O Peixe Paraíso (Macropodus Opercularis) foi um dos primeiros peixes introduzidos no hobby de aquarismo. A espécie é uma boa escolha para todos os níveis de aquaristas, pois é pouco exigente e aceita uma ampla variedade de condições de água.
Abaixo, confira um guia de cuidados completo sobre o Peixe Paraíso. Aprenda como alimentar esse peixe, suas características físicas e comportamentais, além de processos como a reprodução e configuração de aquário.
Ficha Técnica do Peixe Paraíso
Nome: Peixe Paraíso, Gourami Paraíso;
Nome Científico: Macropodus Opercularis (Linnaeus, 1758);
Família: Osphronemidae;
Origem da Espécie: Sudeste da Ásia;
Comprimento: Até 11 cm;
Expectativa de Vida: 5 anos ou mais;
Nível de Dificuldade: Fácil.
Parâmetros da Água
pH: Manter o pH da água entre 6.0 – 8.0;
Dureza da Água: Entre 5 – 19;
Temperatura: Manter entre 16 – 26°C;
Características
Distribuição e Habitat
O Peixe Paraíso pode ser encontrado em diversas áreas do Sudeste Asiático. Na China, ele é encontrado desde o leste da bacia do rio Yangtze, até a bacia do rio Pearl, em Hong Kong. A espécie também habita as águas de Taiwan, região norte e central do Vietnã, nordeste do Laos, Camboja, Malásia, Japão e Ilhas Ryukyu.
Na natureza, o Peixe Paraíso é encontrado em todos os tipos de habitats de terras baixas. Ele vive em pântanos e remansos dos principais rios, além de arrozais, valas de irrigação e lagoas estagnadas, preferindo sempre águas mais calmas.
Por ser um peixe membro da subordem dos Anabantídeos, que podem respirar oxigênio da atmosfera, o Peixe Paraíso possui um órgão conhecido como “Labirinto”, que lhe permite sobreviver em corpos d’água estagnados com baixíssimo nível de oxigênio ou até mesmo poluídos.
Embora seja um um peixe onívoro, na natureza o Peixe Paraíso é um animal oportunista, mostrando uma tendência para uma dieta carnívora. Um comportamento bem interessante observado nesse peixe é que às vezes ele pula para fora da água para capturar alguma presa que esteja acima da superfície.
Aparência
O Peixe Paraíso possui o corpo robusto e alongado, com todas as suas barbatanas pontiagudas. A barbatana caudal é bifurcada e costuma ser bem longa nos machos, estendendo-se em filamentos serrilhados.
Como todos os anabantídeos, o Peixe Paraíso pode respirar ar atmosférico engolindo-o na superfície da água através do seu órgão Labirinto. Esse órgão especial age como um pulmão que ajuda o peixe a viver em ambientes poluídos ou com níveis baixíssimos de oxigênio.
Os machos podem atingir cerca de 11 cm de comprimento, com a barbatana caudal arrastando-se por até uns 4 cm. As fêmeas são um pouco menores, atingindo por volta dos 8 cm. A expectativa de vida do peixe gira em torno de 6 anos, mas há relatos de exemplares que alcançaram até 8 anos quando em ambientes com excelentes condições de água.
De um modo geral, o Peixe Paraíso é um animal muito colorido adornado com uma mistura de vermelho, azul, branco, preto e com uma barbatana caudal avermelhada. O corpo do peixe geralmente é azul com listras verticais vermelhas que se estendem até as nadadeiras.
Existem outras variações de cores, incluindo preto e albino. As variações albinas podem ter um padrão muito atraente, branco em geral acentuado com manchas vermelhas brilhantes e listras verticais ao longo do corpo que se estendem até a nadadeiras.
Alimentação
Embora o Peixe Paraíso seja onívoro, ainda assim possui uma tendência maior para alimentos proteicos. Na natureza, ele é um animal oportunista e se alimenta de peixes pequenos e outros tipos de animais aquáticos incluindo, por exemplo, invertebrados planctônicos e zoobentos. Uma característica observada nesse peixe é que, às vezes, ele pode pular para fora da água para capturar presas que estejam acima da superfície.
Para manter uma dieta equilibrada no aquário, forneça uma ração em flocos ou pellets para peixes onívoros de alta qualidade. Você também pode fornecer alguns alimentos vivos, mas não deve se esquecer da matéria vegetal.
A suplementação da dieta do Peixe Paraíso deve incluir bloodworms, artêmias ou qualquer outro substituto adequado. Procure alimentá-lo uma ou duas vezes por dia.
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Temperamento / Comportamento
O Peixe Paraíso é bem parecido com o Betta em relação ao comportamento, embora seja um pouco menos agressivo. Ele realmente prefere viver sozinho, mas aceitará outras espécies de peixes no aquário, desde que sejam maiores e pacíficas.
Você pode manter alguns exemplares do Peixe Paraíso juntos no aquário, mas à medida que eles forem amadurecendo, os machos se tornarão combativos entre eles e quaisquer peixes pequenos se tornarão presas fáceis. A grande verdade é que os machos não se dão muito bem entre eles, a menos que o aquário seja bem grande, com muitas decorações e locais para todos eles se esconderem.
