A Piracanjuba (Brycon orbignyanus) é um peixe migratório de grande valor econômico, que habita as águas claras das bacias dos rios Paraná, Uruguai e Prata.
Abaixo, confira um guia de cuidados completo sobre o peixe Piracanjuba. Aprenda como alimentar esse peixe, suas características físicas e comportamentais, bem como reprodução, distribuição e habitat.
Ficha Técnica do peixe Piracanjuba
Nome: Piracanjuba, Bracanjuba, Bracanjuva, Piracanjuva;
Nome Científico: Brycon orbignyanus (Valenciennes, 1850);
Família: Bryconidae;
Origem da Espécie: América do Sul (Bacia do Prata);
Comprimento: Até 79,5 cm;
Expectativa de Vida: Cerca de 10 anos;
Nível de Dificuldade: Difícil;
Parâmetros da Água
pH: Manter entre 6.0 – 8.0;
Dureza da água: Desconhecida;
Temperatura: Manter entre 22 – 28°C;
Características
Distribuição e Habitat
A distribuição da Piracanjuba está limitada às bacias hidrográficas dos rios Paraná, Uruguai e Prata, respectivamente no Brasil, Uruguai e Argentina. Ela é um peixe migratório e de grande valor econômico, facilmente encontrada nos leitos de rios dos Estados brasileiros Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e, principalmente, no Estado de Goiás.
A espécie habita áreas próximas das margens de rios de águas claras, em locais com muitas corredeiras e, sobretudo, onde as árvores costumam se deitar.
A influência humana sobre os fatores ecológicos e climáticos é o fator principal para a perda da população da espécie. Na bacia do rio Paraná, a construção massiva de barragens, a fragmentação dos caminhos de reprodução, a destruição dos habitats e das florestas ribeirinhas além da pesca excessiva são as causas primordiais para o declínio da população. Isso levou à classificação da espécie como gravemente ameaçada de extinção.
No entanto, devido a seu rápido crescimento populacional, a sua capacidade de adaptar-se a um sistema controlado, como a aquicultura, e ao seu alto valor econômico, a Piracanjuba têm atraído grande atenção dos criadores, tanto em termos de aumento da produção como no aumento da conservação da espécie.
Aparência
A Piracanjuba possui corpo alongado, com o dorso mais elevado em espécimes mais velhos. Além disso, seu corpo possui um tom acinzentado puxando para um azul-esverdeado, enquanto suas barbatanas brilhantes possuem tons alaranjados.
O pedúnculo caudal é preto e suas brânquias são pequenas quando comparadas com a cabeça, sendo bastante desproporcionais.
O nome “Piracanjuba” é um termo de origem tupi que significa “peixe de cabeça amarela”, através da junção das palavras pirá (peixe), akanga (cabeça) e îuba (amarela).
Alimentação
Onívora. Na natureza, a Piracanjuba se alimenta principalmente de frutas, materiais orgânicos, sementes, plantas e pequenos peixes.
A espécie possui maxilas cobertas por pequenos dentes e envolvidas por lábios grossos. Esses dentes são próprios para esmagar, cortar e triturar diferentes tipos de alimentos.
Temperamento / Comportamento / Compatibilidade
A Piracanjuba é considerada bastante pacífico, embora possa comer peixes menores. Além disso, ela também possui o hábito de mordiscar peixes mais lentos ou de hábitos sedentários.
Dimorfismo Sexual
A fêmea da Piracanjuba pode medir até 80 centímetros de comprimento e pesar cerca de 10 quilos, enquanto o macho não ultrapassa os 60 centímetros e pesa cerca de 3,5 quilos.
Acasalamento / Reprodução
Ovíparo. O período de desova da Piracanjuba ocorre entre os meses de dezembro e janeiro, e os ovos são postos bem próximos à coluna d’água, no período das cheias.
Sobretudo, a eclosão ocorre 16 horas após a fertilização, quando a temperatura da água está na faixa dos 26ºC.
Configuração do aquário
Infelizmente, a Piracanjuba não é considerada um peixe ornamental, pois é muito mais apreciada na pesca ou consumo humano.
A espécie costuma ser criada em lagos ou grandes tanques, já que é bastante ativa e atinge um tamanho considerável.
Referências Bibliográficas
Lima, F.C.T., 2003. Characidae – Bryconinae (Characins, tetras). p. 174-181. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil. (Ref. 38504);