O Peixe Lápis Dourado (Nannostomus beckfordi) é considerado um peixe de nado lento e relativamente pacífico, ideal para compor aquários comunitários com outras espécies de tamanho semelhante.
Na natureza, esses peixes podem ser encontrados na América do Sul, mais especificamente na Guiana Francesa, Guiana, Suriname e na Bacia do Rio Amazonas. Além disso, eles habitam pequenos rios de fluxo lento, áreas pantanosas e afluentes com muita vegetação e matéria orgânica em decomposição. Embora muitos peixes selvagens ainda sejam exportados com frequência, muitos daqueles encontrados em lojas de aquarismo são criados em cativeiro.
A espécie ostenta um corpo alongado e dourado com uma faixa prateada bem no meio de seus flancos, unida acima por uma outra faixa avermelhada e abaixo por uma mais escura. Além disso, ele apresenta uma mancha preta na metade inferior das brânquias e a barbatana caudal vermelha.
De vez em quando, esses peixes podem apresentar problemas com aclimatação. Portanto, é normal que eles fiquem tímidos e percam suas cores nas primeiras semanas em um novo aquário.
Continue lendo o artigo para conhecer um pouco mais sobre o Peixe Lápis Dourado.
Ficha Técnica
Nome: Peixe Lápis Dourado, Torpedinho, Torpedinho Dourado, Golden Pencilfish;
Nome Científico: Nannostomus beckfordi (Günther, 1872);
Família: Lebiasinidae;
Origem da Espécie: América do Sul (Guiana Francesa, Guiana, Suriname, bem como drenagens da Amazônia nos estados do Pará e Amapá). Além disso, a espécie também pode ser encontrada no Rio Madeira, Orinoco e Rio Negro na Venezuela.
Comprimento: Até 6,5 cm;
Expectativa de Vida: Entre 3 e 5 anos;
Nível de Dificuldade: Fácil / Moderado;
Parâmetros da Água
pH: Manter entre 6.0 – 8.0;
Dureza da água: Entre 5 – 19;
Temperatura: Manter entre 24 – 26°C;
Características
Alimentação
Onívoro. Na natureza, o Peixe Lápis Dourado se alimenta de pequenos invertebrados e zooplâncton. Em um aquário, ele não costuma ser muito exigente e, por isso, irá aceitar a maioria dos alimentos que você puder fornecer.
Sua dieta deve conter uma ração em flocos de alta qualidade, assim como também porções diárias de alimentos vivos, congelados ou liofilizados, como artêmias, dáfnias, bloodworms ou tubifex.
Temperamento / Comportamento
O Peixe Lápis Dourado é considerado bastante pacífico e não costuma incomodar os outros peixes do aquário. No entanto, eu recomendo que você adquira um número grande deles, cerca de 10 ou mais.
Quando mantidos dessa forma, quaisquer sinais de agressividade são espalhados entre todos os peixes, o que também ajuda a fazer com que exibam um comportamento mais natural.
Compatibilidade
Por ser um peixe pacífico e que não costuma enfrentar outras espécies no aquário, você pode manter o Peixe Lápis Dourado com muitos companheiros diferentes.
Em um aquário comunitário, por exemplo, você poderá mantê-lo com caracídeos pacíficos que possuam tamanho semelhante, além de membros da família das coridoras.
Abaixo, confira alguns excelentes peixes para conviver com o Peixe Lápis Dourado:
Dimorfismo Sexual
Diferenciar o macho da fêmea do Peixe Lápis Dourado é fácil, pois os machos possuem uma barbatana anal alargada e bem desenvolvida que é usada no cortejo e desova. Além disso, eles são bem mais coloridos do que as fêmeas, além de terem uma barbatana anal posterior curvada.
As fêmeas possuem a barbatana anal reta, e elas são menos coloridas e mais arredondadas do que os machos.
Acasalamento / Reprodução
O Peixe Lápis Dourado costuma dispersar seus ovos e não possui nenhum cuidado com os filhotes. No entanto, se você mantiver peixes adultos em um aquário, eles irão desovar sem qualquer tipo de intervenção, contanto que o aquário possua muitas plantas.
Sobretudo, se você quer ter sucesso na reprodução desses peixes, eu recomendo que você mantenha um grupo grande deles e alimente-os com muitos alimentos vivos. Uma vez que todos estejam preparados, selecione um par, ou grupo contendo um ou dois macho e várias fêmeas.
Você pode colocá-los em um aquário menor mas bem ciclado e adicionar muitas plantas com folhas finas, para que eles possam espalhar seus ovos. Mantenha esse aquário com pouca luz e um pH neutro. Adicione um pequeno filtro para que possa haver o mínimo possível de agitação. A desova deve ocorrer sem maiores problemas.
Após cerca de três dias, os alevinos devem começar a nadar pelo aquário. Então, quando eles estiverem um pouco maiores, você poderá alimentá-los com rações em flocos trituradas, microvermes ou náuplios de artêmias.
Configuração do aquário
O aquário precisa ter no mínimo 60 litros para um grupo com mais de seis peixes dessa espécie.
Você pode criar um ambiente com muitas plantas e usar um substrato escuro para realçar as cores dos peixes. Ao adicionar plantas, por exemplo, você criará quebras na linha de visão deles, o que faz com que eles exibam um comportamento mais natural, além de ajudar a reduzir um pouco o estresse.
Além disso, você também pode colocar plantas flutuantes, troncos e folhas de amendoeira no substrato. Com o tempo as folhas começam a criar pequenas colônias de micróbios, e você pode utilizá-las como fonte de alimento para os filhotes, por exemplo.
Por fim, você deve usar um filtro com um fluxo de água suave, pois na natureza esses peixes habitam rios e córregos de águas lentas.
Referências Bibliográficas
Planquette, P., P. Keith and P.-Y. Le Bail, 1996. Atlas des poissons d’eau douce de Guyane. Tome 1. Collection du Patrimoine Naturel Volume 22, MNHN, Paris & INRA, Paris. 429 p. (Ref. 12225)