O Rostratus (Fossorochromis rostratus) é mais um dos inúmeros ciclídeos endêmicos do Lago Malawi, na África. A espécie, que é a única de seu gênero, costuma ficar relativamente grande, podendo alcançar até 24,4 centímetros de comprimento.
Na natureza, o Rostratus vive em águas rasas, com substratos arenosos e cavernas formadas com rochas, onde costuma ficar na companhia de fêmeas, machos subdominantes, bem como pequenos grupos de Golfinhos do Malawi.
Identificar o macho e a fêmea pode ser um processo bem difícil nessa espécie, pois os machos menores tendem a se parecer muito com as fêmeas. Na verdade, apenas o macho dominante exibirá muito mais coloração do que suas contrapartes.
No geral, o Rostratus é recomendado apenas para aquaristas que já possuem um certo nível de experiência no hobby, pois ele é um peixe que precisa de muito espaço para se manter seguro e saudável.
Continue lendo o artigo para conhecer as principais características e necessidades da espécie.
Ficha Técnica
Nome: Rostratus;
Nome Científico: Fossorochromis rostratus (Boulenger, 1899);
Família: Cichlidae;
Origem da Espécie: África (Lago Malawi);
Comprimento: Até 24,4 cm;
Expectativa de Vida: Entre 5 e 8 anos;
Nível de Dificuldade: Moderado;
Parâmetros da Água
pH: Manter entre 7.2 – 8.8;
Dureza da água: Entre 10 – 18;
Temperatura: Manter entre 24 – 26°C;
Características
Alimentação
Onívoro. Na natureza, o Rostratus se alimenta de pequenos invertebrados, peneirando o substrato do Lago Malawi.
Nos aquários, os peixes mais jovens podem ser alimentados com rações em flocos de qualidade enriquecidas com spirulina. Mas à medida que os peixes forem crescendo, deverão ser alimentados com rações em pellets.
O Rostratus aprecia pequenos invertebrados como, por exemplo, artêmias, camarões e bloodworms, mas não é um piscívoro, ou seja, ele irá se recusar a comer qualquer tipo de peixe.
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Temperamento / Comportamento
O Rostratus é considerado um peixe bastante agressivo e adora peneirar o substrato do aquário. De fato, ele passa boa parte do tempo no fundo do aquário realizando essa tarefa em busca de comida.
Contudo, por ser uma espécie de cardume, você deve manter no mínimo um macho e duas ou três fêmeas no aquário, se possível. Os machos se tornam muito territoriais durante a época de desova e, por isso, você deve evitar ao máximo adicionar outros deles ao aquário.
Compatibilidade
Por mais que o Rostratus não seja um apreciador de peixes, ainda assim pode se alimentar de peixes muito pequenos.
Então, os companheiros ideais de aquário para essa espécie incluem, por exemplo:
- Frontosa;
- Golfinhos do Malawi;
- Peixes do gênero Synodontis;
É interessante notar que na natureza esses peixes possuem uma certa ligação com o Golfinho do Malawi. Quando o Rostratus peneira o substrato em busca de alimentos, por exemplo, o Golfinho do Malawi aproveita a situação para se alimentar também. Então, é bastante comum ver esses peixes nadando juntos.
Dimorfismo Sexual / Acasalamento / Reprodução
Os machos dominantes dessa espécie são muito mais coloridos do que as fêmeas. No entanto, quando ainda são peixes jovens, é bastante difícil sexá-los, ainda mais se levarmos em consideração de que tanto as fêmeas quanto os machos jovens subdominantes são bem parecidos.
Não há muitos relatos de reprodução do Rostratus em cativeiro. Mas caso você queira reproduzi-lo, deverá ter no mínimo um macho e três ou mais fêmeas jovens no aquário.
Quando o macho fica pronto para a reprodução, escolhe um local do aquário e cava um buraco no substrato. Na natureza, esse buraco pode medir até 2,5 metros de diâmetro e, portanto, ele pode ficar bastante agressivo nessa fase. Além disso, é interessante notar que o macho enxerga todo o aquário como seu território.
Então, ao cavar seu buraco de desova, ele tenta atrair as fêmeas exibindo suas melhores cores. Quando uma fêmea está disposta a desovar com ele, ela se aproxima do local de desova e coloca seus ovos, mas os pega com a boca logo em seguida.
O macho possui algumas manchas em sua nadadeira anal parecidas com pequenos ovos. A fêmea ficará tentada em pegá-los, mas quando tenta fazer isso, o macho libera seu espermatozoide e fertiliza os ovos que estão em sua boca.
A fêmea carregará a ninhada de até 130 ovos por cerca de três semanas antes de liberar os filhotes. Mas, lembre-se de que ela não comerá durante este período e poderá ser facilmente identifica pela boca distendida.
Ao ganharem a liberdade, os alevinos podem ser alimentados com náuplios de artêmias, assim como também rações em flocos trituradas. Além disso, a fêmea pode ser deixada com os filhotes, ela não tentará comê-los e continuará a levá-los em sua boca quando sentir alguma ameaça por perto.
Configuração do aquário
Eu recomendo que você crie um único exemplar dessa espécie em um aquário com no mínimo 250 litros. Mas, caso queira criá-los em grandes grupos compostos de um macho e várias fêmeas, precisará de no mínimo 700 litros para comportar todos eles.
O ambiente deve ser composto de várias cavernas e fendas formadas com rochas. Você deve adicionar um substrato arenoso e deixar grandes áreas abertas para que eles possam nadar livremente.
Por fim, o trabalho com rochas deve ser feito apenas nas bordas do aquário.
Referências Bibliográficas
Maréchal, C., 1991. Fossorochromis. p. 90. In J. Daget, J.-P. Gosse, G.G. Teugels and D.F.E. Thys van den Audenaerde (eds.) Check-list of the freshwater fishes of Africa (CLOFFA). ISNB, Brussels; MRAC, Tervuren; and ORSTOM, Paris. Vol. 4. (Ref. 5635)