrato do aquário, então, certifique-se de que as plantas do substrato estejam bem ancoradas.
Referências
Schmitter-Soto, J.J., 2007. A systematic revision of the genus Archocentrus (Perciformes: Cichlidae), with the description of two new genera and six new species. Zootaxa 1603:1-78. (Ref. 74403);
6 Comentários
Boa tarde, gostei muito do artigo, e tenho uma dúvida, no meu caso tenho um casal de acará do Congo zebra, e o macho araca a fêmea ferozmente, comprei outra achei q ele não tinha gostado da fêmea porém continua atacando a outra também, tem algum massete q eu possa estar fazendo para q ele aceite uma delas?
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