O Miguelinho (Exodon paradoxus) é um peixe da família dos caracídeos conhecido por ser uma espécie bastante cruel, bem mais do que as famosas piranhas.
Esses animais possuem um comportamento bastante peculiar, mas são resistentes e vivem bem com outros membros de sua espécie em grandes aquários. Mas fique ciente de que eles podem atacar peixes maiores como alguns ciclídeos e intimidá-los até que eles fiquem doentes por conta do estresse gerado.
Quando esses peixes são mantidos com outras espécies (até mesmo outros tetras), podem arrancar suas escamas e comer, por isso, nem é preciso mencionar que eles não são recomendados para serem mantidos em aquários comunitários.
O Miguelinho não é um peixe muito exigente em relação aos parâmetros de água. Eles se dão bem nas mesmas condições de água que servem para inúmeros peixes tropicais sul-americanos.
Ficha Técnica
Nome: Miguelinho, Bucktooth Tetra
Nome Científico: Exodon paradoxus (Müller & Troschel, 1844)
Família: Characidae
Origem da Espécie: Bacias dos Rios Amazonas e Tocantins, mas também são encontrados nas Guianas.
Comprimento: Até 7.5 cm (na natureza atingem cerca de 15 cm)
Expectativa de Vida: Mais de 10 anos
Parâmetros da Água
pH: Manter o pH da água entre 5.5 – 7.5
Dureza da Água: 0° – 15° dH
Temperatura: Manter entre 23°C – 28°C
Características
Nível de Cuidado: Moderado;
Alimentação: O Miguelinho é um peixe carnívoro, já que na natureza se alimenta principalmente de escamas de peixes e insetos.
Aquaristas costumam fornecer peixes vivos ou mortos para alimentar essa espécie. Mas, de qualquer forma, você também pode fornecer outros alimentos ricos em proteínas para mantê-los saudáveis.
Portanto, procure fornecer artêmias, bloodworms, minhocas e insetos.
Nota: Alguns peixes podem aceitar rações industrializadas, mas não espere que eles fiquem satisfeitos comendo apenas esse tipo de alimento. A chave para a alimentação do Miguelinho é fornecer alimentos ricos em proteínas!
Temperamento / Comportamento: Como mencionamos antes, o Miguelinho não é um bom peixe para viver em aquários comunitários. Além disso, eles precisam estar sempre em grandes grupos com pelo menos 12 peixes. Se você tiver um aquário muito grande, não tenha medo de formar um grupo de 25 a 50 indivíduos.
Em grandes grupos, eles vivem bem e não se voltam uns contra os outros. Ao invés disso, eles se unirão e concentrarão sua atenção em qualquer outro peixe que esteja no aquário.
Como são animais muito ativos, nadarão ao redor do aquário para explorar e se exercitar.
Compatibilidade: Devido à sua natureza agressiva, o Miguelinho não deve viver com outras espécies. Embora não sejam os maiores peixes da região, um grupo desses animais pode facilmente matar peixes maiores. Então, quaisquer outras espécies que estiverem no aquário irão virar comida.
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Reprodução / Acasalamento: A reprodução do Miguelinho em cativeiro é possível, mas extremamente rara. Caso queira reproduzi-los, é melhor tentar em um aquário separado.
Monte um pequeno aquário de reprodução com parâmetros semelhantes ao aquário principal. Adicione plantas de folhas finas, pois o Miguelinho costuma dispersar seus ovos em meio as folhas.
Procure condicionar os peixes com uma dieta rica em proteínas durante vários dias antes de tentar reproduzi-los. Em seguida, selecione um par da espécie e mova-os para o aquário de reprodução.
Para iniciar o processo de desova, você pode realizar uma troca parcial de água de cerca de 50 por cento. Contudo, utilize água um pouco mais quente para simular as mudanças de temperatura da estação de reprodução.
Caso você tenha muita sorte, a fêmea irá espalhar os ovos pelo aquário. Quando isso acontecer, remova os pais para dar aos ovos uma chance de sobrevivência.
Por fim, os ovos eclodirão em dois ou três dias e quando os filhotes estiverem nadando pelo aquário, você poderá alimentá-los com náuplios de artêmias.
Tamanho do aquário: O aquário precisa ter no mínimo 200 litros para um grupo de 12 peixes da espécie. Além disso, eles não ligam muito para a formação de esconderijos, mas ainda assim gostam de ter um ambiente com algum tipo de vegetação.
Portanto, procure adicionar algumas plantas resistentes, como samambaias de java e amazonenses. Mas evite superlotar o aquário com plantas, mantenha apenas na regiões periféricas, já que esses peixes são bastante ativos.
Para o substrato, utilize um tipo de cascalho ou areia escura. Esses peixes gostam de ficar na região do meio e topo do aquário, mas podem se aventurar na parte inferior para se alimentar.
Referências Bibliográficas
Géry, J., 1977. Characoids of the world. Neptune City ; Reigate : T.F.H. [etc.]; 672 p. : ill. (chiefly col.) ; 23 cm. (Ref. 598)