O Rasbora Mínima (Boraras urophthalmoides) é um pequeno peixe de água doce muito resistente e pacífico, mas que não se adapta muito bem aos aquários comunitários devido ao seu tamanho e natureza tímida.
A espécie é encontrada nas bacias dos rios Sai Buri, Mae klong e Chao Phraya, no sul da península da Tailândia, onde vivem em locais de águas rasas como pântanos, lagoas e arrozais. A água nesses ambientes geralmente é bastante mole e ácida e às vezes manchada de taninos.
Alguns grupos desses peixes também foram encontrados no Camboja e Vietnã, onde habitavam fossos e lagos dentro do complexo de templo de Angkor Wat, perto de Siem Reap. Uma característica muito comum de todos esses ambientes citados é que eles possuem vegetação abundante, ou seja, o Rasbora Mínima prefere aquários densamente plantados.
O corpo dessa espécie costuma ser amarelo dourado com uma faixa lateral verde escura ou marrom fluindo pelos dois lados do corpo, terminando logo atrás da barbatana dorsal. Algumas populações podem desenvolver uma linha vermelha-alaranjada intensa acima da faixa lateral escura quando em boas condições.
Continue lendo esse artigo para conhecer as principais características e necessidades do Rasbora Mínima.
Ficha Técnica
Nome: Rasbora Mínima, Least Rasbora, Exclamation Point Rasbora, Sparrow Rasbora, Spice Rasbora;
Nome Científico: Boraras urophthalmoides (Kottelat, 1991);
Família: Cyprinidae;
Origem da Espécie: Sul da Ásia (Camboja, Tailândia e Vietnã);
Comprimento: Até 4,0 cm;
Expectativa de Vida: Entre 4 – 8 anos;
Nível de Dificuldade: Fácil / Moderado;
Parâmetros da Água
pH: Manter entre 6.0 – 7.0;
Dureza da água: Entre 8 – 12;
Temperatura: Manter entre 24°C – 28°C;
Características
Alimentação
Em um aquário, o Rasbora Mínima irá aceitar rações de alta qualidade, como micropellets e flocos triturados, mas não devem ser alimentados apenas com isso.
Você deve fornecer alimentos vivos e congelados todos os dias como artêmias, dáfnias e microvermes para melhorar a coloração e também estimular o peixe a entrar em condições de reprodução.
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Temperamento / Comportamento
O Rasbora Mínima é um peixe de cardume por natureza e, portanto, deve ser mantido em grupos com no mínimo 8 – 10 exemplares.
Mantê-los em grupos grandes não apenas irá ajudar a fazer com que se sintam mais seguros, mas também resultará em uma exibição mais colorida e de aparência natural, como aquela vista na natureza. Os machos também irão apresentar suas melhores cores e alguns comportamentos interessantes enquanto competem com os outros machos pela atenção das fêmeas.
A espécie costuma nadar na região do meio e superior do aquário.
Compatibilidade
Por mais que o Rasbora Mínima seja um peixe muito pacífico, ainda assim não é ideal para aquários comunitários devido ao seu pequeno tamanho e natureza tímida. Ele vai se sair melhor quando for mantido em grupos de sua própria espécie ou com outras espécies bem pequenas.
Caso queira misturá-los com outros peixes procure colocá-los com microdevario, Sundadanio, Danionella, Eirmotus, Trigonostigma, coridora anã e pequenos loricarídeos, como limpa-vidros.
Além disso, você pode adicioná-los com espécies mais tímidas de anabantídeos como, por exemplo, Sphaerichthys e Parosphromenus.
Bons companheiros também incluem os camarões do gênero caridina e neocaridina.
Reprodução / Acasalamento
Assim como muitos outros ciprinídeos, o Rasbora Mínima desova continuamente e não exibe nenhum cuidado parental. Isso quer dizer que em boas condições e com a presença de machos e fêmeas, você poderá ver pequenos ovos sendo colocados quase que diariamente.
Em um aquário bem estabilizado, é possível que pequenos alevinos comecem a aparecer sem qualquer tipo de intervenção. No entanto, se você planeja criar o maior número de alevinos possível, terá que montar um aquário separado.
O ambiente de reprodução deve ser mal iluminado e com um fundo repleto de plantas de folhas finas como, por exemplo, o musgo de java. Ao desovar, os ovos irão cair por entre as folhas dessas plantas e os adultos não conseguirão alcançá-los.
Veja também:
A água deve ser ligeiramente ácida com a temperatura ficando um pouco mais alta do que a normal. A filtragem não é necessária, mas se quiser, você pode colocar um pequeno filtro para oxigenar um pouco a água.
Adicione então dois ou três pares de peixes adultos bem condicionados no aquário de reprodução. Transfira-os lentamente para evitar níveis elevados de estresse, mas se as condições forem do seu agrado, eles devem começar a desovar na manhã seguinte.
Por mais que esses peixes se alimentem de seus ovos, ainda assim não parecem procurá-los como muitos outros ciprinídeos. Uma vez que tenha se iniciado a desova, ela deve continuar diariamente. Mantenha os casais por não mais do que alguns dias antes de removê-los, pois os primeiros ovos devem começar a eclodir no segundo dia após a desova original.
Os alevinos são bem pequenos e sobreviverão de seus sacos vitelinos por cerca de 24 horas. Após isso, você deverá alimentá-los com infusórios ou outros alimentos especiais para filhotes.
Cerca de uma semana depois, os filhotes devem estar grandes o suficiente para aceitar náuplios de artêmias e microvermes.
Espere mais ou menos uma ou duas semanas para realizar pequenas trocas parciais de água para evitar choques desnecessários nos alevinos.
Configuração do aquário
O aquário precisa ter no mínimo 40 litros para um grupo de dez peixes dessa espécie.
Embora seja um animal pequeno, o Rasbora Mínima precisa de espaço para nadar e os machos dominantes formarão territórios temporários quando desovarem.
Procure mantê-los em aquários densamente plantados, mas não se esqueça de adicionar plantas flutuantes, raízes e troncos para diminuir um pouco a incidência de luz que entra, já que eles parecem apreciar ambientes um pouco mais escuros.
A filtragem não precisa ser forte, pois na natureza esses peixes habitam cursos de água bastante lentos e podem sofrer se houver uma corrente agitada.
Por fim, evite colocá-los em um aquário que não esteja completamente ciclado e com parâmetros estabilizados, pois eles são peixes bem sensíveis.
Referências Bibliográficas
Rainboth, W.J., 1996. Fishes of the Cambodian Mekong. FAO species identification field guide for fishery purposes. FAO, Rome, 265 p. (Ref. 12693)