Cascudo Comum – Pleco (Hypostomus plecostomus)

O Cascudo Comum (Hypostomus Plecostomus) ou Pleco, como é popularmente conhecido, é um peixe de couro bastante comum no mundo do aquarismo. Embora seja fácil de cuidar, ele necessita de aquários relativamente grandes para prosperar.

Abaixo, confira um guia de cuidados completo sobre o Cascudo Comum. Aprenda como alimentar esse peixe, suas características físicas e comportamentais, além de processos como a reprodução e configuração de aquário.

Ficha Técnica do Cascudo Comum

Nome: Cascudo, Cascudo Comum, Pleco;

Nome Científico: Hypostomus plecostomus (Linnaeus, 1758);

Família: Loricariidae;

Origem da Espécie: América do Sul;

Comprimento: Entre 30 – 50 cm;

Expectativa de Vida: Entre 10 e 15 anos;

Nível de Dificuldade: Fácil;

Parâmetros da Água

pH: Manter o pH da água entre 6.2 – 8.2;

Dureza da Água: Entre 4 – 15;

Temperatura: Devem ser mantidos entre 20 – 28°C;

Características

Distribuição e Habitat

O Cascudo é um peixe originário dos rios da América do Sul, indo desde o Suriname, no Norte, passando por toda a bacia do Amazonas, até o Uruguai, no Sul. Ele pode ser visto inclusive no Rio de La Plata, o estuário formado pela convergência dos rios Paraná e Paraguai.

Em relação ao habitat, o Cascudo prefere viver em rios e córregos de fluxo rápido. Ele também gosta de áreas abertas e substratos de seixos, repletos de pedras e troncos presos entre rochas cobertas por algas, criando um emaranhado de cavernas e locais de alimentação.

Simplesmente pelo fato do Cascudo ser considerado muito resistente e adaptável, podendo até mesmo viver em águas levemente salobras, eles foram introduzidos em muitas zonas do globo e estão classificados hoje como uma espécie altamente invasora em muitas regiões. Por essa razão, ainda existem muitas dúvidas se eles são endêmicos dos habitats onde hoje são encontrados. Sabe-se, por exemplo, que populações existentes no México foram introduzidas.

Na natureza, as principais populações de cascudos se concentram sobretudo nas zonas dos rios onde o fluxo de água é mais forte. Eles também apreciam tocas profundas nos leitos lamacentos para se reproduzirem, onde depositam até 300 ovos de cada vez. Ao criar estes peixes em cativeiro, deve-se portanto ter o cuidado de fornecer esconderijos o suficiente para que possam se sentir confortáveis.

Aparência

O Cascudo Comum é um peixe de couro e, portanto, possui uma camada muito mais fina (podendo até mesmo estar ausente) de muco epitelial externo. As cores em seu corpo podem variar bastante, desde manchas pretas em um corpo marrom, até uma coloração preta em toda a sua extensão. Ele também possui a boca em forma de ventosa, que lhe permite aderir as superfícies, bem como segurar e raspar alimentos.

Ainda em relação ao corpo, o cascudo possui raios duros nas nadadeiras peitorais e dorsal, que funcionam como meios de defesa contra predadores. Para se ter uma ideia, há casos em que predadores ficaram com cascudos presos em sua boca, causando infecções terríveis e até mesmo a morte por causa dos ferimentos.

É interessante mencionar que o Cascudo Comum é uma das muitas espécies de peixes que conseguem respirar ar atmosférico. Ele usa suas guelras para retirar o oxigênio da água, mas quanto menos oxigênio tiver no local, mais frequentemente ele irá emergir para respirar o ar. Esse ar é levado ao estômago onde o oxigênio é absorvido, e o ar pode ser mantido lá para aumentar sua flutuabilidade, o que pode ajudá-lo a se alimentar da vegetação.

Alimentação

Onívoro. O Cascudo Comum é um peixe bastante oportunista e normalmente se alimenta de tudo que vê pela frente, desde algas, matéria vegetal, madeira, literalmente qualquer coisa!

Alimentar este peixe é uma tarefa bastante fácil, pois como é onívoro, aceitará uma grande variedade de alimentos. Na natureza, sabe-se que eles se alimentam de algas, plantas, invertebrados, insetos e peixes pequenos.

Em um aquário, eu recomendo que você varie bem na dieta para manter o cascudo saudável. Procure alimentá-lo com rações para peixes de fundo enriquecidas com spirulina, além de vegetais como abobrinha, pepino, alface, couve, vagem e ervilhas.

Dica: Por ser um peixe noturno, é muito importante que você alimente o cascudo um pouco antes das luzes do aquário se apagarem!

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Temperamento / Comportamento

O Cascudo Comum é um peixe bastante dócil e uma excelente escolha para aquários comunitários. No entanto, se ele vir competição por comida, estresse, reprodução e condições atípicas no aquário, pode desenvolver agressividade e se tornar bastante territorial. Embora possa viver junto de outros de sua própria espécie, parece não gostar muito da companhia deles.

Esses peixes geralmente passam a maior parte do tempo nadando bem no fundo do aquário, mas podem ir até a superfície para respirar um pouco de ar de tempos em tempos. Por serem animais noturnos, gostam de passar a maior parte do dia em cavernas formadas com troncos, rochas e demais tipos de decorações, saindo apenas a noite para se alimentar.

Contanto que suas necessidades alimentares sejam atendidas, você não terá problemas com o Cascudo. Escolhendo o tamanho de aquário adequado, bem como criando esconderijos e alimentando-o de forma adequada, ele poderá viver tranquilamente por mais de uma década.