O ideal é manter um casal ou um grupo formado com várias fêmeas.
Compatibilidade
Em um aquário comunitário, o Peixe Paraíso precisa ser a espécie dominante. Por isso, ele não deve ser colocado com espécies mais robustas que possam competir pelo espaços no aquário. Além disso, ele é famoso por lutar contra outros peixes dominantes, mas pode se esconder e sucumbir ao estresse caso seus companheiros sejam muito mais fortes. Há quem diga que você pode até mesmo colocá-lo com um betta, mas não há nenhuma prova de que isso dá certo!
Uma mistura de personalidades neutras que não são semelhantes também em aparência é a fórmula do sucesso na mistura. Alguns bons companheiros de aquário para o Peixe Paraíso devem ser Gouramis médios ou grandes não agressivos, ciprinídeos, caracídeos grandes, loricarídeos e grandes bagres synodontis e botias. Evite peixes que possuam nado lento ou que tenham nadadeiras muito compridas.
Por ser um caçador extremamente habilidoso, peixes muito pequenos ou alevinos raramente duram muito no aquário.
Dimorfismo Sexual
O macho do Peixe Paraíso é maior do que a fêmea e costuma ter um padrão de cores mais brilhante. As barbatanas do macho também são maiores.
Acasalamento / Reprodução
Assim como a maioria dos peixes da família dos anabantídeos, o Peixe Paraíso constrói ninhos de bolhas e sua criação é bastante fácil. Ele irá se reproduzir da mesma forma que o peixe betta, empregando um ninho de bolhas que defenderá até a morte.
Os machos constroem ninhos de bolhas com frequência, geralmente sob uma folha. Antes da desova, você deve condicionar os peixes adultos com pequenas quantidades de alimentos vivos ou congelados várias vezes ao dia. Quando bem alimentadas, as fêmeas começam a se encher de ovos, ficando com um aspecto bem roliço. As fêmeas que ainda não estiverem prontas para a postura devem ser retiradas, pois os machos possuem um comportamento agressivo e podem mutilar ou até mesmo matar uma fêmea despreparada.
O aquário de reprodução deve ter no mínimo 80 litros e um nível baixo de água (15 – 20 cm). Você pode adicionar um filtro pequeno para oxigenar a água, mas lembre-se de que o fluxo deve ser suave.
Você também pode usar plantas flutuantes ou quaisquer outras espécies que cheguem até a superfície da água para criar locais para o macho criar seu ninho de bolhas.
Veja também:
No processo de reprodução, os machos constroem o ninho e encurralam a fêmea. Então, ele a envolve em seu corpo e os dois desovam ao mesmo tempo, com óvulos e esperma liberados simultaneamente. Esse comportamento pode se repetir por várias vezes.
Os ovos são flutuantes e a maioria flutua até o ninho previamente construido pelo macho. Ele vai buscar qualquer ovo que tenha afundado para colocar no ninho. Lembre-se que o macho pode ficar extremamente violento durante essa fase, portanto, você deve remover a fêmea do aquário para evitar problemas.
O tempo de eclosão varia um pouco com a temperatura. Geralmente os alevinos emergem entre 30 e 50 horas, mas pode ocorrer entre 48 e 96 horas. Após a eclosão, os filhotes irão emergir e nadar livremente. É nessa hora que você deve remover o macho, pois ele pode comer os filhotes que saem do ninho.
Assim que os alevinos nascem, eles podem ser alimentados com infusórios ou alimentos líquidos especiais, até que fiquem grandes o suficiente para comer náuplios de artêmias.
Configuração do aquário
O aquário para o Peixe Paraíso precisa ter no mínimo 100 litros para um macho e duas fêmeas.
Esse peixe costuma nadar por todas as regiões do aquário. Ele é bastante resistente e se adapta à maioria das condições de água.
Eu recomendo que você capriche no sistema de filtragem, mas deixe o fluxo de água suave. Além disso, é bom adicionar uma tampa, pois o Peixe Paraíso é um excelente saltador.
Na natureza, a espécie é encontrada vivendo em pequenos corpos d’água. Portanto, eu recomendo que você decore o aquário de tal forma que permita que tanto os peixes dominantes quanto mais quietos vivam felizes. Isso significa que você deve criar esconderijos e adicionar algum tipo de cobertura vegetal.
O Peixe Paraíso exibirá suas melhores cores em um substrato escuro. Alguns troncos e rochas também podem fazer parte do ambiente, pois ajudam a criar os refúgios que o peixe necessita.
Referências Bibliográficas
FishLore. Aquarium Fish Information Disponível em: https://www.fishlore.com/freshwaterfish.htm. Acesso em 02 de abr. De 2019;
Freyhof, J. and F. Herder, 2002. Review of the paradise fishes of the genus Macropodus in Vietnam, with description of two species from Vietnam and southern China (Perciformes: Osphronemidae). Ichthyol. Explor. Freshwat. 13(2):147-167. (Ref. 42924);
David Alderton, Encyclopedia of Aquarium and Pond Fish , DK Publishing, Inc., 2005;
Dr. Rudiger Riehl and Hans A. Baensch, Aquarium Atlas Vol. 1, Publisher Hans A. Baensch, 1991;