O Bacu ou Roque Roque, como é conhecida a espécie Platydoras armatulus, é um peixe bastante pacífico e muito interessante para se ter em aquários de água doce. Suas necessidades são muito fáceis de atender, tornando-o um bom companheiro para outras espécies de peixes em aquários comunitários.
Abaixo, confira um guia de cuidados completo sobre o Bacu. Aprenda como alimentar esse peixe, suas características físicas e comportamentais, além de processos como a reprodução e configuração de aquário.
Ficha Técnica do Bacu
Nome: Bacu, Roque Roque, Abotoado, Armadillo, Bacu Pedra, Striped Raphael Catfish, Chocolate Doradid, Thorny Catfish, Humbug Catfish;
Nome Científico: Platydoras armatulus (Valenciennes, 1840);
Família: Doradidae;
Origem da Espécie: América do Sul (Bacia do Rio Amazonas, Orinoco, Paraná);
Comprimento: Até 24 cm;
Expectativa de Vida: Entre 15 e 22 anos;
Nível de Dificuldade: Fácil;
Parâmetros da Água
pH: Manter entre 5.8 – 7.5;
Dureza da água: Entre 2 – 20;
Temperatura: Manter entre 24 – 30°C;
Características
Distribuição e Habitat
Tendo uma ampla distribuição na América do Sul, o Bacu pode ser encontrado habitando as águas das bacias dos rios Amazonas, Orinoco, Paraná, Essequibo e nas drenagens costeiras do Suriname e da Guiana Francesa.
Na natureza, o Bacu habita águas de fluxo lento ou quase paradas de afluentes, riachos e pântanos. Ele passa boa parte do tempo entre raízes, vegetação submersa ou até mesmo enterrado no substrato macio encontrado nesses locais, onde se alimenta de moluscos, crustáceos e detritos orgânicos.
Aparência
O Bacu é um peixe listrado com um corpo cilíndrico em forma de flecha e de barriga achatada. As fêmeas são mais encorpadas do que os machos quando vistas de cima. Na natureza, esses peixes atingem até 24 centímetros de comprimento, enquanto em aquários não costumam ultrapassar os 15 cm. Além disso, a expectativa de vida do Bacu gira em torno de 20 anos, algo que um aquarista deve leva em consideração na hora de levar um espécime para casa.
O corpo do Bacu é marrom escuro com faixas laterais brancas visíveis criando um lindo padrão listrado. O focinho, a parte inferior da cabeça e a borda frontal das barbatanas peitorais são brancas. À medida que ele vai ficando mais velho, o padrão de listras costuma ficar desbotado.
O Bacu possui a cabeça, olhos e boca bem grandes. Na boca há dois pares de barbilhões em ambos os lados. Assim como todos em seu gênero, ele possui a pele dura com um escudo nucal bem desenvolvido na frente da nadadeira dorsal As protuberâncias ósseas formam escudos espinhosos ao longo da linha lateral, que se tornam minúsculos espinhos curvos protetores.
Embora não seja um peixe venenoso, o Bacu está armado com um conjunto de espinhos afiados o suficiente para causar danos à mão de um aquarista desatento.
Vocalização
O Bacu é apelidado de “peixe falante” pois possui a habilidade de produzir sons quando se comunica com outros membros da mesma espécie ou quando se sente ameaçado.
A capacidade de produzir sons audíveis ocorre quando o peixe esfrega suas barbatanas peitorais nas ranhuras de seus “ombros”. Então, este som é amplificado pela bexiga natatória, soando como grasnidos, ou pequenos guinchos.
Alimentação
Onívoro. Na natureza, o Bacu se alimenta de moluscos, crustáceos e detritos orgânicos. Por ser um peixe que se alimenta na região do fundo do aquário, irá comer qualquer coisa que chegar até ele.
Você deve alimentar o Bacu diariamente, mas de preferência durante o período noturno, pois ele costuma sair de seus esconderijos quando o aquário está com as luzes apagadas.
