Você faz ideia de qual é a pegada de carbono de ter peixes de aquário em casa? Confira o que descobrimos sobre o assunto!
Embora o impacto ambiental de ter cães e gatos como animais de estimação tenha sido examinado até certo ponto, o impacto de ter peixes de aquário em casa permaneceu algo inexplorado – até agora.
Os cães, em particular, têm uma “marca de pata” de carbono significativa. Um cachorro de tamanho médio (pesando 10-20kg) na Europa é responsável pela emissão de 349 e 1424kg de CO₂ por ano – em comparação com 150 e 251kg para um gato de tamanho médio (pesando entre 2-6kg).
Mas nunca houve um estudo que examinasse a pegada de carbono dos peixes de aquário, apesar do numero de interessados pelo hobby ter aumento consideravelmente nos últimos anos.
Segundo um estudo do Reino Unido, a pegada de carbono de um aquário tropical varia entre 85,3kg e 632,2kg de CO₂ por ano – equivalente a 1,6 e 12,4% das emissões anuais médias de uma família na região. Esta estimativa baseia-se numa série de cenários, incluindo aquários com tamanhos entre 50 e 400 litros e diferentes condições de funcionamento. Mas a maioria dos aquários domésticos vendidos hoje em dia variam entre 50 e 100 litros.
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A geração de eletricidade é a principal fonte de emissões dos aquários tropicais. A manutenção requer muita energia para alimentar os aquecedores, luzes e filtros. Este consumo de eletricidade é muito maior em termos de emissões do que o CO₂ produzido no transporte de peixes tropicais de países como Singapura ou Indonésia para o Reino Unido e Europa, por exemplo.
No entanto, a pegada de carbono precisa de um aquário varia dependendo da sua localização. Os peixes tropicais mantidos na França, por exemplo, têm uma pegada de carbono muito menor do que os mantidos no Reino Unido, porque a rede elétrica francesa é mais descarbonizada.
Isso também significa que, à medida que as redes elétricas continuam a descarbonizar-se a nível mundial, e especialmente na Europa, a pegada de carbono da manutenção de peixes tropicais diminuirá.
Consumo de água
O Consumo de água é outro fator a considerar. Os aquários tropicais são sistema fechados onde os resíduos dos peixes se acumulam, aumentando os níveis de amônia, que é mortal para eles. Assim, os aquaristas realizam as famosas trocas parciais de água, ou seja, substituem parte da água velha do aquário por uma água nova e tratada. Em alguns casos, como nos aquários marinhos, por exemplo, há a necessidade da utilização de filtros de osmose reversa (em que a água é empurrada sob pressão através de uma membrana semipermeável).
As estimativas do consumo de água para aquários tropicais variam também de acordo com o tamanho, do uso de osmose reversa, da frequência das trocas parciais de água e da quantidade de água que precisa ser trocada. Com base nas recomendações da indústria, e numa variedade de tamanhos de aquários, dá pra estimar que os aquários tropicais podem utilizar entre 156 e 31.200 litros de água por ano.
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Por exemplo, se você possui um aquário com cerca de 50 litros e troca 6% de água toda semana, você usaria 156 litros por ano. Mas, caso você tenha um aquário de 400 litros e faça trocas parciais de 25% toda semana usando um sistema de osmose reversa, por exemplo, poderá usar até 31.200 litros por ano.
Claramente, estes exemplos representam dois extremos de consumo de água. Eles equivalem entre 0,2 e 30,1% do consumo anual médio de água por família no Reino Unido. Embora o limite superior possa parecer alarmante, a maioria dos aquários ficam na faixa intermediária tanto em ternos de uso de água quanto de emissões. Mas, dado que se espera que os eventos de seca aumentem em cenários climáticos futuros, quaisquer níveis adicionais de consumo de água podem rapidamente tornar-se insustentáveis.