Assim como muitos peixes do gênero Cirrhilabrus, o Wrasse Scott (Cirrhilabrus scottorum) é famoso por suas cores vibrantes e comportamento pacífico. Apesar de ser um peixe resistente e muito atraente, ainda assim precisa de grandes espaços para prosperar.
Abaixo, confira um guia de cuidados completo sobre o Wrasse Scott. Aprenda como alimentar esse peixe, suas características físicas e comportamentais, além de processos como a reprodução e configuração de aquário.
Ficha Técnica do Wrasse Scott
Nome: Wrasse Scott, Scott’s Wrasse, Scott’s Greenback Fairy Wrasse;
Nome Científico: Cirrhilabrus scottorum (Randall & Pyle, 1989);
Família: Labridae;
Origem da Espécie: Oceano Pacífico;
Comprimento: Até 13 cm;
Expectativa de Vida: Entre 5 e 12 anos;
Nível de Dificuldade: Fácil;
Parâmetros da Água
pH: Manter entre 8.1 – 8.4;
Dureza de Carbonatos: Entre 5 – 10;
Temperatura: Manter entre 22 – 26°C;
Características
Distribuição e Habitat
O Wrasse Scott foi descrito pela primeira vez por Randall e Pyle em 1984. Ele pode ser encontrado na parte sul do Oceano Pacífico, desde o grupo de Ilhas Pitcaim até a Grande Barreira de Coral.
Na natureza, estes peixes geralmente são encontrados em profundidades que variam entre 3 e 40 metros. Eles habitam áreas de recifes externos, mas também lagoas protegidas. Os peixes mais jovens vivem mais próximos do substrato.
Em seu habitat natural, o Wrasse Scott pode ser visto em grupos formados principalmente por fêmeas e juvenis, com um macho secundário, alimentando-se de matéria planctônica logo acima do substrato.
Aparência
Há muitas variáveis de cores do Wrasse Scott disponíveis por aí. A principal possui uma cabeça verde, sombreando para o verde-azulado escuro no meio e azul mais brilhante na parte de trás. A parte inferior do corpo é vermelha e a metade superior é salpicada de preto.
O meio do corpo do peixe é roxo escuro, geralmente com uma grande mancha no centro que pode ser vermelha, laranja ou até mesmo azul escura. As pontas das nadadeiras podem ser amareladas ou rosa.
Tanto os machos quanto as fêmeas são muito parecidos em relação as cores, embora o macho fique com cores mais vibrantes para atrair a fêmea durante o processo de reprodução. Além disso as cores também podem variar de acordo com o humor do peixe.
Fique ciente de que há várias combinações de cores presentes em diferentes espécimes, não apenas no corpo, mas nas barbatanas, nadadeira caudal e barriga. De fato, existem outras variações geográficas que podem até mesmo representar espécies distintas.
Das muitas variações de cores, existem algumas distinções definitivas em espécimes de diferentes áreas. Os que vêm da Austrália, por exemplo, são chamados de Scott’s Greenback Fairy Wrasse, e possuem tons mais avermelhados nas barbatanas. Espécimes das Ilhas Cook possuem uma cor de corpo mais azulada, barbatanas amarelas e intervalos mais distintos entre as cores.
Alimentação
Assim como todos os membros do gênero Cirrhilabrus, o Wrasse Scott é um planctívoro, adaptado para se alimentar e sobreviver comendo principalmente plâncton. Ele também aceitará alimentos proteicos.
Eu recomendo que você comece com artêmias (vivas ou congeladas), e ofereça também outros tipos de alimentos vivos como, por exemplo, camarões mysis, pedaços de peixes, lula e mexilhões. Além disso, adicione uma ração de alta qualidade para peixes onívoros.
O Wrasse Scott possui um metabolismo alto e requer alimentação regular durante o dia. É melhor alimentá-lo com pequenas quantidades várias vezes ao dia. Os espécimes mais jovens devem comer pelo menos três vezes ao dia para garantir o crescimento e a saúde, enquanto os adultos pelo menos duas vezes. Alimentá-lo várias vezes ajudará a manter um população natural de copépodes no aquário.
