O Auratus Azul / Maingano (Melanochromis Cyaneorhabdos) é um lindo ciclídeo endêmico do Lago Malawi, na África. Esse animal habita apenas a Ilha de Likoma, situada na parte oriental perto de Moçambique.
A espécie, que pertence ao grupo de ciclídeos conhecidos como Mbunas, vive em áreas costeiras rochosas em profundidades que variam entre 3 – 10 metros. Além disso, ele também se alimenta de zooplâncton, invertebrados e Aufwuchs.
O Auratus Azul é um peixe de corpo alongado com focinho redondo e barbatana dorsal contínua. Ele também possui dentes espaçados, projetados para se alimentar de Aufwuchs na natureza. A espécie pode atingir pouco menos de 10 centímetros e pode viver por até 9 anos em cativeiro.
Na natureza, o Auratus Azul apresenta olhos com cores douradas. Existem apenas duas linhas horizontais finas em azul claro no corpo, assim como também outras duas linhas na barbatana dorsal. À distância, pode parecer que eles possuem várias pequenas linhas finas. Além disso, a espécie também apresenta raios espinhosos nas partes traseiras das barbatanas anal, dorsal, peitoral e pélvica, que serve para desencorajar possíveis predadores. A parte frontal dessas nadadeiras é mole e perfeita para movimentos sem esforço na água, em oposição à natação rápida.
No geral, o Auratus Azul é um peixe ideal para ser criado por aquaristas que possuam um certo grau de experiência. É um ciclídeo um tanto quanto agressivo, mas não deve conviver com outras espécies que não sejam ciclídeos. Além disso, o aquarista deve estar disposto a realizar trocas parciais de água com frequência e fornecer companheiros adequados para que ele possa se sentir seguro e confortável.
Continue lendo o artigo para conhecer as principais características da espécie.
Ficha Técnica
Nome: Auratus Azul, Maingano, Melanochromis Maingano, Maingano Cichlid, Mangano Fish;
Nome Científico: Melanochromis Cyaneorhabdos (Bowers & Stauffer, 1997);
Família: Cichlidae;
Origem da Espécie: África (Lago Malawi);
Comprimento: Em cativeiro até 10 cm;
Expectativa de Vida: Até 10 anos;
Nível de Dificuldade: Moderado;
Parâmetros da Água
pH: Manter entre 7.8 e 8.8;
Dureza da água: Entre 12 – 18;
Temperatura: Manter entre 24 – 28ºC;
Características
Alimentação
Onivoro. Na natureza, o Auratus Azul se alimenta de zooplâncton, invertebrados e Aufwuchs. Em cativeiro, ele irá aceitar artêmias congeladas ou vivas, camarões mysis, rações em flocos ou pellets de alta qualidade, assim como também preparações para peixes onívoros.
Alimentos como, por exemplo, coração bovivo devem ser evitados, pois podem promover problemas digestivos.
É sempre melhor alimentá-los em pequenas quantidades várias vezes ao dia ao invés de uma única só vez, já que isso ajuda a manter a qualidade da água por mais tempo. Claro, todos os peixes do aquário irão se beneficiar de vitaminas e suplementos que forem adicionados aos seus alimentos.
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Temperamento / Comportamento
O Auratus Azul é um peixe agressivo e bastante territorial. O aquário deve ser superlotado para reduzir seus níveis de agressividade e formação de territórios. Além disso, eles também são intolerantes com machos de sua espécie, mas podem conviver com fêmeas sem maiores problemas.
O ideal é montar um aquário próprio para eles.
Compatibilidade
Você deve escolher os peixes que podem conviver com o Auratus Azul com bastante cuidado, já que ele é bastante territorial e agressivo. Como já falamos sobre isso antes, o ideal é montar um aquário específico para a espécie.
No entanto, se mesmo assim quiser misturá-los com outros peixes, você deve evitar machos de outras espécies que possuam aparência semelhante. Portanto, eles devem ser mantidos com ciclídeos menos agressivos do Lago Malawi e que não tenham cores parecidas.
Os melhores peixes para conviver junto do Auratus Azul incluem, por exemplo:
Dimorfismo Sexual / Acasalamento / Reprodução
Ovíparo. Incubador bocal.
O macho da espécie parece ter mais listras “escuras” devido à sua barriga mais escura. No entanto, a fêmea têm a barriga mais clara e barbatanas pélvicas mais curtas.
O Auratus Azul é de natureza polígama, ou seja, um único macho costuma viver na companhia de várias fêmeas, e elas formam uma família matriarcal.
Esse ciclídeo foi criado com sucesso em aquários e, assim como outros Mbunas, irá desovar no território do macho. Contudo, ao desovar, o macho costuma mudar de cor, ficando com cores realçadas que mais se parecem com uma imagem com dupla exposição.
As fêmeas colocam entre 10 – 60 ovos e os levam à boca antes de serem fertilizados. Então, ela estimula o macho a liberar uma “nuvem de esperma” pela barbatana anal. Ela inala essa nuvem que fertiliza os ovos em sua boca. Sobretudo, a incubação dura cerca de 21 dias e os alevinos quando nascem podem se alimentar com rações trituradas e náuplios de artêmias.
A fêmea irá proteger os filhotes por alguns dias e poderá levá-los à boca caso se sinta ameaçada. Mas, contanto que você tenha posto muitos esconderijos no aquário, os filhotes terão mais facilidade em sobreviver até que fiquem grandes para se alimentar.
Por fim, os filhotes começam a mostrar suas cores dentro de algumas semanas e estarão prontos para se reproduzirem quando atingirem cerca de 5 centímetros.
Configuração do aquário
O aquário precisa ter no mínimo 200 litros para um macho e algumas fêmeas da espécie.
Os riachos que desaguam no Lago Malawi possuem um alto conteúdo mineral. Isso, junto da evaporação, resulta em águas muito alcalinas. Além disso, esses ambientes possuem águas claras e são muito estáveis em relação ao pH e a química. É fácil ver porque é importante observar os parâmetros do aquário quando o assunto são os peixes do Lago Malawi.
O habitat natural desse peixe contém areia como substrato. Então, você pode utilizar um substrato marinho para compor o fundo do aquário. Manter o pH mais alto, no entanto, significa que a amônia será muito mais letal, portanto, você deverá realizar trocas parciais de água com frequência para manter seus níveis zerados.
Utilize pilhas de rochas para montar passagens e cavernas para esses peixes. Algum espaço aberto também deve ser deixado. Eles gostam de cavar, então certifique-se de que as rochas estejam bem presas ao fundo para evitar acidentes.
Por fim, o fluxo de água e a iluminação do aquário para o Auratus Azul deve ser moderado.
Referências
George Zurlo, David Schleser, Cichlids (Complete Pet Owner’s Manual), Barron’s Edu Series, 2005;
David E. Boruchowitz, The Guide to Owning Malawi Cichlids, T.F.H. Publications, Inc., 2003;
Mark Phillip Smith, Lake Malawi Cichlids, A Complete Pet Owners Manual, Barron’s Educ Series, Inc. 2000;
Glen S. Axelrod, Rift Lake Cichlids, T.F.H. Publications, Inc., 1979;
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