O Neolebias de Ansorge (Neolebias ansorgii) foi um pequeno peixe bastante popular nas décadas de 1950 e 1960. Hoje em dia, infelizmente é raramente visto no comércio de peixes ornamentais. A espécie é encontrada em praticamente toda a região da África Central e habita pântanos e pequenas lagoas e riachos com muita vegetação, mas é comumente esquecida ou vive em locais onde não possa ser coletada de forma eficaz.
Esses peixes são particularmente muito delicados e são ideais para aquários pequenos, pois na companhia de peixes maiores eles podem se tornar tímidos e pálidos. Além disso, o aquário para esses peixes deve ter pouca iluminação, já que isso também pode fazer com que eles fiquem tímidos e percam suas cores.
Continue lendo esse artigo para conhecer um pouco mais sobre essa interessante espécie de água doce.
Ficha Técnica
Nome: Neolebias de Ansorge, Ansorge’s Neolebias
Nome Científico: Neolebias ansorgii (Boulenger, 1912)
Família: Distichodontidae
Origem da Espécie: África; Encontrado desde o delta do Níger até as porções mais baixas do Rio Congo; Presente nos camarões, Gabão, República Do Congo, assim como também em Cabinda;
Comprimento: Até 2,6 cm
Expectativa de Vida: Entre 3 – 5 anos
Nível de Dificuldade: Moderado;
Parâmetros da Água
pH: Manter o pH da água entre 5.0 – 6.0
Dureza da Água: 5° – 12° dH
Temperatura: Manter entre 24°C – 28°C
Características
Alimentação
Onívoro. O Neolebias de Ansorge irá aceitar a maioria dos alimentos disponíveis para peixes ornamentais. Por isso, você pode fornecer uma ração em flocos triturada de alta qualidade, assim como também alimentos vivos e congelados, como artêmias e dáfnias.
Temperamento / Comportamento
Essa espécie costuma ser muito tímida e passa boa parte do tempo escondida no aquário.
Eles vivem melhor em grupos em aquários montados especificamente para eles, pois não toleram a companhia de nenhuma outra espécie.
Compatibilidade
Se você optar por manter o Neolebias de Ansorge em aquários comunitários, fique ciente de que eles passarão a maior parte do tempo escondidos. Contudo, isso pode ocorrer mesmo nos casos em que você tenha adicionado outros peixes pacíficos.
Então, em relação a compatibilidade, não recomendamos que você adicione qualquer outra espécie no aquário.
Reprodução / Acasalamento
A desova desses peixes é raramente alcançada em aquários e há pouca informação sobre o tema.
Veja também:
Os peixes devem ser condicionados com alimentos vivos e você deve selecionar o macho que possua as melhores cores e a fêmea mais gordinha. Então, coloque os dois peixes em um aquário pequeno com um fundo feito com musgos de java pois os ovos cairão por entre suas folhas, evitando que os pais os alcancem e os comam.
Deixe o aquário mal iluminado e a água com o pH por volta de 6.0.
O macho irá perseguir a fêmea e eles irão desovar lado a lado com um movimento trêmulo. Até 300 ovos podem ser depositados por uma única fêmea ao longo de um período de vários dias, embora 50 – 100 ovos seja o mais comum.
Os ovos são muito pequenos quando depositados, mas incham um pouco à medida que absorvem água. Os alevinos, por sua vez, eclodem em cerca de 24 horas e começam a nadar pelo aquário por volta de 2 – 3 dias.
Os filhotes são minúsculos e devem ser alimentados com infusórios. Após mais ou menos uma semana, você conseguirá alimentá-los com náuplios de artêmias ou microvermes.
Configuração do aquário
O aquário precisa ter no mínimo 40 litros para um cardume desses peixes, mas lembre-se que o Neolebias de Ansorge não prospera em aquários bem iluminados. Portanto, se você é fã de aquários plantados, certifique-se de adicionar uma vegetação densa tanto no fundo do aquário quanto na superfície dele. Além disso, adicione troncos e outros tipos de decoração para fornecer esconderijos.
Por fim, o ideal também é adicionar algumas folhas de amendoeira para manchar um pouco a água e deixá-la com um aspecto de cor de chá para simular um pouco o habitat natural desses peixes.
Referências Bibliográficas
Daget, J. and J.-P. Gosse, 1984. Distichodontidae. p. 184-211. In J. Daget, J.-P. Gosse and D.F.E. Thys van den Audenaerde (eds.) Check-list of the freshwater fishes of Africa (CLOFFA). ORSTOM, Paris and MRAC, Tervuren. Vol. 1. (Ref. 7094)
