O Querubim (Centropyge argi), também conhecido como Peixe-Anjo Pigmeu, é um lindo peixe de corpo azulado e com cores vibrantes, ideal para trazer vida a qualquer tipo de aquário marinho. A espécie é considerada uma boa opção para aquaristas iniciantes, pois é muito resistente, ativa e inteligente.
Abaixo, confira um guia de cuidados completo sobre o Querubim. Aprenda como alimentar esse peixe, suas características físicas e comportamentais, além de processos como a reprodução e configuração de aquário.
Ficha Técnica do Querubim
Nome: Querubim, Peixe-Anjo Pigmeu, Pygmy Angelfish, Cherubfish, Cherub Pygmy Angelfish, Pygmy Dwarf Angelfish;
Nome Científico: Centropyge argi (Woods & Kanazawa, 1951);
Família: Pomacanthidae;
Origem da Espécie: Atlântico Ocidental das Bermudas à Flórida (EUA), assim como também na Guiana Francesa, Golfo do México e Mar do Caribe;
Comprimento: Até 8 cm;
Expectativa de Vida: Até 5 anos;
Nível de Dificuldade: Fácil;
Parâmetros da Água
pH: Manter entre 8.1 – 8.4;
Dureza de Carbonatos: Entre 8 – 12 dKH;
Temperatura: Manter entre 22 – 28°C;
Características
Distribuição e Habitat
O Querubim foi descrito pela primeira vez por Woods e Kanazawa em 1951. O gênero Centropyge possui atualmente mais de 33 espécies, sendo o argi uma das que mais se destacam.
Na natureza, o Querubim é encontrado no Atlântico Ocidental, das Bermudas à Flórida (EUA), passando pelo Golfo do México, Mar do Caribe e Guiana Francesa. Ele gosta de viver em áreas rochosas e com afloramentos de corais, onde costuma viver em haréns formados por um macho e várias fêmeas. Por ser um peixe pequeno, ele dispara para as fendas e cavernas quando se sente assustado, o que é algo bastante comum.
Quando atinge a fase adulta, o Querubim gosta de habitar áreas com profundidades que variam entre 5 e 45 metros.
Aparência
O Querubim possui a forma típica dos peixes-anjo, com um corpo pequeno, alongado e barbatanas arredondadas. Ele possui coberturas branquiais com dois espinhos operculares. Na natureza, esse peixe pode atingir até 8 centímetros de comprimento, mas em um aquário não costuma ultrapassar os 6,5 cm. A expectativa de vida da espécie gira em torno de 5 anos.
A coloração padrão do Querubim é um azul escuro. No entanto, a cabeça e o peito são de cores alaranjadas que podem variar de tom, dependendo do local onde o peixe foi capturado. Alguns espécimes apresentam tons amarelados no rosto e também na parte de baixo dele. As bordas externas das barbatanas possuem tom azul claro, com exceção das barbatanas peitorais, que são amareladas.
Alimentação
Onívoro. Na natureza, o Querubim se alimenta de diferentes tipos de algas, invertebrados bentônicos e detritos. Esse peixe é considerado bastante resistente e geralmente um bom comedor, isso quer dizer que ele aceitará todos os tipos de alimentos oferecidos e irá adorar pastar algas em rochas vivas.
Eu recomendo que você forneça alimentos congelados com algas marinhas ou spirulina, assim como também camarões mysis.
Você deve alimentar o Querubim pelo menos 3 vezes por dia, a menos que haja uma boa quantidade de algas para ele pastar no aquário.
Temperamento / Comportamento
O Querubim é considerado um peixe relativamente pacífico, mas pode agredir outros de sua própria espécie ou gênero. Por isso, eu não recomendo que você misture-o com outros Centropyge, a menos que o aquário possua mais de 370 litros.
Em um aquário, esses peixes habitarão a região do fundo, sempre se escondendo quando surgir qualquer ameaça.
Compatibilidade
De um modo geral, o Querubim pode ser agressivo com peixes mais dóceis e deve ser o último a ser adicionado ao aquário, pois isso ajuda a diminuir seus níveis de agressividade.
A espécie não costuma incomodar invertebrados e pode viver com outros peixes pequenos sem maiores problemas. Caso você tenha um aquário pequeno, o ideal é mantê-lo sempre sozinho. Em um aquário grande, você pode misturá-lo com wrasses, gobies e blennies. Além disso, ele é uma boa opção para viver na companhia do famoso Peixe-Palhaço.
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Dimorfismo Sexual
Todos os peixes do gênero Centropyge nascem fêmea, ou seja, o Querubim não é nada diferente de seus parentes. À medida que vai crescendo, os peixes maiores e mais dominantes se tornam machos e os outros permanecem fêmeas.
Caso um macho morra, a fêmea mais próxima na linha de comando se tornará o macho do grupo. Por isso, colocar um peixe maior e um menor juntos é a melhor forma de conseguir um casal. Não há diferenças sexuais visíveis através da coloração.
Reprodução / Acasalamento
Os peixes-anjo são desovadores de águas abertas, liberando seus óvulos e espermatozoides simultaneamente ao anoitecer, subindo na coluna d’água e liberando os gametas próximo da superfície.
Para a reprodução, é necessário ter um aquário alto, bem como uma programação de iluminação adequada para estimular a desova. Você pode simular o anoitecer apenas apagando metade das luzes do aquário e, uma hora depois, a outra metade dela.
A eclosão dos ovos ocorre em menos de um dia. Então, em 2 ou 3 dias, os alevinos precisarão de algas microscópicas para se alimentarem. No entanto, é aqui que começa o problema, pois é realmente difícil de reproduzir a criação dos filhotes em aquários domésticos.
Configuração do aquário
O aquário para um único exemplar de Querubim precisa ter no mínimo 110 litros e cerca de 280 litros para um casal.
Essa espécie gosta de ter muitos esconderijos para se esconder e áreas de pastagem para se alimentar. Portanto, eu recomendo que você adicione muitas rochas vivas para formar esconderijos e locais para que haja crescimento de algas.
Em relação a iluminação, o Querubim pode viver tranquilamente em ambientes com luzes artificiais, assim como também em condições de luz solar e até mesmo em aquários mal iluminados. A luz solar é uma boa opção para ajudar no crescimento de algas.
Por fim, em relação a filtragem, você pode deixar um fluxo de água mais forte na superfície e fraco nas regiões de pastagem do aquário, bem próximo do fundo.
Referências Bibliográficas
Allen, G.R., 1985. Butterfly and angelfishes of the world. Vol. 2. 3rd edit. in English. Mergus Publishers, Melle, Germany. (Ref. 4858);
Mark Allen, Roger Steene and Gerald R. Allen, A Guide to Angelfishes and Butterflyfishes , Odyssey Publishing, 1998;
Scott W. Michael, Angelfishes & Butterflyfishes: Reef Fishes Series , Microcosm Ltd, 2004;
Dr. Gerald R. Allen, Butterfly and Angelfishes of the World Volume 2, Aquarium Systems; 3rd edition,1985;