Para manter uma boa dieta, forneça uma ração em pellets de alta qualidade todos os dias e alimentos vivos como, por exemplo, bloodworms e tubifex.
Abaixo, confira algumas das principais rações disponíveis para o Bacu:
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Temperamento / Comportamento
O Bacu é considerado um peixe de fundo muito pacífico e pode ser mantido tanto sozinho quanto em grupos. Quando mantido em grupos com outros de sua espécie, pode se tornar um pouco territorial, podendo haver algumas brigas entre eles. No entanto, essas brigas não causam danos graves, tanto é que os peixes costumam compartilhar até mesmo seus esconderijos.
Na natureza, os peixes mais jovens desta espécie participam da “limpeza” de peixes maiores, especialmente de uma espécie de Traíra (Hoplias cf. malabaricus). Por mais que as traíras sejam piscícolas, permitem que o Bacu passeie sobre seus corpos para se alimentar de parasitas em um comportamento bastante parecido com o de algumas espécies marinhas.
Compatibilidade
O Bacu é um peixe bem interessante para se ter em um aquário comunitário. A espécie costuma ser bastante pacífica e se dá bem com seus companheiros.
Eu recomendo que você mantenha esse peixe com outras espécies de tamanho semelhante, pois peixes menores podem ser comidos facilmente. Por ter uma proteção espinhosa blindada, o Bacu pode conviver com outras espécies mais agressivas sem maiores problemas.
Ciclídeos da América do Sul e Central, além de tetras maiores, caracídeos, ciprinídeos, bem como vivíparos e outros cascudos não territoriais, são bons companheiros de aquário para o Bacu.
Dimorfismo Sexual
As fêmeas adultas tendem a ser um pouco mais gordinhas do que os machos quando vistas de cima.
Acasalamento / Reprodução
O Bacu raramente foi criado em cativeiro. A desova geralmente ocorre com a injeção de hormônios. Algumas criações bem-sucedidas foram relatadas em aquários muito grandes, no entanto, não há muita informação disponível sobre as condições do ambiente e o que instigou a desova.
Na natureza, o Bacu libera seus ovos nos rios e córregos para serem fertilizados. Ele coleta detritos ou encontra áreas com folhas velhas e pedaços de troncos e fica escondido embaixo delas. Então, outros peixes da mesma espécie começarão a nadar ao redor desse “ninho”, onde ocorre a reprodução.
Configuração do aquário
O aquário precisa ter no mínimo 114 litros para manter alguns exemplares da espécie. Embora tendam ser animais noturnos, ainda assim podem sair durante o dia para explorar o ambiente. Assim como a grande maioria dos bagres, o Bacu gosta de águas bem oxigenadas.
Eu recomendo que você crie um ambiente mal iluminado e com muitos esconderijos. Você pode utilizar troncos, raízes, rochas, assim como também vasos ou pedaços de canos para criar esses refúgios.
Lembre-se que o Bacu gosta de cavar no fundo de rios, então o substrato deve ser de uma areia bem fina para permitir que o peixe possa realizar suas tarefas costumeiras.
À noite, eles costumam sair de seus esconderijos para vasculhar o fundo do aquário em busca de algum petisco saboroso. Então, caso queira observá-los nesse horário, tente adicionar alguma luz vermelha ou que simule o luar.
Referências Bibliográficas
Burgess, W.E., 1989. An atlas of freshwater and marine catfishes. A preliminary survey of the Siluriformes. T.F.H. Publications, Inc., Neptune City, New Jersey (USA). 784 p. (Ref. 6868);
Dr. Rüdiger Riehl and Hans A. Baensch, Aquarium Atlas Vol. 1, Publisher Hans A. Baensch, 1991;
Richard Geis, Catfish Keeping & Breeding Them in Captivity, T.F.H Publications, Inc. 1996;