A Colisa Labiosa (Trichogaster labiosa) é uma espécie muito bonita e uma boa adição aos aquários comunitários. Quando adultas, possuem uma coloração alaranjada ou marrom enferrujado, acentuada com bordas laranjas ou vermelhas. O termo “labiosa” se refere aos lábios grossos desse peixe.
Assim como o peixe betta, a Colisa Labiosa possui um órgão chamado labirinto, que faz com que tenham a capacidade de retirar o ar da superfície. Além disso, costumam ser bem resistentes e fáceis de criar, ideais para quem está iniciando.
Essa espécie costuma ser bastante pacífica e uma vez que esteja aclimatada ao aquário, suas cores irão se realçar. Portanto, para que se sintam bem, você deve ter um grupo com no mínimo cinco colisas.
Ficha Técnica
Nome: Colisa Labiosa, Thick lip Gourami, Dwarf Gourami
Nome Científico: Trichogaster labiosa (Day, 1877)
Família: Osphronemidae
Origem da Espécie: Myanmar
Comprimento: Até 9 cm
Expectativa de Vida: Até 3 anos
Parâmetros da Água
pH: Manter o pH da água entre 6.0 – 7.5
Dureza da Água: 4° – 10° dH
Temperatura: Manter entre 22°C – 28°C
Características
Nível de Cuidado: Iniciante;
Alimentação: A Colisa Labiosa aceita a grande maioria das rações disponíveis nos pet shops. No entanto, elas costumam adorar alimentos vivos e congelados, como bloodworms, dáfnias, artêmias e larvas.
Temperamento / Comportamento: Essa espécie é uma das melhores para se manter em aquários comunitários, uma vez que podem viver muito bem em grupos com no mínimo 5 indivíduos e, dificilmente, serão agressivas com qualquer outra espécie no aquário.
Compatibilidade: Como são muito tímidas, as colisas labiosas devem conviver com outros peixes tranquilos e não agressivos.
Elas podem viver com rásboras, paulistinhas, tetras, limpa-vidros, coridoras, entre outros.
Reprodução / Acasalamento: Assim como a maioria dos peixes anabantídeos, a Colisa Labiossa é um excelente construtor de ninhos de bolas.
Para reproduzi-las monte um aquário separado apenas para fins de desova. Configure-o para que seja bem raso, adicione plantas flutuantes e também algumas outras plantas de folhas finas para fornecer cobertura para a fêmea.
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Utilize um filtro de esponja com fluxo de água bem suave, evitando grandes agitações na superfície. O aquário deve ter uma tampa bem justa, pois os filhotes precisam de acesso a uma camada de ar mais quente e úmida, caso contrário, podem ter o desenvolvimento do órgão labirinto prejudicado.
Mantenha os pais separados nas semanas que antecedem a reprodução, pois isso irá evitar qualquer tentativa indesejada e protegerá a fêmea do macho até que ela esteja em condições.
Quando a fêmea estiver visivelmente redonda com ovos, coloque-a no aquário de reprodução. Adicione o macho alguns dias depois. As cores do macho irão se realçar assim que se encontrarem no aquário e ele começará a trabalhar em um grande ninho de bolas entre as plantas flutuantes. O macho pode ficar se exibindo para a fêmea enquanto constrói o ninho, e caso ela tenha algum interesse, irá se aproximar dele para desovar.
A desova ocorre sob o ninho no típico abraço nupcial, muito comum em peixes do gênero. Conforme os ovos vão sendo liberados, o macho os recolhe com a boca e solta no ninho de bolhas.
Após a desova completa, o macho assumirá o papel de guardar e cuidar da ninhada. Ainda assim, ele se mantém pouco agressivo com sua companheira do que com outros peixes, mas é melhor removê-la do aquário.
A eclosão dos ovos ocorre entre 24 – 36 horas após a desova e os alevinos começarão a nadar a partir do 3° dia. Além disso, eles são muito pequenos e devem ser alimentados com infusórios ou alimentos líquidos para alevinos durante a primeira semana.
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Depois que crescem, aceitam náuplios de artêmias, bloodworms e rações em flocos trituradas.
Matenha o aquário bem coberto ao longo dos estágios iniciais, para que o órgão labirinto possa se desenvolver da forma correta.
Tamanho do aquário: O aquário precisa ter no mínimo 70 litros para um pequeno grupo com 5 colisas. Além disso, deve ser bem plantado e com um substrato escuro.
Como elas são tímidas e bem lentas, precisam de cavernas e fendas para que possam se esconder. Adicione plantas flutuantes para fornecer mais segurança e imitar as condições de seu habitat natural.
As colisas labiosas não gostam de águas muito agitadas, portanto, o filtro deve ter movimentação suave.
Referências Bibliográficas
Rüber, L., R. Britz and R. Zardoya, 2006. Molecular phylogenetics and evolutionary diversification of labyrinth fishes (Perciformes: Anabantoidei). Syst. Biol. 55(3):374-397. (Ref. 58343)