O Tetra Cardinal (Paracheirodon axelrodi) é uma das espécies de peixes de água doce mais famosas do mundo do aquarismo. Assim como seu primo menor, o Tetra Neon, esse peixe é valorizado por suas lindas cores, natureza pacífica e ampla disponibilidade.
Na natureza, o Tetra Cardinal é encontrado na América do Sul, onde habita os rios da Venezuela e Brasil. A espécie é predominante nos sistemas do Rio Negro e Orinoco, e um habitante exclusivo de riachos florestais e afluentes menores contendo fluxo de água relativamente lento.
No sistema do Rio Negro, o Tetra Cardinal vive em habitats conhecidos como Igapó e Igarapé, caracterizados por vegetação ciliar espessa, substratos cobertos por galhos caídos, raízes de árvores e serrapilheira. A água desses locais é tipicamente ácida e tingida de marrom devido à presença de substâncias húmicas liberadas pela matéria orgânica em decomposição.
No sistema do Rio Orinoco, por sua vez, o Tetra Cardinal está comumente associado a habitats conhecidos como Moricais, que possuem água transparente e clara, além de substratos arenosos, muitas vezes com um crescimento denso de plantas aquáticas ou vegetação ciliar entre as quais o peixe gosta de ficar abrigado.
Na natureza, o Tetra Cardinal é considerado um peixe anual com indivíduos raramente vivendo mais de 1 ano, embora em aquários ele possa viver um pouco mais.
Continue lendo o artigo para conhecer as principais características e necessidades da espécie.
Ficha Técnica
Nome: Tetra Cardinal;
Nome Científico: Paracheirodon axelrodi (Schultz, 1956);
Família: Characidae
Origem da Espécie: América do Sul (Bacias do Alto Orinoco (Venezuela) e do Rio Negro (Brasil));
Comprimento: Até 2.5 cm;
Expectativa de Vida: Até 5 anos;
Nível de Dificuldade: Fácil;
Parâmetros da Água
pH: Manter o pH da água entre 4.0 – 6.0;
Dureza da Água: Entre 5 – 12;
Temperatura: Manter entre 23 – 27°C;
Características
Aparência
Embora o Tetra Neon e o Tetra Cardinal sejam peixes muito parecidos, ainda assim possuem algumas diferenças que podem ser notadas facilmente.
A coloração é uma das principais formas de distinguir os dois peixes. O Tetra Cardinal possui uma faixa azul brilhante correndo horizontalmente ao longo de suas costas. Somente ele possui essa faixa em todo o comprimento do corpo.
Alimentação
Onívoro. Na natureza, o Tetra Cardinal se alimenta de pequenos invertebrados, crustáceos, algas filamentosas, assim como também de frutas que caem na água.
Em um aquário, você pode fornecer uma ração para peixes onívoros de excelente qualidade, além de alimentos vivos e congelados, como bloodworms, larvas de mosquito e dáfnias.
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Temperamento / Comportamento
O Tetra Cardinal é considerado um peixe muito pacífico, embora precise estar na companhia de outros 6 de sua espécie para se sentir seguro e exibir suas melhores cores. Mesmo que você não consiga atingir um número adequado desses peixes, ainda assim pode misturá-los com o Tetra Neon sem maiores problemas.
Além disso, o Tetra Cardinal é um peixe ideal para aquários comunitários. Para se ter uma ideia do seu comportamento, ele é conhecido por ser um peixe indicador de problemas. Por exemplo, caso ele tenha algum tipo de predador no aquário, ficará o tempo todo escondido, caso contrário, irá se dispersar e nadar livremente.
Compatibilidade
A compatibilidade do Tetra Cardinal o torna um excelente companheiro para muitas espécies sul-americanas igualmente pacíficas. Um companheiro natural para esse peixe é o famoso Tetra Neon. Adicioná-los em grupos com no mínimo 10 peixes, igual ao Tetra Cardinal, lhe dará uma exibição impressionante dentro do aquário.
