O Peixe Beijador (Helostoma temminckii) é conhecido por ser um animal semi-agressivo, embora alguns espécimes possam ser considerados pacíficos. A espécie, que é considerada muito bonita e resistente, deve ser criada apenas por aquaristas que já possuem um certo nível de experiência no hobby, devido ao seu tamanho e necessidade de espaço.
Na natureza, o Peixe Beijador é encontrado em todo o sudeste asiático, incluindo Vietnã, Tailândia, Sumatra e Camboja, onde costuma habitar águas calmas e lentas, como as de lagos e pântanos. Além disso, a espécie também pode ser vista em rios de águas escuras com vegetação densa.
Devido às flutuações frequentes nos parâmetros de água que ocorrem naturalmente em seus habitats naturais, durante as estações chuvosas e secas, o Peixe Beijador desenvolveu um órgão chamado Labirinto, que assim como o Betta, consegue tirar o ar da atmosfera para respirar. Essa adaptação é perfeita no casos onde os níveis de oxigênio são muito baixos, o que ocorre com bastante frequência nos habitats naturais da espécie.
A variedade mais comum encontrada em lojas de aquarismo é a rosa, mas há também alguns espécimes com tons mais esverdeados. Seus lábios distintos são usados para aumentar a quantidade de comida que ele consegue sugar na superfície. Uma articulação extra permite que ele aumente o ângulo da boca, enquanto os dentes pequenos ajudam a raspar algas. Acredita-se que o Peixe Beijador usa esses lábios para estabelecer territórios sobre outros peixes da espécie.
Continue lendo o artigo para conhecer as principais características e necessidades da espécie.
Ficha Técnica
Nome: Peixe Beijador, Kissing Gourami, kissing fish, kissers;
Nome Científico: Helostoma temminckii (Cuvier, 1829);
Família: Helostomatidae;
Origem da Espécie: Ásia (Tailândia e Indonésia);
Comprimento: Em cativeiro até 18 cm;
Expectativa de Vida: Até 15 anos;
Nível de Dificuldade: Moderado;
Parâmetros da Água
pH: Manter o pH da água entre 6.0 – 8.0;
Dureza da Água: Entre 5 – 19 dH;
Temperatura: Manter entre 22 – 28°C;
Características
Alimentação
Onívoro. Na natureza, o Peixe Beijador obtém seu alimento raspando algas e pegando qualquer tipo de alimento vivo que possa cair na superfície da água. Devido às adaptações em sua boca, esse peixe não é capaz de mastigar e engolir alimentos maiores. Isso significa que quaisquer alimentos vivos ou congelados, devem ser pequenos o suficiente para que ele possa engolir de forma adequada.
Além disso, você pode adicionar alguns vegetais em sua dieta como, por exemplo, alface, espinafre e ervilhas cozidas sem casca. Forneça também pequenos alimentos vivos, como larvas de mosquito e minhocas, para complementar a dieta desses peixes.
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Temperamento / Comportamento
O Peixe Beijador é considerado semi-agressivo. Alguns espécimes são mais pacíficos, enquanto outros podem intimidar seus companheiros de aquário.
Eu não recomendo que você adicione mais de um macho da espécie no aquário, pois eles podem se envolver em brigas violentas. Para se ter uma ideia, esse tipo de briga só termina quando um deles se rende, ou seja, quando perde seus dentes ou até mesmo, em casos mais extremos, quando quebram suas mandíbulas.
Compatibilidade
O Peixe Beijador possui a fama de brigar com algumas espécies de peixes e, por isso, você deve evitar mantê-lo com peixes pequenos. Embora possa viver em aquários comunitários com peixes de tamanho similar, você deve observá-lo bem de perto para garantir que não esteja intimidando seus companheiros.
Você pode mantê-lo com ciclídeos de tamanho semelhante, assim como também bagres e tetras maiores. Alguns peixes mais ativos e maiores como, por exemplo, o Barbo Sumatra, Botia Palhaço e Ioiô se dão bem com esse peixe.
Dimorfismo Sexual / Reprodução / Acasalamento
Não há muita distinção externa entre a fêmea e o macho do Peixe Beijador, mas a fêmea costuma ficar mais arredondada quando está carregando seus ovos.
Embora seja possível reproduzi-lo, é muito difícil em ambientes fechados. Na natureza, o Peixe Beijador depende de áreas alagadas durante a estação chuvosa. Lá, ele pode gerar milhares de ovos de uma só vez na vegetação densa. Quando os filhotes nascem, eles começam a nadar em poucos dias e os pais não exibem nenhum cuidado parental.
A espécie se torna sexualmente ativa quando atinge cerca de 15 centímetros de comprimento. Por mais que a reprodução seja difícil, mantenha a água do aquário ligeiramente ácida e com a temperatura por volta de 28 – 30°C.
Caso a desova venha a ocorrer no aquário, você deve remover os pais após a postura dos ovos, pois eles tendem a comê-los. A postura pode chegar aos 10.000 ovos, que irão subir até a superfície do aquário. A eclosão ocorre entre 48 e 50 horas e os alevinos podem ser alimentados após 5 dias.
Configuração do aquário
O aquário precisa ter no mínimo 280 litros para um casal. Você pode decorá-lo com plantas resistentes e rochas. Em relação ao substrato, por exemplo, você pode adicionar um com granulação maior, pois o Peixe Beijador adora cavar e terá dificuldades em movê-lo.
O fluxo de água no aquário deve ser baixo para ajudar a replicar seu habitat natural, já que fluxos mais rápidos podem fazer com que o peixe fique estressado.
Além disso, o Peixe Beijador adora ambientes bem plantados, mas certifique-se de que ele tenha espaço suficiente para nadar na região da frente do aquário.
Algumas boas plantas resistentes para o aquário do Peixe Beijador incluem, por exemplo, as samambaias de java, anubias ou musgo de java.
Por fim, como a espécie adora ir até a superfície para respirar um pouco de ar, você deve deixar alguns espaços abertos para que ele possa subir. No entanto, se você vir seus peixes indo até a superfície em busca de ar com muito mais frequência do que o normal, pode ser que seu aquário esteja com pouca oxigenação.
O problema com a oxigenação ocorre devido às altas temperaturas da água ou quantidade de nutrientes dissolvidos. Teste seus parâmetros, faça trocas parciais de água e melhore a filtragem, se necessário.
Referências Bibliográficas
Kottelat, M., 2013. The fishes of the inland waters of Southeast Asia: a catalogue and core bibliography of the fishes known to occur in freshwaters, mangroves and estuaries. The Raffles Bulletin of Zoology 2013 (Suppl. 27):1-663. (Ref. 94476)