O Julie Dourado (Julidochromis ornatus) é uma espécie de ciclídeo endêmico do Lago Tanganica, sendo encontrado apenas na Costa Norte e ao Sul do lago em ambientes rochosos.
Esses peixes costumam ser bastante territoriais, mas podem viver muito bem em casais. Além disso, eles são uma boa adição aos aquários comunitários, já que costumam se dar bem com outras espécies de ciclídeos.
Evite apenas realizar alterações no aquário com muita frequência, como alterar a disposição de plantas e rochas, pois eles são muito sensíveis a essas mudanças.
A espécie costuma ser muito popular entre seus criadores, já que são fáceis de acasalar e reproduzir. Certifique-se apenas de que o aquário possua muitas rochas e esconderijos.
Ficha Técnica
Nome: Julie Dourado, Julie Amarelo
Nome Científico: Julidochromis ornatus (Boulenger, 1898)
Família: Cichlidae
Origem da Espécie: África, Lago Tanganica (Região Norte)
Comprimento: Até 8.5 cm
Expectativa de Vida: Até 7 anos
Parâmetros da Água
pH: Manter o pH da água entre 7.7 – 9.0
Dureza da Água: 9° – 19° dH
Temperatura: Manter entre 23°C – 26°C
Características
Nível de Cuidado: Moderado;
Alimentação: Onívoro. Forneça alimentos vivos, assim como também algas naturais, alface, spirulina em flocos, alimentos congelados, peixes em pedaços e mingau caseiro.
Temperamento / Comportamento: O Julie Dourado é um peixe bastante territorial, mas costuma viver bem em casais. No entanto, por mais que seja pacífico com os outros peixes, costuma atacar membros da mesma espécie com muita violência.
Para que possa viver bem, o aquário deve possuir muitas cavernas ou fissuras para que ele possa se esconder. Se o aquário for muito grande e tiver muitos esconderijos, você pode adicionar até mesmo mais de um macho, porém não recomendados por conta da agressividade.
De um modo geral, são animais sensíveis a mudanças no aquário. Então, qualquer mudança de layout, como replantar, reorganizar rochas deve ser feito com muito cuidado, porque eles ficam muito estressados, e um casal pode chegar até mesmo a se separar, ou na pior das hipóteses um atacar o outro.
Veja também:
Compatibilidade: Como já mencionamos anteriormente, eles são intolerantes com outros machos da mesma espécie, então, procure adicioná-los apenas com outros ciclídeos do Lago Tanganica.
Reprodução / Acasalamento: Sua reprodução é relativamente fácil e ainda consegue reproduzir várias gerações de filhotes consecutivamente, ao mesmo tempo que as posturas variam de 30 a 50 ovos.
No entanto, para garantir a reprodução, devemos ter parâmetros que sejam mais próximos a estes: temperatura de água acima de 25°C, pH acima de 8 e dureza de 15°gH.
O casal vai desovar secretamente em uma caverna, com a fêmea botando até 100 ovos (mas geralmente muito menos) na parede ou no teto dela. É muito difícil você saber quando eles desovaram, mas fique atento ao comportamento. Se notar o casal com muita atividade próximo à caverna, é sinal de que estão protegendo os ovos.
Os ovos eclodem em cerca de 3 dias. Os filhotes nascem com o saco vitelino e não precisam ser alimentados nos primeiros dias, então, após a absorção do saco vitelino, os alevinos podem ser alimentados com náuplios de artêmia.
O cuidado dos pais com os filhotes dura bastante tempo e eles podem permanecer assim até que atingam 3 centímetros de comprimento. Neste ponto, os adultos devem ser removidos, pois podem se voltar contra eles.
Tamanho do aquário: O aquário precisa ter no mínimo 80L para um casal, mas se tiver mais de 150 litros, você pode adicionar outras espécies, dando preferência às do Lago Tanganica. Sobretudo, procure adicionar muitos esconderijos (troncos ocos, rochas formando cavernas, etc) e um substrato arenoso no qual ele possa cavar.
Referências Bibliográficas
Maréchal, C. and M. Poll, 1991. Julidochromis. p. 202-205. In J. Daget, J.-P. Gosse, G.G. Teugels and D.F.E. Thys van Audenaerde (eds.) Check-list of the freshwater fishes of Africa (CLOFFA). ISNB, Brussels; MRAC, Tervuren; and ORSTOM, Paris. Vol. 4. (Ref. 5651)