O Ciclídeo Trimaculado (Cichlasoma Trimaculatum) é um lindo peixe nativo da região da América Central. Ele é famoso por sua coloração amarelada e barbatanas alongadas e fluidas. Considerado um animal relativamente grande, a espécie requer grandes espaços para viver confortavelmente e deve ser criada por aquaristas que já possuam uma boa experiência no hobby.
Abaixo, confira um guia de cuidados completo sobre o Ciclídeo Trimaculado. Aprenda como alimentar esse peixe, suas características físicas e comportamentais, além de processos como a reprodução e configuração de aquário.
Ficha Técnica do Ciclídeo Trimaculado
Nome: Ciclídeo Trimaculado, Three Spot Cichlid, Trimac Cichlid;
Nome Científico: Cichlasoma Trimaculatum (Günther, 1867);
Família: Cichlidae;
Origem da Espécie: América Central;
Comprimento: Até 36,5 cm;
Expectativa de Vida: Até 12 anos;
Nível de Dificuldade: Moderado;
Parâmetros da Água
pH: Manter entre 6.5 – 7.5;
Dureza da água: Entre ? – 15;
Temperatura: Manter entre 21 – 30°C;
Características
Distribuição e Habitat
O Ciclídeo Trimaculado é um peixe nativo da América Central e Norte. Ele habita partes ocidentais do México, Guatemala e El Salvador, existindo populações selvagens até mesmo em algumas regiões dos Estados Unidos.
Na natureza, a espécie vive basicamente em rios com águas de fluxo lento próximas das planícies costeiras do Pacífico. Além disso, prefere locais de substrato lamacento, onde passa boa parte do tempo em meio a raízes, galhos e vegetação submersa.
Aparência / Dimorfismo Sexual
O Ciclídeo Trimaculado é um peixe que pode atingir até 36,5 centímetros de comprimento e viver por até 12 anos sob bons cuidados. Com um corpo relativamente pesado, sua coloração base possui uma tonalidade amarelada ou esverdeada. Além disso, ele também têm manchas distintas nas laterais, o que o diferencia de outras espécies de ciclídeos.
Os machos são muito maiores do que as fêmeas, possuem barbatanas pontiagudas estendidas, e são relativamente mais escuros, com três pontos brilhantes na barbatana dorsal. Fora isso, eles também apresentam manchas vermelhas atrás das guelras e podem desenvolver uma protuberância nucal. As fêmeas, por outro lado, são mais claras, com manchas mais fracas nas nadadeiras dorsais. No entanto, às vezes, elas também podem ficar um pouco mais escuras.
Os espécimes jovens não possuem cores vibrantes, mas passam por uma transformação dramática à medida que ficam mais velhos. Os adultos são coloridos, com os machos normalmente tendo tons mais brilhantes do que as fêmeas.
Diferenciar o macho e a fêmea pode ser complicado quando eles ainda são jovens, mas sua diferença de tamanho é óbvia à medida que crescem – os machos ficam muito maiores do que as fêmeas. Além disso, as fêmeas possuem uma mancha preta no meio da nadadeira dorsal.
Alimentação
Carnívoro. O Ciclídeo Trimaculado é um predador voraz que se alimenta de uma variedade enorme de peixes pequenos e insetos terrestres e aquáticos.
Em um aquário, a dieta do peixe deve ser bem variada. Você pode alimentá-lo com alimentos ricos em proteínas, como camarões mysis, bloodworms e tubifex. Além disso, você também pode complementar a dieta fornecendo vegetais frescos como pepino, abobrinha e ervilha.
Rações em pellets ou flocos de alta qualidade são um excelente alimento básico para o Ciclídeo Trimaculado. Abaixo, você pode conferir algumas das melhores rações disponíveis para este peixe:
No products found.
Temperamento / Comportamento
O Ciclídeo Trimaculado é um peixe agressivo e não vai tolerar facilmente outros companheiros de aquário. Portanto, eu recomendo que você o mantenha sozinho ou em pares.
Compatibilidade
É possível manter o Ciclídeo Trimaculado junto de outros peixes em aquários comunitários. Mas você precisa tomar bastante cuidado! Escolha apenas ciclídeos robustos da América Central que possam suportar um pouco de abuso deles.
Assim como muitos ciclídeos, os problemas de comportamento podem não aparecer até que os peixes atinjam a fase adulta. Então, esteja pronto para separar os peixes caso o espaço fique pequeno demais para eles.
Alguns bons companheiros de aquário para o Ciclídeo Trimaculado incluem, por exemplo:
Acasalamento / Reprodução
Reproduzir o Ciclídeo Trimaculado em aquários não é algo realmente difícil. No entanto, obter espécimes verdadeiros é mais complicado, pois a maioria dos peixes disponíveis em lojas são híbridos conhecidos como Flowerhorn.
Caso você tenha a sorte de encontrar uma fonte confiável, procure comprar um grupo de 6 a 8 peixes jovens e deixe-os crescerem juntos. Então, depois de totalmente crescidos, você terá pares que colocarão ovos em superfícies planas.
O Ciclídeo Trimaculado é uma espécie que põe ovos; uma fêmea pode colocar mais de 1.000 ovos, dependendo do tamanho. Depois que os ovos são postos pela fêmea, o macho vem para fertilizá-los. Ambos os pais ficam responsáveis por cuidar dos ovos até que eclodam.
Quando os alevinos começarem a nadar livremente, poderão ser alimentados com artêmias ou rações em pellets trituradas.
Configuração do aquário
O aquário para o Ciclídeo Trimaculado precisa ter no mínimo 470 litros para um casal. Embora seja um peixe fácil de cuidar, ele costuma ficar relativamente grande e pode ser um desafio para um aquarista inexperiente.
O habitat natural do Ciclídeo Trimaculado pode variar na natureza. A maioria dos espécimes são encontrados em rios de fluxo lento, com substrato lamacento ou arenoso. Então, eu recomendo que você adicione um substrato de areia fina, além de um sistema de filtragem que seja forte o suficiente para eliminar os resíduos gerados pelo peixe, mas que não cause muita agitação na água.
Em relação a decoração, você pode montar o aquário com muitas rochas e troncos. Eu não recomendo a adição de plantas, pois estes peixes são conhecidos por reorganizar as decorações, então provavelmente arrancarão as plantas do lugar.
Referências Bibliográficas
Kullander, S.O., 2003. Cichlidae (Cichlids). p. 605-654. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil. (Ref. 36377);
Baensch, H.A. and R. Riehl, 1985. Aquarien atlas. Band 2. Mergus, Verlag für Natur-und Heimtierkunde GmbH, Melle, Germany.;