Veja também:

• Cascudo Abacaxi (Pterygoplichthys pardalis);

Compatibilidade

Como já mencionado anteriormente, o cascudo pode se tornar muito agressivo dependendo das condições do aquário. No entanto, ele é um peixe bastante extrovertido e sociável, podendo viver tranquilamente em aquários comunitários.

O Cascudo é um daqueles peixes que se adapta a diferentes parâmetros de água e é sem um dúvida um bom companheiro. Se você está procurando alguns companheiros, precisará evitar algumas espécies, como o Botia Palhaço. Esse peixinho pode oferecer alguma competição para o cascudo, pois é muito rápido e se alimenta no mesmo nível do aquário (região inferior).

Alguns bons companheiros de aquário para o Cascudo Comum incluem, por exemplo:

• Acará Bandeira;
• Tetra Neon;
• Coridoras;
• Guppy;
• Molinésia;
• Peixe Espada;
• Ciclídeos;

Dimorfismo Sexual

Diferenciar o macho e a fêmea do Cascudo Comum não é uma tarefa muito difícil, pois basta olhar o peixe de cima. A fêmea, por exemplo, possui o ventre um pouco mais roliço do que o macho.

Os machos, por outro lado, são maiores e possuem pequenos “espinhos” nas nadadeiras ao longo do corpo. Essas características se acentuam mais em peixes juvenis e em adultos, já que a diferenciação sexual entre filhotes é quase impossível de ser identificada.

Reprodução / Acasalamento

Na natureza, o Cascudo habita a foz de rios e geralmente desova em cavernas e substratos lamacentos nas margens. Para criá-los com sucesso enquanto estão em cativeiro, pode ser necessário replicar as condições selvagens. Você pode fornecer um substrato arenoso onde a fêmea possa depositar os ovos no fundo. Depois que ela colocá-los ,o macho virá para fertilizá-los.

Após a fertilização, o macho ficará responsável por vigiar os ovos por cerca de oito dias até que eclodam. Os alevinos recém-nascidos se alimentarão de uma substância semelhante ao muco secretado pelos pais por cerca de uma semana, e após isso, se tornarão independentes.

Para incentivar a desova do cascudo ofereça uma alimentação reforçada, adicionando alimentos vivos e congelados. Quando a fêmea estiver visivelmente mais roliça (cheia de ovos), realize uma troca parcial de água – cerca de 50% – e levemente mais fria. Aumente a vazão do filtro para se criar uma pequena correnteza e aumente a oxigenação.

Repita os procedimentos acima até que a fêmea desove. Os ovos são aderentes e eclodirão dentro de alguns dias. Os alevinos consumirão o saco vitelino e você poderá alimentá-los com náuplios de artêmias, infusórios e rações específicas.

Configuração do aquário

O aquário para um único Cascudo Comum precisa ter no mínimo 400 litros. Certifique-se de que a água do aquário seja fresca e limpa, livre de quaisquer detritos que possam causar infecções nos peixes. Para o sistema de filtragem, aquele com um fluxo de água rápido é a menor escolha para o cascudo.

Em relação a decoração, você pode adicionar um substrato formado com seixos, cascalho , troncos, plantas e pedras. Certifique-se de formar muitos esconderijos com as decorações, pois o cascudo passa boa parte do dia escondido entre eles. Durante à noite, ele sai para se alimentar e pode ser visto grudado nos vidros do aquário. Ainda sobre o substrato, é importante que você evite substratos pontiagudos, que possam machucar os barbilhões do peixe.

Por fim, sobre a iluminação, o Cascudo Comum parece preferir ambientes mais escuros e, por isso, você deve evitar luzes fortes ou que fiquem ligadas o tempo todo.

Perguntas Frequentes

Um cascudo pode comer outro peixe no aquário?

Sim, o cascudo tem potencial para comer um peixe! Mas também é fato de que ele só comem peixes mortos que estejam no fundo. Não se preocupe! Ele não representa nenhum dano ou ameaça aos peixes saudáveis.

O cascudo pode ajudar na limpeza do aquário?

É compreensível que alguém pense que o cascudo seja um limpador de aquário, só porque mora na região do fundo dele. Embora seja um excelente comedor de algas, restos de comida e tudo o mais, ele não é capaz de eliminar as camadas de algas de todos os cantos.

Portanto, se você deseja manter seu aquário limpo e arrumado, precisará realizar manutenções da mesma forma!

O cascudo pode ser um bom companheiro de aquário para o Betta?

Sim! Cascudos podem ser bons companheiros de aquário para bettas. Embora os bettas sejam conhecidos por sua agressividade, não se preocupe, os cascudos são menos propensos a atacá-los.

Cascudos são muito pacíficos e, devido às suas tonalidades corporais opacas, os bettas não os considerarão uma grande ameaça.

Novamente, os cascudos vivem no fundo e são menos propensos a perseguir os bettas!

Referências Bibliográficas

Fishlore. Aquarium Fish  Information Disponível em: https://www.fishlore.com/freshwaterfish.htm. Acesso em 15 de Out. De 2020;

Burgess, W.E., 1989. An atlas of freshwater and marine catfishes. A preliminary survey of the Siluriformes. T.F.H. Publications, Inc., Neptune City, New Jersey (USA). 784 p. (Ref. 6868);

Dawes, John (2001): «Complete Encyclopedia of the Freshwater Aquarium», Firefly Books Inc., Buffalo, NY, EUA;

Boruchowitz, David E. (2001): «The Simple Guide to Freshwater Aquariums», T. F. H. Publications Inc., Neptune City, NJ, EUA;