O Cruzeiro do Sul (Hemiodus gracilis) é um peixe encontrado nas bacias hidrográficas do Amazonas, Madeira, Negro, Orinoco e Tapajós. A espécie também é conhecida como Slender Hemiodus e Hemiodus Tetra pelos aquaristas. Na natureza, esses animais são encontrados em rios e riachos altamente oxigenados, onde costumam viver em águas limpas com bastante vegetação.
No geral, o Cruzeiro do Sul possui um corpo ligeiramente achatado nas laterais com uma cauda profundamente bifurcada. A cor do corpo é prateada com tons esverdeados e apresenta uma faixa preta que começa no meio do corpo e termina na borda inferior da nadadeira caudal. Além disso, uma pequena linha vermelha abaixo da faixa preta dá ao peixe seu nome característico em inglês, Red Tail Hemiodus (Hemiodus da Cauda Vermelha – em tradução livre).
Como esses tetras requerem qualidade de água mais alta do que a maioria dos peixes e são sensíveis as más condições, trocas parciais de água devem ser feitas com frequência. Por isso, esses animais não são recomendados para iniciantes.
Continue lendo o artigo para conhecer um pouco mais sobre o Cruzeiro do Sul.
Ficha Técnica
Nome: Cruzeiro do Sul, Slender Hemiodus, Red Tail Hemiodus Tetra;
Nome Científico: Hemiodus gracilis (Günther, 1864);
Família: Hemiodontidae;
Origem da Espécie: América do Sul ( Venezuela e Brasil);
Comprimento: Até 16,3 cm;
Expectativa de Vida: Até 8 anos;
Nível de Dificuldade: Moderado;
Parâmetros da Água
pH: Manter o pH da água entre 5.8 – 7.2;
Dureza da Água: 4° – 15° dH;
Temperatura: Manter entre 23°C – 27°C;
Características
Alimentação
Onívoro. O peixe Cruzeiro do sul se alimenta de praticamente tudo o que você colocar no aquário. Eles irão aceitar rações em flocos de alta qualidade, assim como também alimentos vivos, congelados ou liofilizados.
Certifique-se também de mesclar um pouco as rações para peixes herbívoros e carnívoros, pois sabe-se que na natureza ele se alimenta bastante de matéria vegetal.
Em relação aos alimentos vivos você pode fornecer, por exemplo, bloodworms, artêmias e larvas.
Abaixo, confira algumas excelentes rações para essa espécie:
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Temperamento / Comportamento
O Cruzeiro do Sul possui a fama de ser um peixe semiagressivo, mas eu acredito que eles não se enquadram muito nessa categoria. Muitos aquaristas relatam que isso se deve à sua natureza agressiva, muitas vezes intimidando espécies menores e mais lentas por causa de seu grande tamanho e porque nadam bem rápido.
Na verdade, eles são relativamente pacíficos, mas devem ser mantidos em grupos com no mínimo 10 exemplares para que se sintam confortáveis.
Compatibilidade
Em relação aos companheiros, o Cruzeiro do Sul pode ser mantido em aquários de biótopo amazônico, vivendo em grupos com peixes pacíficos e, acima de tudo, com espécies que possuem tamanho semelhante.
Veja também:
Eles podem conviver tranquilamente com outros caracídeos, assim como também com ciclídeos dos gêneros Geophagus, Satanoperca e Heros, além de bagres e loricarídeos.
Reprodução / Acasalamento
Não há relatos de reprodução dessa espécie em cativeiro, mas sabe-se que as fêmeas costumam ser maiores do que os machos.
Configuração do aquário
O aquário precisa ter no mínimo 250 litros para um grupo de 10 peixes da espécie. Além disso, ele deve ser mais largo do que alto, já que esses animais nadam bastante rápido e requerem espaço para realizar suas tarefas.
O ideal é que o aquário fique em um espaço bem tranquilo, onde não haja muitas pessoas passando na frente o tempo todo, pois o Cruzeiro do Sul é arisco e se assusta com muita facilidade. Por isso, você deve criar um ambiente decorado com muitas plantas vivas, tanto de fundo quanto flutuantes.
Você deve evitar qualquer tipo de decoração afiada, pois elas podem causar ferimentos graves nos peixes. Então, adicione um substrato arenoso com troncos e rochas para criar o ambiente perfeito para a espécie.
Por fim, adicione também um filtro bem potente para garantir que eles tenham a água bem oxigenada que necessitam para sobreviver.
Referências Bibliográficas
Langeani, F., 1999. New species of Hemiodus (Ostariophysi, Characiformes, Hemiodontidae) from the Rio Tocantins, Brazil, with comments on color patterns and tooth shapes within the species and genus. Copeia 1999(3):718-722. (Ref. 31397)