O Apisto Panduro (Apistogramma panduro) é um peixe fácil de cuidar e bastante curioso, embora o aquarista precise ficar atento as condições da água do aquário, pois ele costuma ser bem sensível a quaisquer alterações de parâmetros. Por isso, embora não seja difícil cuidar desse peixe, ainda assim é necessário ter um ambiente estável para que ele possa prosperar.
Na natureza, o Apisto Panduro pode ser encontrado na América do Sul, mais especificamente na região do Peru. A espécie costuma viver no rio Ucayali, localizado ao norte do país, onde habita afluentes de fluxo de água lento, e riachos escuros em áreas onde há muita vegetação acumulada no fundo.
Os machos da espécie possuem cor azul-prateada em todo o corpo, com cada escama delineada com uma base de cor carvão. A cabeça do macho adulto, por exemplo, possui coloração marrom clara acima da boca e no maxilar inferior, e seus lábios são grossos.
As fêmeas, no entanto, costumam ser bem diferentes dos machos, principalmente durante os períodos de reprodução, pois suas cores ficam muito mais realçadas. Elas exibem áreas pretas distintas em seus corpos e nos olhos, mas também podem ficar com seus corpos amarelados durante essa época.
Continue lendo o artigo para conhecer as principais características e necessidades da espécie.
Ficha Técnica
Nome: Apisto Panduro, Apistogramma Panduro;
Nome Científico: Apistogramma panduro (Römer, 1997);
Família: Cichlidae;
Origem da Espécie: América do Sul (Bacia do Rio Amazonas, Peru);
Comprimento: Até 5 cm;
Expectativa de Vida: Entre 5 e 10 anos;
Nível de Dificuldade: Moderado;
Parâmetros da Água
pH: Manter entre 4.5 – 6.5;
Dureza da água: Entre 2 – 8;
Temperatura: Manter entre 23 – 26°C;
Características
Alimentação
Carnívoro. Na natureza, o Apisto Panduro se alimenta de pequenos invertebrados e, em cativeiro, é importante manter uma dieta nutritiva para que o peixe possa se manter saudável.
Abaixo, estão alguns dos principais alimentos que a espécie irá aceitar. Sobretudo, certifique-se de selecionar itens de boa qualidade e que estejam livres de produtos químicos:
- Rações em flocos ou pellets de alta qualidade;
- Bloodworms;
- Artêmias;
- Dáfnias;
Opte por alimentá-los com alimentos que afundam, pois eles gostam de procurar a comida no substrato, portanto, preferem rações em pellets. Além disso, certifique-se também de fornecer pouca ração, ao invés de grandes quantidades, pois isso ajuda a manter a qualidade da água por mais tempo.
Temperamento / Comportamento
O Apisto Panduro é considerado um peixe pacífico, embora possa se tornar territorial quando se reproduz. As fêmeas, por exemplo, vão procurar criar seus próprios territórios, daí a importância de montar barreiras visuais dentro do aquário para evitar possíveis agressões.
O ideal é mantê-los em pares, pois não há a necessidade de criá-los em um harém formado por um macho e várias fêmeas, pois eles são monogâmicos. Isso significa que uma vez que tenham escolhido suas parceiras, viverão ao lado delas pra sempre.
Compatibilidade
Se você adquiriu o Apisto Panduro na natureza, ele será agressivo e não irá aceitar nenhum outro peixe no aquário. No entanto, um peixe que foi criado em cativeiro é muito mais pacífico e irá aceitar a companhia de outras espécies.
Alguns bons companheiros de aquário para o Apisto Panduro incluem, por exemplo:
- Coridoras;
- Tetras;
- Limpa vidros;
- Peixes do gênero Nannostomus;
Você deve evitar colocá-los com espécies maiores ou mais agressivas. Então, evite Botias, Acará Bandeira, Cascudos, Bettas, killifish, entre outros.
Dimorfismo Sexual
É bastante difícil diferenciar os machos das fêmeas quando ainda são peixes jovens; no entanto, os machos são maiores, mais coloridos e desenvolvem barbatanas maiores do que as fêmeas.
Acasalamento / Reprodução
O Apisto Panduro costuma desovar próximo ao substrato, onde coloca seus ovos em fendas e cavidades entre as decorações. A fêmea fica responsável por cuidar dos ovos e alevinos após a desova e, em aquários menores, pode ser necessário remover o macho, pois ele pode ficar bastante agressivo.
Se você está planejando criar um casal dessa espécie, o melhor jeito é adquirir peixes jovens e deixar que eles formem pares naturalmente. Quando o casal atingir a maturidade, por exemplo, você pode condicioná-los com uma variedade de alimentos vivos e congelados.
O aquário de reprodução ideal precisa ter luz moderada, um substrato de areia, assim como também muitos esconderijos formados com rochas e plantas.
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Geralmente os ovos são colocados no teto de cavernas, e estes ficarão sob os cuidados da fêmea, enquanto o macho ficará do lado de fora defendendo-o. A eclosão ocorre em cerca de 2 – 4 dias, dependendo da temperatura da água.
Os alevinos exigem alimentos bem pequenos, como náuplios de artêmias. Caso a desova tenha acontecido em um ambiente comunitário, o ideal é alimentar os outros peixes na extremidade oposta ao mesmo tempo em que alimenta os alevinos do outro lado para evitar estresse, pois a fêmea estará tentando proteger seus filhotes à todo custo.
Configuração do aquário
Embora o Apisto Panduro seja um peixe pequeno em tamanho, ainda assim a espécie precisa de um aquário grande para se manter saudável e feliz. Você pode manter um casal da espécie em um aquário com no mínimo 60 litros.
Certifique-se de fornecer aos peixes uma filtragem adequada, pois a água limpa é a chave para a saúde desses animais. Quanto menor for o ambiente, mais você deverá realizar trocas parciais de água. Além disso, lembre-se de que eles não gostam de ambientes com águas muito agitadas.
O Apisto Panduro prefere aquários com muito esconderijos e plantas. Portanto, capriche na decoração para criar o melhor ambiente possível para ele. Então, adicione plantas, troncos e rochas para que o peixe possa ter locais para se esconder.
Referências Bibliográficas
Kullander, S.O., 2003. Cichlidae (Cichlids). p. 605-654. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil. (Ref. 36377)