A Piranha Comprida (Serrasalmus elongatus) é uma espécie de peixe nativo dos rios da América do Sul. Devido ao fato de ser muita ativa, ela precisa de aquários realmente grandes para prosperar.
Abaixo, confira um guia de cuidados completo sobre a Piranha Comprida. Aprenda como alimentar esse peixe, suas características físicas e comportamentais, além de processos como a reprodução e configuração de aquário.
Ficha Técnica
Nome: Piranha Comprida, Pike Piranha;
Nome Científico: Serrasalmus elongatus (Kner, 1858);
Família: Serrasalmidae;
Origem da Espécie: América do Sul;
Comprimento: Até 30 cm;
Expectativa de Vida: Mais de 10 anos;
Nível de Dificuldade: Difícil;
Parâmetros da Água
pH: Manter entre 4.5 – 7.0;
Dureza da água: Entre ? – 15;
Temperatura: Manter entre 24 – 28°C;
Características
Distribuição e Habitat
A Piranha Comprida é um peixe nativo dos rios da América do Sul. Ela pode ser encontrada em países como a Venezuela, Equador, Peru, Bolívia e Brasil, onde costuma viver nas bacias dos rios Amazonas e Orinoco.
Na natureza, a Piranha Comprida vive tanto em rios de águas escuras quanto claras, habitando uma grande variedade de habitats, desde áreas de selva densa até as pastagens tropicais venezuelanas, com suas águas límpidas, ensolaradas e com muitas plantas aquáticas.
Os peixes mais jovens são particularmente comuns nos chamados “prados flutuantes”. Estas áreas geralmente compostas de espécies de plantas flutuantes são uma excelente fonte de abrigo e alimento para muitas espécies de peixes. Presumivelmente, os juvenis da Piranha Comprida usam a cobertura para emboscar as presas com mais facilidade.
Por outro lado, os peixes adultos tendem a se mover para as águas mais profundas e com fluxo mais rápido dos principais rios e canais, além de serem vistos em áreas de floresta inundada.
Aparência
A Piranha Comprida pode atingir até 30 centímetros de comprimento, mas espécimes em cativeiro deste tamanho são bastante raros.
A forma corporal e aerodinâmica da Piranha Comprida é única entre os membros da família dos Serrasalmídeos, e provavelmente se desenvolveu como uma adaptação às águas de fluxo rápido que este peixe chama de lar. Curiosamente, grande parte deste formato se perde à medida que o peixe amadurece, com adultos realmente grandes ficando com um formato de diamante. A extensão em que isso ocorre parece basear-se, pelo menos em parte, na localização do peixe.
A espécie possui pelo menos duas formas distintas, uma (conhecida como a variante “Black Mask”, ou Máscara Negra, em grupos de aquaristas) desenvolve uma impressionante faixa preta espessa que atravessa o olho do peixe, estendendo-se até o opérculo. Além disso, ela também possui uma mancha umeral escura e tem uma cor geral prateada no corpo.
A outra forma exibe uma pigmentação laranja / vermelha brilhante nas nadadeiras peitorais, garganta e porção inferior do opérculo, e geralmente possui a cabeça e nadadeiras mais escuras do que a variante “Black Mask”.
Alimentação
Algumas análises estomacais de peixes selvagens sugerem que se trata de um carnívoro exclusivo, sendo a dieta basicamente composta por peixes menores e vários tipos de invertebrados. A Piranha Comprida é conhecida por se alimentar de barbatanas e escamas de outras espécies.
Em um aquário, as piranhas aceitarão diversos tipos de alimentos, embora algumas pareçam ser um pouco mais irredutíveis. Eu recomendo que você mantenha um período de fome, eventualmente dando ao peixe pouca escolha a não ser aceitar o que é oferecido.
Uma vez aclimatadas, as piranhas juvenis irão saborear bloodworms, artêmias e tubifex, assim como também camarões e outros tipos de alimentos semelhantes. Os adultos, por outro lado, devem comer mexilhões, berbigões, camarões, lulas picadas e quaisquer outros tipos de carne de peixe. Quando atingirem a fase adulta, só precisarão ser alimentadas duas ou três vezes por semana.
Evite alimentar a Piranha Comprida com carne de mamíferos ou aves, como coração de boi ou frango. Alguns dos lipídios encontrados neste tipo de carne não podem ser metabolizados adequadamente pelos peixes, podendo causar excesso de gordura e até degeneração de órgãos.
Temperamento / Comportamento
Eu já vou adiantando que você deve criar apenas um único peixe da espécie no aquário. Por não ser um peixe gregário por natureza, a Piranha Comprida não precisa estar na companhia de outros de sua espécie, pois provavelmente irá brigar por espaços.
Compatibilidade
Em relação aos companheiros de aquário, eu evitaria colocá-la com outros peixes. Há alguns poucos relatos dispersos de coexistência com outras espécies, mas devido a sua dieta natural, eu não recomendaria!
Dimorfismo Sexual
A diferença entre o macho e a fêmea da Piranha Comprida é desconhecida. Alguns relatam de que variações na forma da barbatana anal ou no padrão do pedúnculo caudal podem ser um indicador de gênero, mas não há confirmação.
Acasalamento / Reprodução
Desconhecida. Assim como a maioria dos membros do gênero, a Piranha Comprida não foi criada em cativeiro e pouco se sabe sobre seus hábitos de reprodução na natureza.
Configuração do aquário
A Piranha Comprida é um peixe muito ativo e, por isso, precisa ter um aquário com no mínimo 450 litros.
Os espécimes mais jovens e recém-importados vivem melhor em um ambiente plantado com muitas áreas sombreadas. Um aquário de aspecto selvagem, decorado com muitas raízes, troncos, plantas flutuantes e um substrato escuro é o ideal. Muitos aquaristas mantêm as Piranhas Compridas em aquários simples, mas como experiência própria, elas podem ficar muito nervosas em locais onde não haja muita cobertura e proteção.
Os peixes adultos vivem em rios abertos e, portanto, uma configuração bem oxigenada com um substrato arenoso e algumas raízes e troncos de bom tamanho já ajudam no processo. Adicionar uma cobertura com plantas e troncos manterá estes peixes ariscos sob controle, assim como o uso de uma iluminação fraca.
A qualidade da água deve ser alta para que a Piranha Comprida possa prosperar, e uma taxa de fluxo decente parece deixá-la mais confortável. Como de costume, ao manter espécies grandes e predadoras, realize trocas parciais de água semanais de até 50%.
Referências Bibliográficas
Jégu, M., 2003. Serrasalminae (Pacus and piranhas). p. 182-196. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil. (Ref. 39031);