Temperamento / Comportamento
O Wrasse Scott é considerado um peixe pacífico, mas deve ser mantido sozinho dentro do aquário, a menos que você tenha certeza de ter um casal formado. Dois machos lutarão caso fiquem juntos no mesmo ambiente.
Assim como todos os bodiões, o Wrasse Scott é famoso por saltar. Portanto, você deve adicionar uma tampa bem ajustada para evitar possíveis fugas do aquário.
Na maioria das vezes, você verá estes peixes se alimentando de plâncton e passando a maior parte do tempo na região do meio do aquário.
Compatibilidade
O Wrasse Scott é um bom peixe para aquários comunitários, não sendo agressivo com outras espécies de peixes ou invertebrados que vivem no fundo. Peixes menores e não agressivos, bem como bodiões de outros gêneros, podem viver tranquilamente juntos da espécie.
Os Peixes-Anjo são uma boa escolha para viver em um aquário com Wrasse Scott incluindo, por exemplo, os gêneros Centropyge, Apolemichthys, Genicanthus, Chaetodontoplus e Pygoplites.
Você deve evitar espécies de Peixes-Anjo maiores e bastante territoriais, como Pomacanthus e Holacanthus, mesmo quando eles ainda são jovens. Além disso, o Wrasse Scott pode não ser compatível com alguns basslets e dottybacks mais agressivos e de tamanho semelhante.
Você pode manter o Wrasse Scott com outras espécies de Cirrhilabrus. No entanto, eu recomendo que você adicione todos ao mesmo tempo ou que coloque muitas rochas vivas no aquário para criar bloqueios nas linhas de visão dos peixes. Algumas desavenças podem ocorrer entre eles, com algumas perseguições acontecendo nas primeiras semanas. Alimentá-los duas vezes ao dia ajuda a reduzir a agressividade.
Dimorfismo Sexual
O macho do Wrasse Scott é maior e mais colorido do que a fêmea. Além disso, eles possuem nadadeiras ventrais e caudal mais alongadas e pontiagudas. As cores do macho também ficam mais vibrantes durante o período de acasalamento.
Acasalamento / Reprodução
Não há relatos de reprodução do Wrasse Scott em aquários. Aparentemente, o processo de reprodução é bem parecido com o de outros peixes do gênero, onde o macho intensifica suas cores e nada rapidamente para atrair e convidar a fêmea a desovar e soltar seus gametas na coluna d’água.
Configuração do aquário
O aquário precisa ter no mínimo 200 litros para abrigar um único exemplar do Wrasse Scott. Um adulto da espécie precisará de no mínimo 470 litros para prosperar.
Eu recomendo que você monte um aquário adicionando muitas rochas vivas e criando esconderijos e fendas com elas. Lembre-se apenas de deixar áreas abertas para que os peixes tenham espaço para nadar livremente. Procure caprichar no trabalho com as rochas vivas, pois eles apreciam muito nadar dentro, fora e ao redor delas.
O Wrasse Scott não precisa de um substrato, pois ele não se enterra, mas produzirá um casulo enquanto dorme entre ou sob rochas ou corais. Além disso, ele não prejudicará nenhum dos corais ou pequenos invertebrados com mais de 6 centímetros de tamanho.
A iluminação e o fluxo de água não possuem requisitos específicos. Basicamente, eles se saem bem sob qualquer tipo de iluminação e podem tolerar tanto águas agitadas quanto lentas, mas eu recomendo um fluxo lento para facilitar a alimentação.
Assim como todos os bodiões, o Wrasse Scott adora saltar. Então, procure adicionar um tampa bem ajustada para evitar possíveis fugas.
Referências Bibliográficas
Randall, J.E., G.R. Allen and R.C. Steene, 1990. Fishes of the Great Barrier Reef and Coral Sea. University of Hawaii Press, Honolulu, Hawaii. 506 p. (Ref. 2334);
Cirrhilabrus scottorum, IUNC Red List, International Union for Conservation of Nature and Natural Resources;
Rudie H. Kuiter, “Fairy & Rainbow Wrasses and Their Relatives: A Comprehensive Guide to Selected Labroid”, TMC Publishing, 2002;
Scott W. Michael, Wrasses & Parrotfishes: The Complete Illustrated Guide to Their Identification, Behaviors, and Captive Care, TFH Publications, 2008;