O Lamprologus Ocelado (Lamprologus ocellatus) é um lindo ciclídeo muito pequeno e fácil de cuidar, embora precise de água de alta qualidade para prosperar. A espécie se tornou muito popular no hobby de aquarismo nos últimos anos, mas é um pouco rara em lojas devido à sua taxa de crescimento lenta.
Nativo do Lago Tanganica, na África, o Lamprologus Ocelado costuma habitar as áreas costeiras, onde os leitos de areia fina ou fundos lamacentos estão repletos de conchas vazias do caramujo nativo da região, Neothauma tanganyicense. Esse peixe evoluiu ao longo do tempo para utilizar essas conchas para fins de habitação e reprodução, daí o nome “Shell-dweller” (em tradução, “Morador de concha”).
Continue lendo o artigo para conhecer as principais características e necessidades da espécie.
Ficha Técnica
Nome: Lamprologus Ocelado, Ocellated Lamprologus, Gold Ocellatus, Ocellated Shell-dweller;
Nome Científico: Lamprologus ocellatus (Steindachner, 1909);
Família: Cichlidae;
Origem da Espécie: África (Lago Tanganica);
Comprimento: Até 6 cm;
Expectativa de Vida: Entre 5 e 8 anos;
Nível de Dificuldade: Moderado;
Parâmetros da Água
pH: Manter entre 8.0 – 9.0;
Dureza da água: Entre 9 – 19;
Temperatura: Manter entre 23 – 25°C;
Características
Aparência
O L. Ocelado possui coloração cinza com uma mancha azulada iridescente em sua lateral. Suas barbatanas dorsais e anais, dependendo do indivíduo, são revestidas de branco, laranja ou uma combinação dos dois, mas há também uma variedade dourada da espécie.
Alimentação
O Lamprologus Ocelado não é um peixe difícil de alimentar, portanto, você pode usar rações em flocos de alta qualidade como parte de sua dieta principal. Além disso, você também pode fornecer alguns alimentos vivos ou congelados, como bloodworms, dáfnias e artêmias.
Abaixo, confira algumas das principais rações disponíveis para o Lamprologus Ocelado:
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Temperamento / Comportamento
Em relação ao comportamento, o L. Ocelado é um morador de concha e é considerado um peixe bastante territorial, ficando perto de suas conchas e protegendo o seu território o tempo todo. Portanto, lembre-se que ele irá atacar quaisquer peixes ou invertebrados que se aventurarem a chegar perto de seus domínios.
Além disso, essa espécie de peixe passa o tempo brincando e cavando o substrato. Para cavar, ele coloca sua barriga na superfície e se mexe bem rapidamente, jogando areia para todos os lados.
Eu recomendo que você mantenha apenas um macho e várias fêmeas para evitar ele fique assediando apenas uma delas o tempo todo.
Compatibilidade
A primeira coisa que você precisa saber é que não é uma boa ideia manter o Lamprologus Ocelado com invertebrados pequenos e delicados, pois com toda certeza ele irá atacá-los se tiver a possibilidade.
Eu recomendo que você adicione-o com espécies que habitam outras áreas do aquário. Algumas boas escolhas incluem outros moradores de conchas como, por exemplo, Neolamprologus brichardi ou espécies menores de Julidochromis e de águas abertas como Cyprichromis.
Dimorfismo Sexual
A diferença entre os machos e as fêmeas é que eles costumam ser maiores do que elas. Os machos, por exemplo, atingem cerca de 5,1 centímetros, enquanto as fêmeas não passam dos 3,8 centímetros.
Além disso, as pontas das barbatanas anais e dorsais das fêmeas são geralmente brancas, enquanto as dos machos costumam ser douradas. Em relação ao comportamento de ambos, os machos são muito mais agressivos e atacam qualquer coisa que invada seu território.
Acasalamento / Reprodução
A reprodução do Lamprologus Ocelado é bastante fácil. Ele pode se reproduzir, por exemplo, até mesmo em aquários comunitários.
Para instigar a desova eu recomendo que você monte um aquário com muitas conchas de caramujos, pois as fêmeas colocarão seus ovos nelas. A água deve ser dura e alcalina com um pH na faixa de 8.0 e 8.5, e a temperatura entre 23 – 25°C. Além disso, você deve manter várias fêmeas para um único macho e espaçar as conchas, pois isso ajuda a reduzir os níveis de agressividade dele. Procure condicioná-los com uma dieta enriquecida com alimentos vivos e congelados.
As fêmeas tentarão chamar a atenção dos machos se exibindo na entrada de suas conchas, que geralmente ficam enterradas apenas com a entrada visível. Quando um macho fica interessado, a fêmea vai até a concha e deposita seus ovos. Assim que termina de depositá-los, ela sai um pouco de perto e o macho libera seu esperma, que é “sugado” para dentro da concha pela ação da fêmea.
Veja também:
Após a fertilização, o macho não desempenha nenhum papel no cuidado dos filhotes e não é mais bem-vindo no território da fêmea. Ela irá ficar “sentada” na concha, tapando a entrada e abanando os ovos com as barbatanas.
A eclosão dos filhotes ocorre em cerca de 3 dias, e eles começam a nadar livremente pelo aquário por volta do décimo dia.
Os filhotes podem ser alimentados com náuplios de artêmias ou microvermes, uma vez que estejam nadando livremente. Eu recomendo que você coloque-os em um aquário separado nesta fase para garantir uma melhor taxa de sobrevivência, pois embora os pais geralmente não os comam, outros peixes que estejam junto deles podem se aproveitar da situação.
Configuração do aquário
O aquário precisa ter no mínimo 40 litros para um macho e três fêmeas.
A principal característica que você precisa saber sobre o Lamprologus Ocelado é que ele é um “morador de concha”. Isso quer dizer que ele irá se agarrar a qualquer concha vazia que encontrar dentro do aquário. Portanto, é imprescindível que você monte um ambiente com pelo menos duas conchas para cada peixe.
O substrato para o aquário do L. Ocelado pode ser de areia bem fina. Na verdade, o substrato não é absolutamente necessário, mas é interessante notar o comportamento desse peixe na hora de tentar criar valas ao redor de suas conchas, ajustando sua posição da melhor maneira possível.
Além das conchas, capriche também adicionando outros tipos de decorações como, por exemplo, troncos e rochas para criar barreiras na linha de visão desses peixes, pois isso ajuda a evitar que eles fiquem muito agressivos com outros peixes.
Referências Bibliográficas
Maréchal, C. and M. Poll, 1991. Lamprologus. p. 218-225. In J. Daget, J.-P. Gosse, G.G. Teugels and D.F.E. Thys van den Audenaerde (eds.) Check-list of the freshwater fishes of Africa (CLOFFA). ISNB, Brussels; MRAC, Tervuren; and ORSTOM, Paris. Vol. 4. (Ref. 5654);
