O Potter’s Angelfish (Centropyge potteri) é um lindo e deslumbrante peixe encontrado apenas no Havaí. Ele é considerado moderadamente resistente, mas precisa de um ambiente bem estabilizado e uma alimentação de alta qualidade para prosperar.
Abaixo, confira um guia de cuidados completo sobre o Potter’s Angelfish. Aprenda como alimentar esse peixe, suas características físicas e comportamentais, além de processos como a reprodução e configuração de aquário.
Ficha Técnica do Potter’s Angelfish
Nome: Potter’s Angelfish, Potter’s Pygmy Angelfish, Potter’s Angel, Russet Angelfish;
Nome Científico: Centropyge potteri (Jordan & Metz, 1912);
Família: Pomacanthidae;
Origem da Espécie: Ilhas do Havaí e Atol de Johnston;
Comprimento: Até 10 cm;
Expectativa de Vida: Mais de 5 anos;
Nível de Dificuldade: Moderado;
Parâmetros da Água
pH: Manter entre 8.1 – 8.4;
Dureza de Carbonatos: Entre 8 – 12 dKH;
Temperatura: Manter entre 22 – 27°C
Características
Distribuição e Habitat
O Potter’s Angelfish foi descrito pela primeira vez por Jordan e Metz em 1912. Endêmico do Havaí, a espécie é encontrada principalmente perto das ilhas havaianas e do Atol Johnston.
Esses peixes vivem em profundidades que variam entre 1 e 138 metros, com adultos habitando áreas com até 10 metros. Além disso, eles também gostam de águas límpidas e se alimentam de algas bentônicas e detritos.
Na natureza, o Potter’s Angelfish pode ser visto sozinho, em pares ou em pequenos grupos compostos de um macho com até oito fêmeas. Eles costumam atacar Donzelas e Damsels para proteger seus locais de desova e fontes de alimento.
Aparência
Em relação a aparência, o Potter’s Angelfish é parecido com as outras espécies de peixes-anjo, um corpo alongado, com formato ovalado e barbatanas arredondadas. Ele pode atingir até 10 centímetros de comprimento e viver 5 anos na natureza. No entanto, há relatos de que um peixe da espécie viveu por até 14 anos em cativeiro.
O corpo do Potter’s Angelfish apresenta coloração laranja brilhante com listras verticais pretas a azuis finas e irregulares em todo o corpo, incluindo a barbatana dorsal, anal e caudal. A região inferior do corpo, por exemplo, possui uma área oval irregular azulada com algumas espécies tendo um azul mais destacado. As barbatanas pélvicas e peitorais possuem tons amarelados.
Os machos têm uma área azulada mais larga na região do meio do corpo, que vai descendo até a área da barriga. Há também uma variante azul elétrica, que possui listras pretas a bordô. No entanto, essa variante só vive em águas profundas com mais de 60 metros.
Os peixes mais jovens da espécie possuem coloração semelhante aos adultos.
Alimentação
Onívoro. Na natureza, o Potter’s Angelfish se alimenta de algas bentônicas e detritos. Em um aquário, ele precisará comer várias vezes ao dia e precisará de uma dieta variada com alimentos de alta qualidade para prosperar.
Você pode incluir preparações com algas marinhas, rações enriquecidas com spirulina, camarões mysis e quaisquer outros alimentos ricos em proteínas desenvolvidos para peixes ornamentais.
Temperamento / Comportamento
O Potter’s Angelfish é considerado um peixe semi-agressivo. Assim como muitos outros membros do gênero, ele é solitário e gosta de ficar próximo de seu abrigo. No entanto, ainda assim pode viver em pares ou haréns formados por 1 macho e várias fêmeas.
Em um aquário, é bem provável que você encontre esses peixes nadando próximos de cavernas e fendas formadas com rochas vivas, já que eles se sentem mais confortáveis na região do fundo.
Compatibilidade
O Potter’s Angelfish costuma ficar bem agressivo em aquários com menos de 200 litros. Ele pode até ser mantido em um ambiente com outros peixes de diferentes espécies, mas deve ser o último a ser introduzido.
Por mais que seja um animal compatível com aquários com recifes de corais, é necessário ficar de olho em seu comportamento. Ele pode beliscar corais e demais invertebrados, além de perseguir Damsels e Donzelas.
Dimorfismo Sexual
Nos espécimes alaranjados, os machos possuem mais azul na região do meio do corpo, atingindo geralmente a parte inferior da área da barriga.
Reprodução / Acasalamento
Até o momento não há relatos de reprodução do Potter’s Angelfish em cativeiro. Na natureza, ele desova ao anoitecer entre os meses de dezembro e maio.
No processo de acasalamento, o casal escolhe uma área sobre um afloramento rochoso. O namoro começa com o macho se aproximando da fêmea e nadando verticalmente ao lado dela, em um movimento suave como uma onda. Então, ele se posiciona acima dela, ergue suas nadadeiras dorsal e anal, agita as nadadeiras peitorais e vira ligeiramente para o lado e flutua. Se ela corresponder, ele começa novamente com um mergulho. Este processo é repetido até que a fêmea responda às suas constante tentativas de atraí-la.
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Quando a fêmea se torna receptiva, sua coloração vermelha se intensifica e o casal emite grunhidos audíveis aos observadores. O macho leva a fêmea até uma área com cerca de 1 metro acima do afloramento, onde ele continua com sua exibição. Assim que o medo da fêmea diminui por conta de estar em águas abertas, ela vira de lado e mostra para o macho que está pronta. Rapidamente, ele acaricia a cloaca dela com o focinho até que os ovos sejam liberados e, então, ele libera seu esperma para fertilizá-los.
Ambos os peixes correm de volta para o afloramento após a desova com a fêmea perseguindo o macho, mordiscando sua barbatana caudal. Então, ambos se deitam e ficam juntos a noite toda, enquanto os filhotes iniciam sua própria jornada no oceano.
Configuração do aquário
O Potter’s Angelfish vive bem em um aquário com recifes de corais e muitos esconderijos formados com rochas vivas. O tamanho do aquário recomendado para um único exemplar é de cerca de 208 litros, sendo o ideal entre 280 e 380 litros para um casal da espécie.
Além disso, é imprescindível que o aquário tenha no mínimo 6 meses de vida ou mais para fornecer todo o crescimento de algas necessário para a dieta desse peixe. Eu não recomendo que você adicione quaisquer outros comedores de algas, pois competirão pelos mesmos recursos, e isso pode ser um problema para seu desenvolvimento.
Embora o Potter’s Angelfish goste de um fluxo de água rápido, ainda assim é interessante deixar as áreas de pastagem com um fluxo lento para que ele possa se alimentar tranquilamente.
Na natureza, a espécie vive em áreas profundas e não costuma demonstrar suas incríveis cores. Em um aquário, a intensidade da iluminação deve ser de baixa a média. No entanto, precisa haver luz para que haja crescimento de algas para suas necessidades de pastagem.
Referências Bibliográficas
FishLore. Aquarium Fish Information Disponível em: https://www.fishlore.com/saltwaterfish.htm . Acesso em 31 de Jul. De 2019.
Allen, G.R., 1985. Butterfly and angelfishes of the world. Vol. 2. 3rd edit. in English. Mergus Publishers, Melle, Germany. (Ref. 4858)