Além disso, se você deseja manter um aquário com cores vivas, pode adicionar o Tetra Neon Verde. Semelhante em tamanho e aparência ao Tetra Neon, o Tetra Neon Verde, como o próprio nome indica, possui uma bela faixa verde neon nas laterais. Todas essas três espécies combinadas são perfeitas para criar um ambiente harmonioso e super colorido no aquário.
Alguns outros bons companheiros para o Tetra Cardinal incluem, por exemplo, danios, guppy, rasboras, pois são peixes pequenos e pacíficos, e não afetam muito a carga biológica do aquário. Coridoras e caramujos também são compatíveis pois ajudam a equilibrar o ambiente.
Embora possa ser tentador inserir peixes maiores, mesmo peixes semi-agressivos podem assediar e comer tetras. No mínimo, evite adicionar espécies que possam acomodar o Tetra Cardinal ou outros companheiros de aquário em sua boca.
Reprodução / Acasalamento
Para reproduzir o Tetra Cardinal, você precisará montar um aquário separado se quiser criar um número decente de alevinos. Eu recomendo que você monte um aquário com musgo de java e deixe-o com uma iluminação bem fraca, para dar ao peixe um lugar para depositar seus ovos.
A água desse aquário de reprodução deve ser mole e ácida, com um pH que fique em torno de 5.5 e 6.5, além da dureza entre 1 – 5.
Para condicioná-los a desova, você deve misturar um grupo de meia dúzia de exemplares de cada sexo. Então, condicione-os com alimentos vivos e a desova deve ocorrer sem dificuldade. A desova do Tetra Cardinal geralmente ocorre durante a noite, mesmo quando as luzes ainda estão acesas.
Os adultos podem ser removidos assim que os ovos forem colocados pelas fêmeas. Em qualquer situação, eles comerão os ovos se tiverem a oportunidade.
A eclosão dos ovos ocorre em cerca de 24 – 36 horas, com os alevinos nadando livremente pelo aquário em torno de 3 -4 dias.
Você pode alimentar os filhotes com infusórios nos primeiros dias, até que fiquem grandes o suficiente para aceitarem microvermes ou náuplios de artêmias.
Os ovos e os filhotes são sensíveis à luz nos primeiros estágios de vida e, por isso, o aquário deve ser mantido no escuro, se possível.
Configuração do aquário
O Tetra Cardinal é um pouco mais exigente em comparação com o Tetra Neon em relação ao aquário. A espécie precisa de no mínimo 60 litros para um pequeno grupo de 6 peixes.
Além disso, esse aquário deve ser mal iluminado e conter muitas plantas, assim como também espaços abertos na frente para que eles possam nadar livremente.
Eu recomendo que você monte um aquário plantado, adicionando um substrato arenoso, além de algumas raízes e troncos. A adição de serrapilheira no substrato cria um ambiente natural ainda melhor, pois além de oferecer cobertura adicional para os peixes, traz consigo o crescimento de colônias de micróbios à medida que se decompõe.
A colônia de micróbios pode fornecer uma valiosa fonte secundária de alimento para os filhotes. Além disso, as folhas liberam uma substância húmica que possui propriedades benéficas para os peixes. Você pode utilizar, por exemplo, folhas de amendoeira para deixar no fundo do aquário desses peixes.
Referências Bibliográficas
Lima, F.C.T., L.R. Malabarba, P.A. Buckup, J.F. Pezzi da Silva, R.P. Vari, A. Harold, R. Benine, O.T. Oyakawa, C.S. Pavanelli, N.A. Menezes, C.A.S. Lucena, M.C.S.L. Malabarba, Z.M.S. Lucena, R.E. Reis, F. Langeani, C. Moreira et al. …, 2003. Genera Incertae Sedis in Characidae. p. 106-168. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil. (Ref. 38376)
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