O Tambaqui (Colossoma macropomum) é um peixe bastante interessante para se ter em um aquário, pois é fácil de cuidar e alimentar, além de super resistente. Embora possa causar certo entusiasmo num aquarista iniciante, a espécie necessita de muito espaço para viver e, por isso, só deve ser criada em grandes aquários públicos ou por aquaristas experientes no hobby.
Abaixo, confira um guia de cuidados completo sobre o peixe Tambaqui. Aprenda como alimentar esse peixe, suas características físicas e comportamentais, bem como o processo de reprodução e configuração de aquário.
Ficha Técnica do Tambaqui
Nome: Tambaqui, Pacu Vermelho, Pacu;
Nome Científico: Colossoma macropomum (Cuvier, 1816);
Família: Serrasalmidae;
Origem da Espécie: América do Sul (Bacias dos rios Amazonas e Orinoco);
Comprimento: Até 106 cm, mas em cativeiro não passa dos 70 cm;
Expectativa de Vida: Até 25 anos;
Nível de Dificuldade: Difícil;
Parâmetros da Água
pH: Manter o pH da água entre 5.0 – 7.8;
Dureza da Água: Entre 2 – 15;
Temperatura: Manter entre 22 – 28°C;
Características
Distribuição e Habitat
O Tambaqui foi descrito pela primeira vez por Cuvier em 1816. A espécie é encontrada em grande parte das bacias dos rios Amazonas e Orinoco na América do Sul. Além disso, foi introduzida como fonte de alimento em diversos outros países como, por exemplo, Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Cuba, República Dominicana, Honduras, Jamaica e Panamá.
De um modo geral, o Tambaqui é um peixe bastante solitário. Quando ainda é jovem, ele vive em águas escuras das planícies aluviais, alimentando-se de insetos, caramujos, bem como de matéria vegetal em decomposição. Os adultos deslocam-se para as áreas de florestas inundadas durante os meses iniciais das cheias e alimentam-se de frutas e grãos.
Aparência
O Tambaqui pode atingir até 106 centímetros de comprimento e pesar cerca de 30 Kg. No entanto, em um aquário ele não irá ultrapassar os 70 centímetros. Além disso, sua expectativa de vida gira em torno de 20 a 25 anos.
O corpo do Tambaqui adulto é muito profundo e comprimido lateralmente com um leve arco nas costas. A coloração varia do cinza ao preto, às vezes com manchas em sua seção intermediária, e as nadadeiras geralmente são pretas. Muitas vezes, esse peixe é confundido com a Piranha quando é pequeno, pois é praticamente idêntico a ela. No entanto, à medida que vai crescendo, torna-se mais arredondado e mais largo do que a Piranha. O jeito mais fácil de diferenciar esses dois peixes é observando a mandíbula, pois a mandíbula da Piranha se projeta mais pra frente do que a do Tambaqui.
Alimentação
O Tambaqui é um peixe onívoro. Na natureza, ele se alimenta de frutas, grãos, insetos, caramujos, detritos e matéria vegetal. Em um aquário, ele aceitará praticamente todos os tipos de alimentos, mas eu recomendo que você forneça alimentos congelados e uma ração em pellets de alta qualidade.
Os espécimes mantidos em aquários também pode comer peixes, portanto, certifique-se de que seus companheiros sejam grandes o suficiente para não caberem em sua boca.
Temperamento / Comportamento
O Tambaqui é um peixe relativamente pacífico quando adulto. No entanto, quando ainda é jovem, pode incomodar outras espécies no aquário.
Preferindo habitar as regiões intermediárias do aquário, o Tambaqui precisa de muito espaço para nadar. Além disso, ele é famoso por ser um animal arisco e, por isso, pode realizar movimentos rápidos caso se assuste com alguma coisa, podendo até mesmo bater ou quebrar equipamentos ou vidros do aquário.
Compatibilidade
Embora seja um animal pacífico, o Tambaqui adulto pode comer qualquer coisa pequena o suficiente que possa caber em sua boca. Portanto, ele viverá muito melhor em um aquário próprio para a espécie ou que contenha outros peixes não territoriais e de tamanho semelhante. Além disso, ele pode mordiscar as barbatanas de seus companheiros.
Lembre-se que quando ainda é um peixe jovem, o Tambaqui costuma viver em grupos. À medida que cresce, sua vida se torna bastante solitária. Ele até pode ser mantido em grupos, mas, você terá que prover muito espaço para todos os peixes.
Dimorfismo Sexual
Os machos possuem uma extensão mais nítida na barbatana dorsal, uma barbatana anal dentada e podem ser mais coloridos do que as fêmeas.
Acasalamento / Reprodução
Não há relatos sobre a criação dessa espécie em aquários.
Em cativeiro, eles foram criados artificialmente como espécimes de pesca. Sobretudo, a criação induzida realizada através do uso de hormônios em instalações de pesquisa ocorreu pela primeira vez por volta de 1992 / 1993 na Estação de Piscicultura na cidade de Natal, Rio Grande do Norte, Brasil.
Configuração do aquário
O Tambaqui é um peixe realmente muito grande e, por isso, você precisará de um aquário com no mínimo 2.400 litros para mantê-lo confortável. No entanto, caso você possua algo em torno de 1.000 litros, ainda assim conseguirá mantê-lo, pois é um animal fácil de cuidar, embora cresça rápido e, posteriormente, precise ser migrado para um ambiente maior.
De um modo geral, o Tambaqui é um peixe bastante resistente e aceitará uma ampla variedade de condições de água. Ele precisará de um ambiente com boa filtragem, pois prefere águas com fluxo moderado.
Você pode decorar o aquário do Tambaqui formando esconderijos com plantas, raízes, troncos e rochas.
Por fim, lembre-se que quaisquer movimentos rápidos ou vibrações podem causar pânico no peixe. Esses movimentos podem fazer com que o Tambaqui quebre equipamentos ou até mesmo os vidros do aquário. Tome cuidado!
Referências Bibliográficas
Géry, J., 1977. Characoids of the world. Neptune City ; Reigate : T.F.H. [etc.]; 672 p. : ill. (chiefly col.) ; 23 cm. (Ref. 598);
Dr. Rüdiger Riehl and Hans A. Baensch, Aquarium Atlas Vol. 1, Publisher Hans A. Baensch, 1991;
Joseph S. Nelson, Fishes of the World, Wiley, 2006.
Colossoma macropomum (Cuvier, 1816) Cachama, Fishbase.org;
2 Comentários
Bom dia ! Muito legal essa ficha técnica, bem como o histórico resumido sobre esse peixe fantástico. Porém, acho que deveriam fazer uma mudança na imagem de apresentação, pois, a mesma se refere a uma combinação genética entre o Tambaqui (Colossoma macropomum) e o Pacu-caranha (Piaractus mesopotamicus), que gerou assim o peixe híbrido Tambacu.
Olá Douglas, tudo bem? Obrigado pelo comentário!
É bastante difícil encontrar fotos de boa qualidade do Tambaqui, por isso deixei a do híbrido mesmo! Vou fazer uma nova pesquisa pra ver se encontro uma foto legal!
De qualquer forma, muito obrigado pela dica! 😉